Correio B

DIÁLOGO

Inquérito civil foi instaurado pelo MPMS para aprofundar a investigação...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo deste sábado (3)

Continue lendo...

Rubenio marcelo - poeta de ms
"A partitura da solidão deixe que eu a componho... Ponho pétalas no azul dos instantes e acompanho as partidas visitadas de silêncios...”

FELPUDA

Inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) para aprofundar a investigação sobre a extensa fila de espera para a realização de exames de eletroencefalografia (EEG) em Campo Grande. Segundo aquele órgão, a medida foi tomada após a 76ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública receber uma reclamação sobre o cancelamento, sem justificativa, do exame de um paciente com epilepsia fármaco-resistente. Durante a apuração inicial da reclamação, o MPMS constatou que, embora a pessoa em questão tivesse sido reagendada, havia um problema muito maior: uma fila de espera alarmante.

Quilométrica

O processo foi solicitado pela Associação Brasileira de Epilepsia, que identificou defasagem no atendimento de pacientes que necessitam desses exames, essenciais para o diagnóstico e o acompanhamento de condições neurológicas como a epilepsia. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que 1.142 pacientes aguardam a realização do exame. Também foi informado que apenas a Santa Casa e o Hospital Nosso Lar realizam o exame pelo SUS em Campo Grande.

Cadeira

O assessor especial da Casa Civil, Dorival Betini, assumiu a chefia de gabinete do vice-governador Barbosinha. Ele auxiliará nas articulações políticas dos tucanos com os municípios e, ao mesmo tempo, contribuirá para o fortalecimento da base política de Barbosinha.

Assinaturas

Líderes partidários divergiram sobre a forma das investigações a respeito das fraudes no INSS, com associações que teriam descontado indevidamente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados desde 2019. O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), afirmou que foram coletadas mais de 171 assinaturas favoráveis à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a fraude. 

“Contundente?”

Como não poderia deixar de ser, o líder do PT,  Lindbergh Farias, defendeu a investigação sobre a fraude no INSS e afirmou que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União estão realizando “investigação contundente”. Segundo o petista, uma CPI presidida por uma liderança do PL não vai ajudar em nada. Como se vê...

Em festa

O Trend Fest by Summit foi idealizado por Maicon Dantas, Zoraime Coscioni e Maria Adelaide Noronha, com objetivo de mostrar as novidades no segmento de eventos. O encontro aconteceu no Yotedy, e durante a festa foi realizado um desfile da estilista Martha Medeiros pela loja Mylla Braga. As fotos são do Studio Vollkopf.

Aniversariantes

SÁBADO (3)

  • Marcia Scarabel, 
  • Marta Tannous, 
  • Paula Camilla Maldonado, 
  • Ana Paula Franco,
  • Kleber Geleilate Dittmar,
  • Domingos Savio Pereira,
  • Luiz Alberto Ramalho Pedrosa, 
  • Maria Idalina Martins Resstel,
  • Hélvio Miagui Higa,
  • Milton Roberto Becker, 
  • Onofre Lopes da Silva, 
  • Valdemir Almeida Monteiro, 
  • Juarez Altair Mateus, 
  • Luiz Toshiharu Mise, 
  • José Luiz Maluf Braga,
  • Eleonor Sebben,
  • José Rivassi da Motta,
  • Marinalva de Jesus Batista,
  • Rafael Alex Podin Neto,
  • Artur Robison Salomão,
  • Grimaldo Borges de Freitas,
  • Willian Gomes Frazão, 
  • Selma Queiroz Silva,
  • Paulo Sérgio da Silveira Lemos,
  • Patrícia Maria de Souza Medeiros Prestes, 
  • José Carlos Medeiros Rocha,
  • Arlete Pitthan, 
  • Dr. André Buainain, 
  • Delcindo Afonso Vilela Júnior,
  • Mauro Farias Insfran,
  • Vera Regina Dalcin Baur,
  • Rudi Carlos Aquino,
  • Maria Margareth Escobar Ribas Lima,
  • Tamara Denise Soares Barbosa,
  • Flávio da Costa Britto Neto, 
  • Ana Paula Sivieiro Leite,
  • Dejair Gomes,
  • Élber Stilten de Souza,
  • João Gomes,
  • Dr. Paulo Cesar Pereira,
  • Maria Ilsa Silva Ferreira,
  • João da Cruz Pacheco,
  • Flávio Roberto Godoy,
  • Jandira Ferro,
  • Marlene da Silva Alves,
  • José Carlos Gazal,
  • Waldir Gonçalves,
  • Selma Pinto,
  • Renato Barbosa de Oliveira,
  • Jacira Maria Vilanova Maia,
  • Iranilda Rezende Lara,
  • Horácio Cardin dos Santos,
  • Claudia Fernandes Lima,
  • Ione Jussara de Mattos,
  • Marcelo Gulim Neto,
  • Elizabeth Maria Machado Puccinelli, 
  • Dr. Paulo César Branquinho, 
  • Maura Teodoro Jajah, 
  • Deine Garcia Azambuja,
  • Ana Lúcia Cerveira,
  • José Carlos Lopes,
  • Paulo Henrique Vieira,
  • Angela Maria Ramirez,
  • Inêz Loureiro,
  • Dirce Centurion da Silva,
  • Enio Luiz Gasparetto,
  • Amarildo Gelain,
  • João Eduardo Fernando Ferrari,
  • Orlando Vicente Abate Sacchi, 
  • Claudia Sampaio da Silva Dichoff,
  • Maria Eunice Barbosa,
  • Maria Elina da Silva, 
  • Edirnalva Rodrigues Zorzenon, 
  • Franco Maegaki Ono, 
  • Maria José Gonçalves Balvedi, 
  • Luiz Antônio de Campos Destro,
  • Ana Carla Soares Jacintho Siqueira Fiani,
  • Bruno Fernandes Baraldi.

