Dica da Semana: “Eu, Capitão”
Filme indicado ao Oscar de 2024 conta a jornada de dois jovens senegaleses que tentam imigrar para Itália
A crise migratória é um dos principais desafios no mundo contemporâneo, sendo extensamente debatida por todas as esferas da sociedade. Cenários políticos e humanitários conturbados fazem com que milhões de pessoas saiam dos seus países de origem para buscar melhores condições de vida em outros lugares do mundo. No entanto, o caminho até o destino final não é nada fácil e, muitas vezes, essas pessoas acabam passando por situações desumanas, vítimas de um mercado perverso de tráfico humano. Esse é um pouco o enredo de “Eu, Capitão”, longa italiano indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional de 2024 e disponível na Apple TV, no Google Play Filmes e na Amazon Prime Video.
Dirigido por Matteo Garrone, o longa se propõe a dar um rosto às histórias de muitos refugiados que aparecem na mídia como apenas mais uma estatística. Em “Eu Capitão”, Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall) são dois adolescentes de 16 anos de idade que vivem na periferia de Dakar, no Senegal. Primos, os personagens possuem uma vida simples, mas com fortes laços familiares e de tradições culturais. Os dois são apaixonados por música e gostam de passar o tempo livre criando suas próprias canções, além de sonhar que serão cantores famosos na Europa algum dia.
Movidos por esse sonho e o desejo de proporcionar uma vida melhor para os seus familiares, Seydou e Moussa decidem usar todo o dinheiro que haviam economizado trabalhando para tentar imigrar ilegalmente para a Itália, em uma travessia pelo Deserto do Saara e o Mar Mediterrâneo. Porém, ao longo do caminho, os dois vão ser confrontados com situações muito perigosas, degradantes e desumanas, que irão escancarar a perversidade dos mercados ilegais que se formam a partir da miséria humana. O medo de não conseguirem concluir a jornada e nunca voltarem a rever suas famílias é constante, ao mesmo tempo em que alguns encontros ajudam a manter uma faísca de esperança.
Dilemas contemporâneos
Série original brasileira da Disney Plus tem Bruna Marquezine e Sérgio Malheiros como protagonista, em trama sobre vida amorosa, amizades e amadurecimento
Uma nova série original brasileira da Disney Plus vem fazendo bastante barulho na internet por misturar dois pontos chaves das produções nos dias atuais: um elenco conhecido e uma história de fácil identificação para o público jovem. A comédia romântica “Amor da Minha Vida” terá dez episódios e chega na plataforma de streaming no dia 22 de novembro abordando temas como relacionamentos, desilusões amorosas e amizade. A produção original é protagonizada pelos atores Bruna Marquezine e Sergio Malheiros, que compõem o elenco ao lado de outros nomes como Sophia Abrahão, Danilo Mesquita, Malu Rodrigues, João Guilherme e Fernanda Paes Leme.
Ambientada na cidade do Rio de Janeiro, “Amor da Minha Vida” conta a história de Bia (Marquezine) e Victor (Malheiros), que são melhores amigos, apesar das personalidades opostas. Enquanto ela é uma pessoa impulsiva que não acredita no amor e coleciona relacionamentos que não significam nada, ele está preso em um namoro de longa data que se tornou tedioso com os anos. Apesar de possuírem temperamentos distintos, os amigos são confidentes um do outro, o que, ajudado pela química entre os atores, faz com que os espectadores acreditem na autenticidade daquela amizade, onde opostos se complementam e se ajudam.
Quando a série começa, Bia começa a se envolver com Marcelo (Mesquita), que faz o seu coração balançar de uma forma nova. Ao mesmo tempo, Victor enfrenta uma grande desilusão amorosa ao descobrir que sua namorada o traiu. Em meio a todos esses conflitos internos, os personagens vão atravessar uma jornada de autoconhecimento e escolhas amorosas que podem levá-los a caminhos irreversíveis, inclusive em relação a sua própria amizade. “Amor da Minha Vida” é uma série repleta de dilemas contemporâneos que mistura humor, drama e romance de uma maneira sensível que pretende fazer com que os jovens telespectadores se conectem com os personagens da tela.
Beleza da vida
Novo filme da Netflix conta a história real de perseverança de três cientistas britânicos para conseguirem desenvolver a tecnologia de fertilização in vitro
Ao longo da história, algumas tecnologias no campo da medicina foram tão significativas que se tornaram verdadeiros marcos na produção do conhecimento científico. Uma delas é a fertilização in vitro (FIV), uma técnica criada nos anos 1970 que permitiu com que várias pessoas com dificuldade para engravidar conseguissem ter um filho. Isso porque a FIV consegue fecundar um óvulo em laboratório e, depois, transferir o embrião para o útero da mãe. A história por trás desse feito será contada no novo filme da Netflix, “Joy”, que acompanha os cientistas Robert Edwards (James Norton), Patrick Steptoe (Bill Nighy) e Jean Purdy (Thomasin McKenzie), todos britânicos.
O longa será disponibilizado no dia 22 de novembro na plataforma de streaming e conta com a direção de Bem Taylor, conhecido pela série “Sex Education”. A trama se passa ao longo de 10 anos da vida dos protagonistas, que dedicaram esse tempo à pesquisa da fertilização in vitro. Apesar de hoje em dia esse ser um procedimento muito normalizado pelas pessoas, na época em que os cientistas estavam desenvolvendo a pesquisa, eles eram alvo de muita retaliação por parte de membros conservadores da sociedade, o que será bastante explorado ao longo da história.
“Joy” irá acompanhar os protagonistas até o nascimento da primeira bebê concebida através da fertilização in vitro, a britânica Louise Joy Brown, que nasceu em 1978, saudável. Uma questão interessante é que o filme é contado a partir da perspectiva de Jean Purdy, que apesar da resistência da própria família (que era contra o seu trabalho), conseguiu criar uma relação de grande empatia e acolhimento para com as mulheres que participaram do teste da fertilização in vitro. Ela era uma das profissionais que melhor entendia as pressões sociais que uma mulher sofre quando o assunto é gerar filhos.