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Fim de semana conta com rock pesado, estreia nos cinemas e lançamento de livro

Expoente mundial do rock pesado, Angra volta a Campo Grande para show histórico neste sábado, com abertura das bandas Mind Evil e Shadows Legacy; e tem mais rock no Buteco do Miau, espetáculo infantil no Sesc Prosa e novo longa de Fernanda Montenegro

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Depois de mais de uma década sem se apresentar na Capital, o que acabou motivando até uma petição pública tempos atrás, a banda Angra está de volta para uma apresentação que pode ser considerada histórica – é amanhã, no Clube Estoril.

Expoente mundial do heavy metal, especialmente do power metal (mais rápido e com influências da música clássica), com turnês concorridas, altas vendagens de seus álbuns e fãs ardorosos da América Latina ao Japão, onde conquistou o primeiro disco de ouro, o grupo chega por aqui em tom de despedida.

Ou quase: é que desde o anúncio da nova turnê, em 2024, a banda – leia-se o guitarrista Rafael Bittencourt, único integrante da formação original e chefão do Angra – informou que faria uma pausa sem data de retorno após mais essa excursão internacional.

Criado em 1991, em São Paulo (SP), por estudantes de música e virtuoses, o Angra experimentou crossover do metal com ritmos brasileiros antes mesmo que o Sepultura.

E revelou ao mundo ícones do gênero, como o vocalista André Matos (1971-2019), que foi da Viper antes do Angra e que, ao lado de Luis Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria) – também ex-integrantes do grupo –, montou o Shaman; e o guitarrista Kiko Loureiro, que tocou no Megadeth (de 2015 a 2023), lançou videoaulas e segue em carreira solo.

Mais do que tudo isso, o Angra lançou 10 álbuns de estúdio muito elogiados, pela coesão conceitual, pela inspiração e pela fúria – e seus integrantes costumam ser bem potentes no palco.

Um dos álbuns poderosos, considerado por muitos o seu melhor trabalho, é “Temple of Shadows” (2004), que alimenta a turnê “Temple of Shadows 20th Anniversary Tour – Interlude”, prevista para rodar até agosto.
Como já fez com “Angels Cry” (1993), “Holy Land” (1996) e “Rebirth” (2001), discos que mereceram turnês de celebração 20 anos depois do lançamento, o Angra reapresenta, na atual excursão, o repertório de “Temple of Shadows” na íntegra. São 13 faixas de arrepiar e fazer bater a cabeça de qualquer mortal.

Quer dizer, a intro “Deus Le Volt!” e a apoteótica “Gate XIII”, que encerra o álbum, são mais contemplativas, uma vez que o Angra se encontra com mais força, digamos, com a sua porção sinfônica. Mas as outras faixas não são menos que pérolas do metal, isto é, de deixar qualquer headbanger de queixo caído.

Se você nunca ouviu o disco, que foi criado sob a inspiração da saga de um cavaleiro do século 11, extraído das Cruzadas medievais, vá diretamente a “Spread Your Fire”, a “Waiting Silence” ou a “Wishing Well”, por exemplo. Mas ali tudo vale muito a audição.

A formação que aporta em Campo Grande traz, além do mentor Rafael Bittencourt (guitarra base e teclado), Felipe Andreoli (baixo e teclado), Bruno Valverde (bateria), Marcelo Barbosa (guitarra solo) e o italiano Fabio Lione (vocais).

Os ingressos ainda disponíveis, via articket.com.br, custam R$ 110 (meia-entrada) e R$ 130 (ingresso social), ambos para a área VIP e mediante a entrega de 1 kg de alimento não perecível. A área premium já está esgotada.

A partir das 19h, com Mind Evil e Shadows Legacy, já vai ter som ao vivo rolando. O Angra entra em cena às 22h. Programão!
(Marcos Pierry)

MIAU ROCK

O rock autoral também vai rolar solto no Buteco do Miau. 

Três bandas locais se apresentam por lá na noite de hoje: Peixes Entrópicos, Ovelhas Elétricas e Dr. Soup. Das três, a mais veterana, com 10 anos de estrada, é a Peixes, que volta aos palcos depois de um tempo meio sumida.

