Daniel Del Sarto estreou na TV em 2001, no seriado “Sandy & Júnior”, da Rede Globo. O ator tinha um papel especial na série: era o namoradinho da Sandy, atuação que até hoje rende histórias já que a produção ficou no ar durante muitos anos e foi sucesso nacional.
“Era uma responsabilidade enorme e posso dizer que ela é um doce e nos divertimos muito. Em cena não parecia, mas eu era muito alto pra ela e acabava tendo que contracenar todo retorcido para que a filmagem ficasse perfeita.
Cheguei a andar curvado, de joelhos dobrados mesmo em uma das tomadas. A sorte é que eu era bem jovem e os joelhos não reclamavam” brinca o ator sobre os bastidores do programa. Talentoso, depois da estreia na produção juvenil Daniel não parou mais.
O artista ainda trabalhou em grandes sucessos da TV, como as novelas “Kubanacan”, “Desejos de Mulher, “Insensato Coração”, além de “Malhação”. O galã ainda teve um personagem fixo na lendária “Turma do Didi”, produção global que também fez história.
Depois de passagens na Globo, o ator chegou à Rede Record e participou da novela “Pecado Mortal”, escrita por Carlos Lombardi. Ele ainda teve passagem pelo SBT onde protagonizou o malvado Maurício, pai das gêmeas Isabela e Manuela, vividas por Larissa Manoela, na novela “Cúmplices de um Resgate”. No cinema, estreou em 2003 em “As Alegres Comadres” e em 2005, esteve no filme “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”.
O ator Daniel Del Sarto é Capa do Correio B+ desta semana - Foto: Divulgação - Diagramação: Denis Felipe/Denise NevesPassada a produção de trabalhos televisivos, Daniel se dedicou à produção musical e em 2018 foi jurado do programa “Canta Comigo”, da Rede Record. Hoje, ele comemora uma nova fase já que se tornou um grande empresário do entretenimento e do teatro.
Versátil, é responsável por grandes produções teatrais e até agenciamentos especiais. O artista é responsável pela startup Famosos, uma plataforma que cria vídeos de famoso sob demandas para fãs. Entre os que já aderiram à plataforma estão Jorge Aragão, Jorge Vercillo e Narcisa Tamborindeguy.
Seu mais novo trabalho é sucesso nacional e enaltece uma época rica em produções. "Anos 80: Uma Experiência PLOC", escrita, dirigida e estrelada por Daniel Del Sarto é uma grande homenagem à década de ouro da música no mundo, e chega ao Teatro Gazeta, em São Paulo, com datas especiais, além de viajar o país.
"Criar essa montagem é uma experiência surreal e deliciosa já que em cena, conduzimos o público a uma imersão total da época, ativando suas memórias emotivas e musicais. Convido a todos para uma viagem no tempo com um texto, enredo e explosão de músicas e imagens que fazem refletir e sentir a alegria que tínhamos ao viver de verdade o mundo real, com cores neon, maquiagens super coloridas, a década de transição do analógico para o digital. Sim, essa é a década de passagem para a era que mergulhamos hoje, totalmente controlados pela tecnologia, celulares, wifis, curtidas, comentários e afins”, provoca o ator.
Daniel nos bastidores do Teatro Gazeta em SP - DivulgaçãoO espetáculo também é produzido, dirigido e escrito pelo jornalista Luciano Vianna, criador do evento Festa PLOC, a maior celebração Retro da América Latina e sócio de Daniel. Composta 70% por música, a montagem que traz interpretações em homenagem a artistas do cenário nacional e internacional vai de Sidney Magal e George Michael, de Xuxa a Tina Turner emocionando e permitindo interação com o público, com direito até a passagens pelo axé, a paródias sobre as boy bands, a relembramos sucessos de Blitz e Legião Urbana, tudo em um misto de interpretação e poder musical nunca visto.
"Procuramos dar um grande resumo do que foi os anos 80 musicalmente e artisticamente e dividimos o espetáculo em blocos temáticos com vídeos emocionantes, que nos ajudam a contar essa linda história, mesclando teatro, com projeção, com enredo, música e emoção trocada com o público", ressalta Daniel. Em uma hora e quarenta e cinco minutos de espetáculo (com 10 minutos de intervalo), o elenco visita trilhas das novelas, o pop internacional, o popular “trash 80’s”, o Rock Brasil e a expressiva cena musical infantil e imortalizada por ícones.
O projeto que já era um sonho antigo, já havia se estendido para outras frentes porque os idealizadores sempre tiveram a PLOC como multiplataforma, afinal já foram produzidos uma série de TV, três DVDs e quatro CDs.
O evento ainda conta com a uma experiência única já que é a reunião de diversos músicos, o famoso “quem sabe faz ao vivo” colocando à prova no palco além de Daniel Del Sarto, um elenco de primeira com Alex Aguiar (Cantor), Andy Drumond Sax (Saxofonista) e Gabriel Barreto (Baterista), todos com experiências marcantes no cenário da música.
