Correio B

CINCO PERGUNTAS

Dalton Vigh e seu trabalho entre os pequenos

Em "As Aventuras de Poliana", ele mergulha no universo infantojuvenil

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A televisão e sua intensa repercussão não são novidades para Dalton Vigh. Porém, no ar em “As Aventuras de Poliana”, o ator de 55 anos viu seu trabalho ganhar uma dimensão diferente. Recentemente, o ator foi abordado nos estúdios do SBT por um grupo de crianças de uma escola de dança. Na história escrita por Íris Abravanel, ele vive o empresário Pendleton, pai da protagonista Poliana, vivida por Sophia Valverde. “Deviam ter entre três até uns seis anos, fui praticamente atacado por elas (risos). A repercussão tem sido ótima. As crianças têm o maior carinho pelo personagem, curiosidades sobre ele, querem tirar foto, às vezes ficam um pouco tímidas e pedem para os pais, outras vêm e querem um abraço. É bem de cada um. É sempre muito gostoso receber o carinho do público e ver que a novela está fazendo sucesso”, vibra o ator, que começou a gravar a segunda fase do folhetim infantil. “Não é novidade para mim. Já fiz novela que foi toda gravada e só foi exibida depois de concluída”, completa.

Natural do Rio de Janeiro, Dalton teve um ano de 2019 bastante intenso artisticamente. Além de “As Aventuras Poliana”, o ator também pode ser visto na série “A Divisão”, que está disponível no Globoplay, e também estará no elenco do filme “Kardec”. “Foi bastante coisa durante o ano passado. Espero que tenha muito mais em 2020”, torce. A série “A Divisão”, inclusive, ganhará uma segunda temporada na plataforma de streaming e também será exibida pelo Multishow. “Já fizemos a segunda junto com a primeira. Para não correr risco de dar spoiler, posso dizer que vem muita adrenalina por aí. Muita gente fala sobre ‘A Divisão’ comigo, inclusive da equipe de ‘Poliana’. Quando ficou disponível no catálogo do Globoplay, foram muitos comentários”, valoriza.

P – Há mais de um ano no ar, As Aventuras de Polianaganhará uma nova temporada. Como isso impacta na sua forma de trabalho?

R - Para mim é uma novidade, eu nunca tinha feito um personagem durante tanto tempo. Acho que deve ser essa a sensação que se tem de quando se faz uma série longa, que tem várias temporadas. O personagem acaba ficando mais próximo de você. Você convive mais tempo com o personagem. Você fica mais íntimo dele. E claro, fortalece os laços com a equipe e elenco também porque o convívio numa novela é sempre muito intenso, mesmo nas novelas que duram oito ou dez meses. Nessa, então, tem sido muito mais por conta da duração. Mas é ótimo porque o astral dos bastidores de “Poliana” não poderia ser melhor.

P – Recentemente foi revelado que o Pendleton é o pai da protagonista Poliana. De que forma essa descoberta irá afetar o personagem?

R – É uma aproximação lenta e cautelosa, pois o Pendleton não quer invadir o espaço e nem forçar uma aproximação. Acho que ele fica mais conectado com a Poliana quando consegue entender esse interesse que ele já tinha pela menina, essa curiosidade a respeito dela, essa vontade de se aproximar, a facilidade com que ela consegue abaixar as defesas dele. Tudo isso tem explicação agora com a descoberta da paternidade. Acho que isso vai deixá-lo mais humano.

P – Você sabia desde o início que o Pendleton era o pai da Poliana?

R - Acho que essa coisa da paternidade do Pendleton não estava prevista na sinopse não, acho que acabou acontecendo de tanto que as pessoas achavam que ele era o pai dela. Elas viam alguma coisa ali e o time dos autores foi bastante esperto de perceber isso e acabar incorporando na história. Agora o público fica perguntando se é mesmo o pai, se não é mentira dele. Muita gente acha que é armação do Pendleton, mas também tem muita gente que curte e que fala: “eu sempre soube”.

P – Apesar da longa carreira na tevê, você é bastante reservado. Você tem algum tipo de cautela para não se expor nas redes sociais e na mídia?

R - Eu não sou de postar muito coisas nem minhas e muito menos dos meus filhos nas redes. Não sei, não vejo motivo para fazer isso (risos). Fico achando meio que eles nem sabem o que é isso, esse tipo de exposição, não tem autorização deles para ficar postando fotos, então, não vejo porquê.

P – Atualmente, o Canal Viva está reprisando a novela “O Clone”, em que você interpretou Said. A partir da próxima segunda, dia 23, você também estará no ar na reprise de “Fina Estampa”. Você gosta de rever trabalhos antigos?

R - Eu não tenho o hábito de ficar assistindo a coisas que eu já fiz, pois sempre acho que poderia fazer melhor. Então, me dá uma certa angústia rever.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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