Regrado, severo, humilde, educado e contador de histórias. Assim é descrito Antônio Fermiano, veterano do Regimento Sampaio da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que combateu na Segunda Guerra Mundial na Itália e que completa 98 anos nesta segunda-feira (26).
Em 23 de novembro de 1944, com seus 21 anos, Fermiano embarcava em um navio com destino à guerra sem saber se iria voltar com vida.
Ele, e outros 25.334 soldados brasileiros que realizaram o percurso durante o conflito, atravessaram o Oceano Atlântico em uma viagem de 15 dias, com submarinos alemães à espreita para tentar impedir que alcançassem o destino.
Já na Itália, o descendente de escravos teve a oportunidade de lutar, e vencer, os Nazistas do Eixo, liderados por Mussolini. Quando o brasileiro já estava perto de voltar para seu país natal, foi combater na tomada de Montese, município que era o principal objetivo do seu batalhão.
Logo na chegada foram atingidos por intenso fogo de artilharia. Após 3 dias de combate, Montese estava praticamente arrasada, das 1.121 casas da região, 833 haviam sido destruídas.
A Divisão Brasileira ganhou a batalha, mas perdeu cerca de 430 homens, entre mortos, feridos, soldados aprisionados pelos inimigos e desaparecidos.
Fermiano ficou entre os feridos. Foi atingido em 15 de abril de 1945. Mas soldado não se deixou abalar e se recuperou, motivo que lhe garantiu a condecoração da Medalha Sangue do Brasil.