DOMINGO (4)

  • Jamile Tannous, 
  • Maria Antonieta Amorim dos Santos, 
  • Deborah Morbin, 
  • Oscar Augusto Teixeira Neto, 
  • Irineu Kraicvski, 
  • Dacildes Fidelis de Souza,
  • João Carlos Guasso, 
  • Telma Barbosa de Souza, 
  • Gilson Rodolfo Martins, 
  • José Aparicio Moreira dos Santos, 
  • Maria Fátima Ferreira Livoratti,
  • João Gabriel dos Santos Vilalba,
  • Jorge Jacob, 
  • Diná Haluco Tamasiro,
  • Gilson Gibaile, 
  • Nauyr Cavalheiro Flores, 
  • José Antônio Carriço de Oliveira Lima, 
  • Antônio Arbex, 
  • Wilmar Nery da Silva,
  • Selma Nunes Pereira Nascimento, 
  • Luis Carlos Campos de Moraes,
  • Cristina Chramosta,
  • José Americo Oliveira Garcia,
  • Dra. Maisa Castecki Meira Barros, 
  • Evair Costa Garcia,
  • Humberto Tadeu Lugli,
  • Nelson Gonçalves de Lima, 
  • Selma Cristina de Oliveira Silva Baptista, 
  • Nadia Maria Amado Costa Real,
  • Geraldo Tadeu de Melo, 
  • Yvone de Souza Espírito Santo,
  • Ademar Vieira Júnior (Coringa),
  • Cecília Massako Yonamine,
  • Alfredo Kenji Yamamoto,
  • José Moreira dos Santos,
  • Maria Flordelici Ferreira,
  • Ana Carla Gomes Rosa,
  • José Rosendo de Almeida Junior,
  • Maurina Jacinto de Oliveira,
  • Maura de Oliveira Siqueira,
  • Raquel Miranda Paniago,
  • Camila Amaral Garcia Vieira,
  • Aristides Villalba Sanchez,   
  • Edna Maria Venturini,
  • Marcelo Ferrreira Girão,
  • Maria Raquel Leite Brun,
  • Cláudio Luiz Correa Echeverria,
  • Vinicius Echeverria Brites,
  • Eliuda dos Santos Morais,
  • Gilson Ferrucio Pinesso,
  • Elba Terezinha Cherbakian,
  • Dr. Eduardo Vargas Aleixo, 
  • Rafael Cândia,
  • Vinicius Serrou D’Oliveira Mariano,
  • Sônia Fátima dos Reis Calzolaio,
  • Gabriel Chelotti Gonçalves,
  • José Scaransi Netto,
  • Felippe Nimer Leite,
  • Ana Luiza Leão Congro de Matos, 
  • Andrea Francisco de Mello Chiesa, 
  • Sonia Regina Teruya,
  • Paulo César Bogue e Marcato, 
  • Alcineia Aparecida Sangalli,
  • Marlete Freitas Sippel,
  • Mirna Aquemi Yasumoto Yamamoto,
  • Everton Floriano Pancini,
  • Adriana Rodrigues Bruzadin,
  • Dra. Cíntia Grundler,
  • Livia Cristine Darin.

