Quando a atriz Thais Muller tinha apenas 7 anos de idade, ela viveu sua primeira personagem na TV, a Fátima da novela O Cravo e a Rosa, exibida entre 2000 e 2001 e atualmente em reprise na Rede Globo, na verdade um dos maiores sucessos da emissora no horário das 18h. Thais vai completar 30 anos, e segue firme e forte em sua carreira de atriz.
Em destaque no teatro e também na moda (ela é formada em designer de moda e é dona de duas marcas), seu trabalho mais recente foi em Gênesis (2021) na Record TV, onde fez o mesmo papel que a mãe.
Thais é filha dos também atores Anderson Müller e Marcela Muniz e está em cartaz com a peça Zoológico de Vidro, em São Paulo (SP), em que também atua como produtora.
Além de O Cravo e a Rosa, ela também teve destaque, ainda menina, em obras como: O Quinto dos Infernos (2002) e Kubanacan (2003).
Após participações na TV, no cinema e no teatro, voltou às novelas já adulta, na Record. Ela atuou também em Lia (2018), Topíssima (2019).
Thais conversou com exclusividade com o Correio B+ e contou pra gente sobre a sua trajetória, projetos e atuações.
CE - Thais, mais uma vez “O cravo e a rosa” foi exibida na TV Globo. A novela marca a sua estreia quando você tinha 7 anos. Que lembranças traz desse trabalho?
TM - As melhores lembranças de um trabalho lindo! Foi minha primeira novela, eu era a mascote do elenco literalmente e fui recebida da forma mais bonita!
A gente estava muito feliz fazendo a novela e acho que isso passou pra tela, tanto que ela é muito amada e aceita pelo público também.
CE - Você costuma se assistir? É crítica?
TM - Não assisto muito por causa do horário, mas sempre que dá vejo sim! Olha, eu sou bem crítica comigo, mas a Fátima, minha personagem na novela, eu só vejo com muito amor! Era natural pra eu fazer ali, não tinha muito o que me preocupar, era outra época de hoje.
Faz tanto tempo que parece que não sou eu ali (risos) a Fátima é fofa demais da conta!
CE - Se arrepende de ter começado tão cedo? Deixou de viver alguma coisa por conta da carreira?
TM - Nem um pouco! Acho que a profissão me trouxe muitas coisas boas na vida, principalmente disciplina, foi muito importante pra mim desde cedo trabalhar e entender o que era isso de fato. Ficou mais fácil depois pra minha vida adulta (risos).
Não acho que deixei de viver nada, muito pelo contrário.
Claro, eu tinha uma base familiar muito boa que não me deixou deixar de ser criança e trabalhar ao mesmo tempo!
CE - Com mais de duas décadas como atriz. Como avalia sua trajetória?
TM - Eu estou numa fase que ando pensando muito nisso.
Eu sempre corri muito atrás do que eu quero, e venho de uma época que não tinha a internet, existiam poucos atores mirins e muitos pararam no caminho.
Então, com muita luta, me sinto privilegiada de viver do meu trabalho até hoje, há tanto tempo!
Tenho muito trabalho nas costas, mas também tenho vários muitos outros para fazer ainda. Tem coisa melhor do que trabalhar com o que se ama ?
CE - Como se vê daqui 20 anos na vida e no trabalho?
TM - Atuando, muito e realizada com meus personagens, feliz em ainda contar histórias pra vocês.
Feliz, acho que é o mais importante, né? Acredito que a felicidade atrai coisas boas, quando você está feliz na vida, o trabalho vem e vice e versa.
CE - Atualmente, você também está estreando como produtora de teatro com o clássico O zoológico de vidro, em SP. Como decidiu pela empreitada e por esse texto? Quais os desafios?
TM - Eu estava no meio de uma pesquisa para outro trabalho e Zoológico de Vidro caiu na minha mão, assim que eu li aquela história sabia que teria que encená-la.
E lá se vão 4 anos na luta pra fazer acontecer.
Pra você ver como não é fácil produzir e fazer teatro nesse país, mas nós somos resistentes e não desistimos. Essa peça escrita em 1930 e com assuntos tão atuais e tão importantes, não teria como passar batido.
Toca em assuntos que eu levo comigo na vida, como a força da mulher, a pressão externa e social, e os desafios de viver em uma sociedade tão, tão fechada ainda. Não foi fácil, mas eu estou feliz demais.
CE - E como está sendo retornar aos palcos depois de dois anos de pandemia?
TM - Incrível, da vontade de chorar toda vez que a gente vê aquela plateia lotada! O teatro alimenta e salva, acreditem! NÃO DEIXEM DE IR AO TEATRO!
CE - E já tem novos projetos em vista?
TM - A gente sempre tem, mas pra dar certo, vou guardar quietinha e assim que eu puder eu conto pra vocês :)
CE - Você tem duas marcas de moda, sendo uma sustentável. Fale sobre elas e sobre o processo criativo.
TM - Sim, a Ladotê e a Fito! A Ladotê eu criei quando acabei minha faculdade de design de moda.
Ela já passou por muitas transformações ao longo dos anos, junto comigo, o que torna ela bem a minha cara.
Hoje somos uma marca de camisaria unissex que está crescendo como nunca, bem versátil pra todos usarem.
E nesse mundo da moda eu fui percebendo que ou a gente olhava para o mundo como um todo, ou a gente olhava para o mundo (risos), foi aí que veio a ideia da Fito, uma marca de blusas sustentáveis.
Nela, não só almejamos um futuro melhor, como todas as artes estampadas nas blusas refletem os desejos da nossa sociedade como um todo.
CE - O que não pode faltar no seu armário?
TM - Eu sou tão eclética, acordo cada dia com um gosto diferente. Mas gosto de peças atemporais, que vou poder usar a vida toda. Então amo uma boa modelagem, uma calça que te veste bem, sabe?!
CE - Como é o seu autocuidado?
TM - Hoje minha relação com a beleza e meu corpo, tem muito a ver com saúde, com me sentir bem.
Eu sei que me alimentar bem e me exercitar influenciam diretamente na minha vida, rotina, disposição, cotidiano, então é mais sobre isso.
Sobre colocar a engrenagem pra funcionar, e não só esteticamente. Se eu me cuido, é pra mim, pra me sentir bem e feliz comigo mesma!
CE - Com uma marca sustentável, você também se liga em sustentabilidade no seu dia a dia?
TM - A gente aprende cada dia mais e mais, né? Mas acredito que o pouco que cada um pode fazer, já é uma diferença enorme no mundo inteiro.
E temos que pensar logo e cada vez mais nesse caminho, até porque fomos nós mesmo que fizemos tantos danos

Cristianne e Rinaldo Modesto de Oliveira
Isabella Suplicy


