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Rio Grande do Sul

Estudo revela moléculas ligadas ao surgimento de doenças autoimunes

Publicado na revista Science, o estudo oferece insights valiosos para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para essas condições

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Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (4) identificou moléculas que podem estar associadas a doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, asma e esclerose múltipla. Publicado na revista Science, o estudo oferece insights valiosos para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para essas condições.

O foco da pesquisa foi a análise dos intensificadores ativos de RNA e suas conexões com doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico ataca o próprio corpo. Esses intensificadores são responsáveis pela produção de pequenos segmentos de RNA, a molécula que influencia a produção de proteínas e a expressão genética. Variações genéticas nesses intensificadores podem resultar em deficiências na expressão genética, afetando o funcionamento celular.

Um exemplo são as células T, cruciais para o sistema imunológico. Alterações nos intensificadores podem comprometer o desempenho dessas células, especialmente nos intensificadores bilaterais, presentes em ambas as fitas do código genético e, portanto, mais funcionais. Os pesquisadores compararam essas variações em células T com um banco de dados genético, analisando quase 1 milhão de células T.

A partir dessa análise, foram catalogados 136 grupos de células T com alta variação genética e identificados cerca de 62 mil intensificadores ativos. Para detectar esses intensificadores, foi desenvolvida a nova tecnologia ReapTEC. Yasuhiro Murakawa, líder da equipe do Riken, no Japão, e professor da Universidade de Kyoto, explicou que a técnica permitiu uma melhor identificação dos eRNAs, pequenos segmentos de RNA produzidos pelos intensificadores.

"Esta nova tecnologia nos permitiu detectar eRNAs de uma ampla variedade de células T, criando uma base para integração com os resultados de um grande estudo de associação genômica de doenças autoimunes", disse Murakawa, coautor da pesquisa. Esse estudo de associação genômica, conhecido como GWAS, oferece informações sobre variações genéticas e suas relações com doenças do sistema imunológico.

Comparando os dados do GWAS com as descobertas sobre as células T e seus intensificadores, os pesquisadores concluíram que 606 dos mais de 62 mil intensificadores de RNA identificados estavam associados a 18 doenças imunomediadas, incluindo esclerose múltipla, asma, lúpus e diabetes tipo 1. A pesquisa também identificou intensificadores relacionados à Covid-19, devido ao impacto global da doença.

"Queríamos analisar os mecanismos moleculares que levam a quadros graves de Covid e hospitalização, além das infecções leves habituais. Encontramos alguns intensificadores associados à Covid presentes em primatas, mas ausentes em ratos", afirmou Murakawa.

O cientista acredita que o estudo pode melhorar os tratamentos para essas doenças. "Ao revelar as moléculas envolvidas no surgimento de doenças autoimunes analisadas neste estudo, podemos obter uma compreensão abrangente dos mecanismos e vias moleculares específicas, contribuindo para o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes", concluiu.

*Com informações de Folhapress

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Especial B+: Outubro Rosa: Como cuidar da pele durante o tratamento de câncer?

A prevenção começa com o autoexame, que a própria mulher deve fazer mensalmente a partir dos 20 anos de idade, apalpando as mamas.

05/10/2024 17h00

Especial B+: Outubro rosa: Como cuidar da pele durante o tratamento de câncer?

Especial B+: Outubro rosa: Como cuidar da pele durante o tratamento de câncer? Foto: Divulgação

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A campanha Outubro Rosa é realizada mundialmente com a intenção de alertar sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama, que é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todo o Brasil.

Segundo o Dr. José Roberto Fraga Filho, dermatologista membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Diretor Clínico do Instituto Fraga de Dermatologia, não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é considerada o mais importante.

A prevenção começa com o autoexame, que a própria mulher deve fazer mensalmente a partir dos 20 anos de idade, apalpando as mamas.

Ele deve ser feito entre o quarto e o sexto dia depois do fim do fluxo menstrual. As mulheres que não menstruam devem escolher uma data para fazer a avaliação. É importante ficar atenta a sinais e sintomas como:

  • Nódulos palpáveis na mama ou região das axilas;
  • Alterações na pele que recobre o local do nódulo;
  • Região da mama com aspecto parecido a uma casca de laranja;
  • Saída de secreção de aspecto sanguinolento pelo mamilo

O tratamento é dividido em três tipos: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Não necessariamente o paciente vai precisar dos três, mas todos tem em comum uma lesão na nossa pele.

A quimioterapia é um tratamento através de drogas injetadas na nossa corrente sanguínea que irão combater as células cancerígenas, como efeito colateral temos um ressecamento e descamação, levando a quebra de barreira de proteção que temos e facilitar a entrada de bactérias causando infecções.