Colaborou Tatyane Gameiro

DE GRAÇA E NA RUA

2º Campo Grande Jazz Festival

15/12/2025 11h30

Felipe Silveira e Daniel Dalcantara

Felipe Silveira e Daniel Dalcantara Montagem / Divulgação

Continue Lendo...

Após uma primeira edição histórica em 2024, com apresentações em terminais de ônibus e no Armazém Cultural, onde, inclusive, a Urbem conheceu Ryan Keberle, o Campo Grande Jazz Festival deste ano se volta exclusivamente para espaços a céu da capital sul-mato-grossense com grande circulação de pessoas.

É a edição “rua” do festival, que acontece de quarta-feira a domingo, levando o jazz para o cotidiano da população campo-grandense.

A programação vai contar com uma série de cinco jam sessions, sendo três em terminais de ônibus, uma na Rua 14 de Julho (esquina com a Avenida Afonso Pena) e uma na Avenida Calógeras, próximo à Plataforma Cultural.

Sob a condução do produtor musical Adriel Santos, intercâmbios criativos unirão músicos experientes da cena local e nacional, explorando a espontaneidade do jazz tradicional e proporcionando encontros musicais de grande importância para o cenário musical sul-mato-grossense.

Felipe Silveira e Daniel DalcantaraFoto: Divulgação

“O festival busca promover a inclusão cultural, contribuir para o bem-estar social e fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade cultural da comunidade de Campo Grande. O jazz misturado ao tecido urbano é uma aposta estética e um jeito de levar a experiência musical para onde as pessoas estão”, afirma o músico e coordenador do evento.

Nos terminais de ônibus, o festival propõe intervenções musicais descontraídas e cheias de vigor, desconstruindo a rotina e oferecendo uma experiência inesperada a trabalhadores, estudantes e todos que passam por ali.

Felipe Silveira e Daniel DalcantaraDaniel Dalcantara (SP) - Foto: Divulgação

A música emerge em meio ao fluxo, democratizando-se para um público diversificado que, muitas vezes, não tem a oportunidade de frequentar eventos culturais com ingresso pago.

“Essa estratégia de levar o Campo Grande Jazz Festival para os espaços urbanos reflete um compromisso firme com a democratização do acesso à cultura e a ressignificação dos espaços públicos”, reforça Adriel Santos.

>> Serviço

Programação

Quarta-feira – às 17h30min,
no Terminal Bandeirantes, com Bianca Bacha, Gabriel Basso, Ana Ferreira, Adriel Santos e Junior Matos.

Quinta-feira – às 17h30min,
no Terminal General Osório, com Juninho MPB, Junior Juba, Matheus Yule e Leo Cavallini.

Sexta-feira – às 17h30min,
no Terminal Morenão, com Adriel Santos, Gabriel Basso e Giovani Oliveira.

Sábado – às 17h30min,
na Praça Ary Coelho (R. 14 de Julho com Av. Afonso Pena), com Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

Domingo – às 17h30min,
na Av. Calógeras (em frente à Plataforma Cultural), com
Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

ENTREVISTA COM BIANCA

"A fauna pantaneira é a base musical das nove composições de 'Pantanal Jam'"

Cantora Bianca Bacha, da Urbem, fala como a paisagem natural de Miranda afetou o processo de criação e gravação do segundo álbum da banda, sobre a diferença entre o canto com letra e as vocalizações que são a sua marca e anuncia projetos nos EUA e Espanha

15/12/2025 11h00

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano Divulgação / Alexis Prappas

Continue Lendo...

ENTREVISTA COM BIANCA

Recuperando para o leitor: como se deu a oportunidade do encontro e da parceria com o Ryan para o projeto do álbum “Pantanal Jam”?

Conhecemos Ryan Keberle no Campo Grande Jazz Festival [em março de 2024] e com ele tivemos uma troca musical instantânea. Tocamos juntos em um show no Sesc [Teatro Prosa] em setembro de 2024 e, a partir de lá, tivemos a certeza de que ainda faríamos muita música juntos.

No Pantanal, onde Ryan esteve pela primeira vez durante as gravações, ficou nítido que ele conseguiu transpassar para o repertório o encantamento que ele estava vivendo em meio a toda aquela natureza.

É o segundo disco, nove anos depois de “Living Room”. O que “Pantanal Jam” representa para a Urbem?

Este projeto é o nosso território sonoro: onde a música que criamos se entrelaça à natureza que nos guia em forma de jam. Na música, uma jam significa um encontro musical sem aviso prévio, as coisas vão acontecer ali na hora, portanto, o inesperado é bem-vindo e, com ele, você improvisa.

