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Saúde na pista

Iniciantes da maratona têm muito a ganhar com a preparação para tradicional prova

Em forma ou não para a 4ª Maratona de Campo Grande, no dia 6 de julho, iniciantes têm tudo a ganhar mesmo antes da prova com a realização de check-ups, uma dieta mais equilibrada e a garantia de boas horas de sono

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Faltando pouco mais de dois meses para a realização da quarta edição da Maratona de Campo Grande, que ocorrerá no domingo do dia 6 de julho, enquanto milhares de atletas experientes se preparam para atingir metas, quebrar recordes ou simplesmente superar seus próprios limites, corredores iniciantes podem colher os benefícios da etapa de preparação para a competição, a qual cada vez mais atrai – além de veteranos – participantes não profissionais apaixonados pelo esporte.

Especialistas afirmam que a preparação é mais difícil que a prova em si, pois são necessários de cinco a seis meses de dedicação exclusiva a esse objetivo, com progressão no volume de treinos. A maturidade do corredor e as experiências em outras provas, bem como a diversidade de percursos e climas, o preparam para distâncias mais longas.

PRIMEIRA VEZ

Por isso, para quem ainda não vai correr os 42 km, uma dica dos treinadores é fazer uma distância mais curta na maratona, para já ir se familiarizando com o percurso e com as condições climáticas do período.

Esse é o caso do corredor Arthur César D’Avila, de 41 anos, que já participou da prova três vezes: começou em 2022 correndo 7 km, fez a meia-maratona em 2023 e em 2024 e, neste ano, fará os 42 km pela primeira vez.

“Correr na Maratona de Campo Grande me ajudou muito na preparação para outras provas, pois é um percurso desafiador, que precisa de muita força física e mental. Escolhi fazer os 42 km neste ano pois completo 42 anos um dia após a prova e me senti seguro em lançar esse desafio. Já realizei seis meias-maratonas, então chegou o momento de buscar um desafio maior. E nada melhor que correr na minha cidade, onde nasci e cresci”, conta.

AINDA DÁ TEMPO

Para quem está na preparação ou pensando em começar, os treinadores Fábio Alves Pereira e André Milani, profissionais de educação física responsáveis por duas das mais requisitadas assessorias de Campo Grande, dão dicas práticas do que fazer e dizem que ainda dá tempo de se preparar, seguindo uma rotina de treinos adequada.

“Para quem está iniciando na corrida, agora é o momento para ter a experiência dos 5 km na Maratona de Campo Grande. É um tempo adequado para quem está começando, mesmo que seja no corre/caminha, dá para completar a prova, e com toda certeza vai ser uma experiência incrível”, afirma Milani.

CHECK-UP

“O primeiro ponto é a pessoa fazer um check-up geral e ir ao médico, para poder começar a realizar uma atividade física com uma segurança maior. Feito isso, o ideal é procurar um profissional de educação física que esteja apto a fazer uma planilha de acordo com as necessidades dela, para que não venha a se lesionar nessa preparação”, completa Pereira.

Segundo Milani, para quem já consegue completar os 5 km sem caminhar e acumulou alguma experiência nesse trecho, a hora pode ser a de fazer a estreia nos 10 km. São justamente essas as distâncias dos percursos que passam a integrar o evento neste ano.

“Essa mudança na prova abrange todos os níveis de corredores, desde o iniciante, que vai fazer os seus primeiros 5 km, até quem está intermediário e vai para a primeira prova de 10 km”, adiciona.

A HORA CERTA

Por sua vez, Pereira dá uma dica para quem corre identificar a hora certa de fazer a sua primeira meia maratona.
“Uma coisa que sempre gosto de falar para os meus alunos que queiram fazer os seus primeiros 21 km é que já corram pelo menos 10 km abaixo de 1 hora. Se você faz 10 km abaixo de 1 hora e consegue terminar bem, sem muito sofrimento, com um desgaste normal, consegue sim se preparar para os 21 km”, detalha.

“Quando começam a ficar mais fáceis as distâncias de 5 km e 10 km, aí é o momento para tentar fazer os 21 km. Então, o atleta vai estrear nos 21 km, vai correr algumas provas de meia-maratona e, futuramente, chegar na distância rainha da corrida de rua, que é a maratona”, diz Milani.

ALIMENTAÇÃO

A partir da meia-maratona, a preparação aumenta de volume, e o interessante é que – fora o apoio de um profissional de educação física, o qual, além dos treinos, vai instruir também sobre tênis e roupas adequadas – o atleta procure um nutricionista, a fim de que a alimentação também esteja de acordo com os novos objetivos.

“Cuidando da alimentação, seguindo uma planilha de treinamentos, treinando durante a semana e realizando os [treinos] longos do fim de semana, o corredor vai estar bem preparado para realizar os 21 km em julho”, afirma Pereira.

Saiba que, além do roteiro organizado de treinos e de uma dieta bacana, as 8 horas diárias de sono – ou ao menos 
6 horas, conforme alguns especialistas – também são fundamentais para a receita para se fazer um velocista.

42 KM SÓ NO DIA

E você sabia que quem se prepara para a maratona não corre 42 km até o dia da prova? Sim, segundo os treinadores, a preparação de um atleta para uma prova como essa envolve ir progredindo aos poucos a carga de treinos e as distâncias até chegar a, no máximo, 35 km a 38 km, para não desgastar tanto o corpo do atleta.

“A maratona exige um pouco mais de volume, e o atleta já tem que estar correndo pelo menos 21 km. O interessante é que ele já tenha vivenciado de três a quatro provas de meia-maratona, para sentir como o corpo dele responde e se o corpo aguenta correr esses 21 km em uma média de 2 horas sem tanto esforço. Aí sim começa a se preparar para os 42 km”, pontua Pereira.

A PROVA

A Maratona de Campo Grande será realizada pelas ruas da Capital e terá, além da maratona que carrega no nome, percursos de 5 km, 10 km, 21 km (meia-maratona) e o kids, especial para jovens de 3 a 13 anos. Além das provas, haverá também outras programações no evento na Cidade da Maratona (Altos da Afonso Pena).

As inscrições estão no quinto lote e as vagas são limitadas. A edição deste ano já superou a de 2024 em número de participantes, e a expectativa da organização é que chegue a 5 mil corredores. Mais informações em @maratonacampogrande no Instagram. As inscrições podem ser realizadas em maratonadecampogrande.com.br.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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