Outro efeito colateral bastante frequente é a queda de cabelo durante o período da quimioterapia, chamado de Eflúvio Anageno, que é um processo na qual há uma perda temporária dos fios de cabelo.

Já a radioterapia diferente da quimioterapia é um tratamento localizado, onde na área tumoral são aplicadas radiações ionizantes com o efeito de levar a morte de células malignas.

Como efeito colateral em quase 100% dos casos, temos uma queimadura superficial da pele com escurecimento da mesma chamada radiodermite. Também é um processo temporário podendo deixar uma mancha escura no local da aplicação.

O dermatologista entra para auxiliar o mastologista a diminuir os efeitos deletérios do tratamento, visando que o paciente durante essa fase tenha o menor desconforto possível.

“Visto que tanto a quimioterapia como a radioterapia levam a um ressecamento da pele, o paciente precisa de uma hidratação mais vigorosa, através da ingestão de 2 a 3 litros de água por dia, uma hidratação tópica através de cremes e óleos hidratantes e por último evitar que a pele desidrate mais devido a banhos quentes e demorados”, explica Dr. Fraga.

Diferente do câncer de pele em que as radiações ultravioletas dos raios solares são o grande vilão, no câncer de mama não há essa relação, porém durante o tratamento essa exposição solar exagerada deve ser evitada visto que a pele está com suas defesas diminuídas e isso sim pode vir a desenvolver câncer de pele no futuro.

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Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets

Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) revelam que 20% dos casos no Brasil são descobertos tardiamente

05/10/2024 15h00

Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets

Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets Foto: Divulgação

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O Brasil possui atualmente uma média de 84 milhões de pets nas residências, sendo 54 milhões de cachorros e 30 milhões de gatos. Por isso, o alerta deste Outubro Rosa fica também para os tutores, já que os animais podem sim desenvolver câncer de mama, principalmente as fêmeas. Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) revelam que a doença afeta até 45% das fêmeas caninas e 30% das fêmeas felinas.

A neoplasia mamária é o tipo de câncer mais frequente, representando entre 50 e 70% de todos os tumores. “As fêmeas são mais predispostas e o tumor de mama acaba sendo o mais comum nas cadelas; enquanto que entre os felinos é o terceiro com maior incidência. Em cães machos a probabilidade é baixa, porém tem alta malignidade”, salienta a médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), Dra. Aline Ambrogi.

Estudos indicam que as principais causas do câncer em pets estão relacionadas a predisposição genética, variações hormonais, má alimentação e condições adversas no ambiente em que convivem. A maior incidência de tumores mamários ocorre em cadelas a partir dos 8 anos de idade, que não foram castradas e que possivelmente tenham tomado injeções anticoncepcionais.

“Diante do risco da doença, é importante que o tutor fique alerta quanto ao surgimento de nódulos nas mamas do animal. Com certa frequência, é necessário que se faça uma avaliação, posicionando o pet de barriga para cima e apalpando suas mamas. É importante salientar que cadelas possuem 5 pares, enquanto que os felinos quatro”, informa. “Caso seja identificado caroços ou bolinhas na região, é indispensável levar o animal para uma avaliação médica”, explica a médica-veterinária da UniFAJ.

Outros sintomas que podem indicar que o animal está com câncer de mama são: dores na região das mamas; presença de secreções na região mamaria; apatia; falta de apetite; febre; e dificuldade respiratória quando há evolução para metástase pulmonar.

Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets  Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets   - Divulgação

Diagnóstico tardios dificultam tratamento:

O câncer de mama em pets tem cura, mas, assim como nos humanos, precisa ser diagnosticado precocemente. Dados do CFMV revelam que 20% dos diagnósticos são tardios, o que dificulta ainda mais o tratamento. Cerca de 50% dos tumores mamários em cadelas são malignos e podem ter comportamento agressivo ou metastático. Entre os gatos, aproximadamente 90% dos tumores são malignos e agressivos, e 80% tendem a metastatizar em um ano.

O tratamento é realizado com base no tipo de tumor, complexidade e em que estágio a doença se encontra. A partir daí, o cuidado inicial é a remoção cirúrgica, com margens amplas, e pode ser seguido ou não de tratamento quimioterápico.

Apesar do prognóstico favorável, Aline recomenda que os tutores ajam de forma preventiva, realizando check-up em cães e gatos a cada seis meses, e o principal: a castração! “O tumor mamário dependente de questões genéticas e hormonais para se desenvolver e a castração cessa essa produção. A recomendação é castrar cadelas e gatas, após o primeiro cio, e evitar o uso de anticoncepcionais e ‘injeções anti cio’”, alerta Aline.

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