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Dupla Anavitória está de volta a Campo Grande para mostrar o novo trabalho

Dupla Anavitória está de volta a Campo Grande para mostrar o novo trabalho

CRISTINA MEDEIROS

04/12/2018 - 08h46
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No fim de 2017, na Capital, a dupla Anavitória precisou de um show extra para atender a todos os fãs; em julho deste ano, lotou a plateia no encerramento do 19º Festival de Inverno de Bonito e, no dia 9 de dezembro, pretende repetir a dose em Campo Grande, desta vez, divulgando um novo trabalho.

As meninas de Araguaína (Tocantins), atualmente saboreando os louros de uma carreira musical meteórica, estão viajando o Brasil com a turnê do recém-lançado álbum “O Tempo É Agora”. Com um som mais pop, catártico e pulsante, o novo show é uma demonstração do amadurecimento artístico da dupla.

“Desde que a gente começou, o primeiro show foi criando corpo e a gente foi se entendendo no palco. Começamos a sentir falta de alguns sons, de experimentar lugares diferentes. O trabalho amadureceu, foi crescendo e contribuiu para o novo som”, explicou Ana Clara Caetano, 23 anos, ao telefone, durante o trajeto até a cidade de Lageado.

Com 11 faixas escritas, o segundo álbum da dupla foi gravado entre maio e junho deste ano, em Hollywood, na Califórnia. “Nesse segundo disco, o processo foi mais consciente. Sabia onde queria chegar com as músicas”, diz Ana, que compôs quase metade das músicas do novo disco e assina as demais canções com parceiros.

Quase toda a banda que acompanhou a dupla nas gravações era composta por estrangeiros. “O Moogie [coprodutor do novo disco, junto a Tiago Iorc] buscou músicos que falavam essa língua. Ele deu os nomes que acreditou que chegariam mais facilmente nesse som”, diz Vitória Falcão, 23.

O guitarrista Tim Pierce já gravou em discos de Michael Jackson, Avril Lavigne, Madonna, Bon Jovi, Phil Collins, Celine Dion, Bruce Springsteen e Elton John. Sean Hurley, o baixista, já acompanhou 
John Mayer, Lana Del Rey, Lady Antebellum, Alanis Morissette, Colbie Caillat e Alicia Keys. E a bateria é de Jamie Wollam, da banda Tears for Fears. O único brasileiro, Roberto Pollo, é o tecladista, radicado em Los Angeles.

“No nosso primeiro álbum, tínhamos pouca experiência. Entramos muito cruas no estúdio”, conta Vitória. “Depois do primeiro disco, gravamos EPs, o que nos deu mais experiência, e ficamos dois anos em turnê. Isso muda muito. Você entende o que quer falar”.

A mudança é perceptível não só no repertório, mas na parte instrumental. Os violões, que dominavam o primeiro álbum, “Anavitória” (2016), só aparecem em duas faixas do segundo disco – “Porque Eu Te Amo” e “Dói Sem Tanto”.

“Queríamos que nosso show crescesse e fosse mais forte. Sentíamos falta de pressão”, contaram. As duas também seguiram influências dos sons dos anos 1980 e 1990 no novo álbum. “São músicas que a gente cresceu escutando e que têm uma memória afetiva”, disse Ana. “Tivemos várias referências, mas a música que desencadeou isso foi ‘Angels’, do Robbie William’”.

Sobre a aceitação deste novo trabalho pelo público, mesmo com pouco tempo de lançamento, Vitória define: “Tem sido muito fácil, notamos que tem muita gente nova em nossos shows, pessoas que vão pela primeira vez. Claro que permanecem aquelas que nos acompanham desde o início, mas expandiu para outras pessoas também”.

Ana e Vitória são amigas de escola que, apenas dois anos depois de juntarem as vozes e os nomes na dupla, voaram de Araguaína (Tocantins) para o panteão da música pop contemporânea brasileira. Em 2017, conquistaram o Grammy Latino, com a canção “Trevo”, e um disco de platina duplo, com o single “Fica”. E, em 2018, apresentaram-se no Rock in Rio Lisboa. 

No show “O Tempo É Agora”, para continuar agradando aos fãs, a dupla divide o repertório das músicas novas com os primeiros sucessos, que continuam na boca dos fãs. Assim, será possível ouvir “Trevo”,  “Singular”, “Cor de Marte”, “Agora Eu Quero Ir” e “Chamego Meu”.

Sobre gravar canções em outros idiomas, a dupla é consenso. “Não pensamos nisso, não passa pela nossa cabeça. Fizemos apenas um single com o produtor Dudu Borges recentemente, gravando ‘Oceans’”. A música faz parte de um vídeo do produtor musical lançado para a série “Analaga Praise+”, que já contou com Luan Santana, Thiaguinho e Solange Almeida.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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