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Dez anos de "Viver A Vida", da Globo

Novela que revelou o desgaste da "fórmula" de Manoel Carlos

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As ruas do Leblon, famoso bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, se tornaram o grande cenário para Manoel Carlos expressar o próprio cotidiano. A partir de sucessos ambientados na região onde o autor ainda mora, como “História de Amor”, “Por Amor” e “Laços de Família”, ele passou a desenvolver um universo folhetinesco todo seu, onde entrelaça grandes histórias de amor e ódio sob um viés totalmente prosaico. Manoel Carlos atravessou décadas com novelas bem semelhantes e que sempre tiveram boa aceitação do público. Entretanto, o estilo contemplativo, os intermináveis cafés da manhã com diálogos inspirados e até mesmo a icônica personagem Helena começaram a dar sinais de desgaste em “Viver a Vida”, novela que completa uma década de exibição este mês. “O ponto de partida desse trabalho foram as histórias de superação. Queria falar sobre figuras que conseguem passar por grandes dificuldades e seguir em frente. Foi um projeto com erros e acertos, onde consegui desenvolver bem a mensagem inicial”, ressalta o autor.

Na trama, Helena e Luciana, personagens de Taís Araújo e Alinne Moraes, são duas supermodelos com personalidades completamente opostas. Enquanto a primeira é paciente e mais contida, a segunda é mimada e temperamental. O destino das duas muda completamente quando Helena se envolve com Marcos, de José Mayer, pai de Luciana, um homem bem mais velho, e ele decide por fim ao casamento de 30 anos com Teresa, de Lília Cabral, para casar-se com ela. Durante um trabalho juntas na Jordânia, Helena é constantemente humilhada pela rival profissional. Por isso, Helena decide proibir que Luciana siga viagem no mesmo carro que ela, o que força a desafeta a tomar um ônibus. O veículo que Luciana está sofre um acidente no deserto e ela fica tetraplégica. A principal novidade em torno da divulgação de “Viver a Vida” era a presença de Taís Araújo no posto da protagonista. Por iniciativa do próprio autor, a produção teve pela primeira vez uma Helena mais jovem e negra. A personagem, entretanto, acabou não agradando o público e nem à própria intérprete, que foi duramente criticada na época. “Era uma oportunidade que tinha tudo para dar certo, mas não funcionou. Tive problemas com a personagem e não guardo boas lembranças. Dez anos depois, vejo que é um trabalho importante e que me fez ter jogo de cintura para momentos de adversidade”, avalia Taís.

Com uma nova condição física, Luciana fica com o coração dividido entre os gêmeos Jorge e Miguel, papel duplo de Mateus Solano. O relacionamento com Jorge entra em crise justamente por ele não saber como lidar com a nova situação da namorada. Ao mesmo tempo, Luciana acabe estreitando os laços com Miguel, médico bondoso que sempre foi apaixonado por ela e decide cuidar de seu caso pessoalmente. “Luciana era uma pessoa extremamente difícil e que, inicialmente, despertou o ódio do público. Aos poucos, a personagem foi se humanizando e ganhando outros contornos. Foi um processo complexo, mas extremamente gratificante”, valoriza Alinne, que roubou a cena e acabou como protagonista absoluta de “Viver a Vida”. Descoberto pela televisão após seu bom desempenho na minissérie “Maysa: Quando Fala o Coração”, Solano destacou-se ao interpretar os gêmeos que viviam em eterno clima de disputa. No meio da trama, obcecado por Luciana, Jorge tenta acabar com a carreira de Miguel o acusando de ter ultrapassado a ética entre médico e paciente. “Eu sabia que dois personagens me dariam muito trabalho. Mas a realidade foi muito além da expectativa. Gravava a mesma cena inúmeras vezes, por diversos ângulos e sempre com um dublê ao lado”, detalha o ator, que a partir deste papel foi alçado ao posto de galã da emissora.

Com elenco formado por figuras como Letícia Spiller, Thiago Lacerda, Giovanna Antonelli e Nanda Costa, entre outros, a produção de “Viver a Vida” são um símbolo de um tempo em que a Globo não fazia contenções para a ambientação de suas tramas. Com direção de fotografia de Affonso Beato, profissional renomado e parceiro de diretores como Pedro Almodóvar e Stephen Frears, as cenas iniciais da novela foram feitas em países como Jordânia, Israel e França. Por fim, a trama se desenvolveu entre a famosa cidade de Búzios, localizada no litoral fluminense, e os estúdios da Globo, no Rio de Janeiro. “Foram mais de 40 dias viajando entre as locações e fazendo cenas incríveis. Era minha segunda novela com o Manoel Carlos e o entendimento entre a gente foi incrível”, conta o diretor Jayme Monjardim. A sintonia entre autor e diretor, infelizmente, não reverberou com o público. Nem mesmo a história de Luciana foi capaz de fazer com que a novela bisasse o êxito de títulos como “Mulheres Apaixonadas” e “Páginas da Vida”, com repercussão abaixo do esperado pela Globo e audiência média de 35 pontos no Ibope. O autor, entretanto, enxerga um resultado positivo além dos números. “A questão dos cadeirantes foi amplamente abordada e discutida pela sociedade. Ganhei um prêmio da Unesco e diversas leis foram propostas. Fiquei muito satisfeito com esse trabalho”, assume Manoel Carlos.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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