Na vida pessoal, o eterno galã vive um momento mais que especial. Casado desde 2016, com cirurgiã plástica Hazel Fischdick, agora Daniel curte uma nova jornada a de ser pai da linda Alice, que nasceu em 2021 e trouxe muita alegria para família. O Correio B+ conversou com exclusividade com o ator sobre o cenário cultural hoje, polêmicas televisivas e muito mais.
Daniel Del Sator - Divulgação
CE - O que você assiste hoje na TV?
DD - Sou cinéfilo, curto muito documentários e também filmes baseados em histórias reais.
CE - Por que não atua em novelas ou seriados de streaming?
DD - Amo fazer novela e série é um foco pra mim. O trabalho do ator em TV e streaming não é uma escolha individual, como por exemplo o nosso espetáculo teatral, que escrevi e dirigi e estou no palco - ou também os shows com os quais viajo pelo Brasil há muitos anos fazendo eventos corporativos, casamentos, festas em geral. O mercado mudou muito e uma das coisas piores é o tal teste remoto onde você mesmo tem que filmar e enviar um vídeo. Eu gosto e sempre fui muito bom em teste presencial, porque levo toda energia e vibração pra uma equipe que está ali para me avaliar. Desde que os testes passaram a ser “você filma, faz e envia” eu me senti muito desestimulado. Tenho uma agente excelente para os trabalhos como ator e sei que na hora e para o projeto certo, a gente vai entrar com tudo.
CE - Qual sonho de interpretação (um personagem que não fez que gostaria de fazer na TV)
DD - Vilão fiz um só, no SBT, numa novela de grande sucesso para o público infanto-juvenil que repercutiu muito e adorei em “Cúmplices de um resgate”. Acho que o vilão é um personagem que me desafia e que me afasta do que sou, que tenho que mudar o físico, mergulhar num universo diferente do meu é muito bom. Mas todo personagem tem sua dedicação e construção, o que adoro.
CE - Você declarou que fazer cultura no Brasil é difícil o brasileiro não desiste nunca?
DD - Eu sou guerreiro até o fim. Como diz uma canção minha: “Sonhos cultivados que esperam florescer/ morro de tentar, mas tento até morrer”. Nós, brasileiros, temos que aprender a valorizar e cuidar muito melhor dos nossos artistas. Quem se entrega pra incerteza da vida artística apanha de todo lado.
Daniel contracenando com a cantora Sandy na TV Globo - DivulgaçãoCE - O que você aprendeu com a pandemia?
DD - Não importa a loucura do mundo, das redes sociais ou do que for. O tempo e o espaço interiores são fundamentais e tenho que dar diariamente espaço e tempo pra florescer a criatividade e a calma vitais pra levar uma vida melhor.
CE - Galã é pra sempre galã? Qual seu ritual pra cuidar da beleza e do corpo?
DD - O corpo é uma máquina sensacional. Não fumo, odeio cigarro. Não bebo. Gosto de comer bem e me dou direito de comer o que dá vontade. O segredo é a quantidade. Não dá pra comer TODO DIA porcaria né?! E exercício é vida! Respirar mais e melhor. Meditar. Adoro correr e sei a importância de manter a musculatura forte pra dar conta das exigências do canto, do teatro e do palco. Ao menos quatro vezes por semana treino com aulas de canto e os ensaios são diários.
CE - O eterno namorado da Sandy faria uma nova versão da série que te revelou pro mundo?
DD - É claro que sim. Seria surreal, né?
CE - Festa Ploc é uma revolução mundial na verdade porque já mexeu anos com milhares de pessoas pelo mundo. Quando começou seu encantamento por isso?
DD - Com certeza. Eu não sabia que gostava tanto até meu empresário me apresentar pro antigo sócio dele, pra gente armar algo juntos. Esse cara é o Luciano Vianna e desde o início me desafiou a fazer projetos bacanas. Primeiro foi “Daniel Del Sarto canta novelas” que fizemos no Teatro Rival, no Rio, e também no Circo Voador. E no ano passado, veio o desafio de estelar um musical sobre os anos 80. Fiquei 3 meses pesquisando, mergulhado nessa época de outro e acabei encontrando ali muitas partes minhas, influências e estórias divertidas que trouxemos pra peça. Desde a estreia eu entendi que não fico mais sem viajar no tempo - e sem levar uma galera comigo pra curtir.
Daniel com a esposa Hazel Fischdick e a filha Alice - DivulgaçãoCE - O que mudou nas produções de TV de hoje comparado ao que se fazia anos atrás na sua opinião?
DD - Acho que a TV perdeu muito espaço e grana por conta do streaming e tenta sobreviver.
CE - Você prefere teatro, TV, show ou dinheiro no bolso?
DD - Sempre avaliei seguindo um tripé de valores que vou explicar como é: em primeiro lugar analiso o valor artístico pra mim, relacionado ao trabalho em questão leia-se “o prazer que me dá”. Em segundo plano avalio como o trabalho em questão contribui pra minha construção de carreira. Depois vem o quanto ele paga. O ideal de somar os três pontos é difícil, tendo dois confirmados, é sucesso. E claro, se pagar muiiiiito bem, podemos usar a receita pra produzir algo que atenda aos outros pontos do tripé de valores.
No palco com sua peça em SP - Divulgação

Helio Mandetta e Maria Olga Mandetta
Thai de Melo