“Convidamos as Ovelhas e a Dr. Soup porque também precisamos de energia nova nos palcos da cidade. É importante que as bandas e os artistas que atuam há mais tempo se atentem ao que acontece de novo e busquem formar parcerias”, opina João P. Abdo, contrabaixista da Peixes Entrópicos. Ingressos a R$ 15 com bilheteria somente no local (Av. José Nogueira Vieira, nº 1.303, Tiradentes).

A Peixes Entrópicos surgiu em 2015 com o estilo autodenominado “pop-sonhador-delicinha”, que é uma brincadeira envolvendo um dos estilos que norteia o som deles, o dream pop, bem como o nome de uma faixa do disco “Peixes Entrópicos”, de 2017.

A banda cria uma imersão sonora por meio de melodias que causam a sensação de profundidade e espacialidade, com letras a respeito dos conflitos relacionados à existência e o posicionamento das pessoas no mundo enquanto sujeitos.

Na ativa desde 2015, a banda – que completa 10 anos – já se apresentou nos principais redutos musicais e culturais de Campo Grande, inclusive dividindo o palco com importantes nomes da cena independente nacional, como Vitor Brauer e Gorduratrans.

Com um álbum homônimo lançado, disponível nas principais plataformas de música, a banda trabalha para novos lançamentos ainda neste ano. Atualmente, a Peixes é composta por Higor Müller (voz/guitarra), Leandro Bezerra (bateria), Gustavo Tonani (guitarra) e João P. Abdo (contrabaixo). Confira mais no perfil 
@entropeixes no Instagram.

MÊS DA MULHER

Dois eventos hoje, ambos às 19h, seguem marcando o Dia Internacional da Mulher. 

No Sesc Prosa (Rua Anhanduí, nº 200, Centro), Jackeline Mourão e Reginaldo Borges recebem o público para a sessão de lançamento do curta-metragem “Corre!”, dirigido pela dupla, a qual é conhecida pelo trabalho com dança contemporânea permeado por um intenso laboratório de experimentações em vídeo.

Curta-metragem de Jackeline Mourão e Reginaldo Borges que traz no elenco, entre outros nomes, Renata Leoni (foto); hoje, 19h, no Sesc Prosa - Foto: Divulgação/Regi Borges

O filme propõe um mergulho no cotidiano das mulheres, “evidenciando desafios, preconceitos e as múltiplas formas de violência enfrentadas diariamente”. Segundo o material de divulgação da produção, “a obra propõe uma reflexão sobre empoderamento, resistência e a força criativa feminina diante das pressões sociais”.

Foi sensibilizada por abortos malsucedidos e outros episódios trágicos envolvendo a condição da mulher e a maternidade que a jornalista e psicanalista Eliene Smith escreveu “Não Quero Ser Mãe”.

O romance, com lançamento no Senac Hub Academy, apresenta “uma jornada íntima e visceral por meio dos olhos de uma jornalista que, ao conhecer Camila, uma adolescente grávida abandonada pelo namorado, mergulha em uma realidade brutalmente honesta e profundamente comovente”. O livro ganha publicação pela Life Editora.

“O Estado não fala tão abertamente sobre o tema, e a gente fala muito sobre doenças sexualmente transmissíveis, mas acaba desprezando a questão do planejamento reprodutivo, que deveria ser discutido dentro das escolas. Muitos pais também não falam dentro de casa com seus filhos. Então, por mais que estejamos em uma sociedade que parece estar tão bem informada, na verdade não está, e tudo isso me levou a querer debater o assunto, para que possamos trabalhar mecanismos de prevenção e discutir alternativas”, resume a autora.

TEATRO - "FALA BICHO"

Foto: Divulgação

Espetáculo reunindo um narrador, um músico e uma acrobata da Cia Habilidoces, que, por meio da contação de histórias, dá vida a “personagens encantadores que habitam os contos populares e a literatura infantojuvenil brasileira”; amanhã, 16h, no Sesc Prosa.

CINEMA - "VITÓRIA"

Foto: Divulgação

Longa-metragem estrelado por Fernanda Montenegro, baseado na história de uma mulher que grava imagens do tráfico no Rio de Janeiro e entrega para a polícia.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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