Qual seria o conceito geral do álbum?

O conceito do álbum nasce da escuta profunda da fauna pantaneira. Os cantos dos pássaros, o esturro da onça e os sons das águas e dos ventos não são efeitos nem pano de fundo: são a base musical das nove composições. A natureza atua como um músico a mais na banda de jazz, dialogando conosco em frases de pergunta e resposta.

Sandro Moreno registrou esses sons in loco, mergulhando no Pantanal para captá-los com precisão. Depois, analisou esse vasto material para identificar melodias, ritmos e motivos que se tornariam a essência das composições.

E, para fechar o ciclo, o álbum também foi gravado no coração do Pantanal. Com geradores a gasolina e um estúdio móvel, nós, a Urbem e o trombonista Ryan Keberle, levamos a música para o ambiente que a inspirou. E ali criamos, novamente in loco, em plena natureza selvagem.

Que tipo de referências buscaram para os arranjos, as sonoridades e as texturas?

Toda a referência e textura do álbum “Pantanal Jam” nascem dos próprios sons do Pantanal. A imersão no território e a escuta atenta transformaram cantos de pássaros, esturros, movimentos da água e vozes da mata em matéria-prima musical.

Cada faixa traduz essa convivência direta com a fauna e seus ritmos naturais, convertendo sons de bichos em música. Viva, orgânica e profundamente enraizada na paisagem pantaneira.

Isso está bastante perceptível. Os sons e toda a atmosfera do Pantanal atravessam o mood e talvez a própria concepção dos temas. Pode comentar um pouco mais sobre essa presença de elementos da natureza – e dessa natureza tão singular de MS – na criação de vocês?

A fauna, a luz, o silêncio amplo, os ventos, os cantos e até os vazios típicos da paisagem pantaneira influenciam diretamente a forma como criamos. É como se o ambiente nos orientasse musicalmente: às vezes guiando uma melodia, às vezes sugerindo um pulso, às vezes impondo uma pausa.

Esse encontro com a natureza não é decorativo, é estrutural. Ela atravessa tudo, o gesto musical, o espírito do disco e a maneira como a banda se relaciona com o som.

No “Pantanal Jam”, a paisagem não é cenário: é presença, é voz, é parceria criativa. É música.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Onde exatamente estiveram e gravaram? E quando foi?

As gravações foram feitas na Fazenda Caiman, em junho deste ano, num cenário que não poderia ser mais inspirador. Foram escolhidas pela produtora três locações diferentes, e para cada uma delas, três músicas.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Com uma equipe ultraprofissional que trouxe segurança e leveza para uma gravação ao vivo numa condição completamente inusitada.

E quanto ao repertório? Como chegaram às nove canções do disco?

Entre as composições, temos duas músicas do Paulo Calasans [“Swingue Verdejante” e “Suspiro da Terra”], um dos maiores produtores, arranjadores e instrumentistas do País, além de duas canções do Ryan Keberle junto com Sandro Moreno [“Paisagem Invertida” e “Entre Folhas”] e cinco composições nossas [“Espiral”, “Pluma”, “Voo Curvo”, “Barro” e “Canção do Ninho”].

Penso que o Pantanal é experimentado de um jeito bem particular por cada pessoa. Como é para você? Como aquele ambiente lhe toca e eventualmente interfere no seu jeito de cantar?

Tudo ali era extremamente inspirador. Dormir e acordar naquele lugar por alguns dias já me fazia até respirar de jeito diferente, com menos pressão e mais imersão.

Isso com certeza influenciou no jeito de cantar. Porém, o mais impressionante era saber que estava gravando um disco com toda aquela fauna ao redor, um jacaré no lago ao lado e uma onça a alguns quilômetros.

Embora domine há duas décadas o canto com letra e muitas vezes cante dessa forma em apresentações ao vivo, na Urbem, você investe sempre nos vocalizes e scats.

Todas as músicas do álbum “Pantanal Jam” usam a voz como instrumento, ou seja, não há letras nas músicas. Além de ser uma característica jazzística, esse estilo de canto se aproxima mais do cantar dos pássaros, a busca por seus fonemas e emissões.

Cada música exige uma altura e um escolher apropriado de sílabas que encaixem com a afinação e a expressão.

Adoro o canto com letras. Ali você tem palavras, interpreta, coloca ênfases. É até uma emissão de voz diferente. Só que comecei a me encantar com o mundo do jazz e toda essa coisa do canto que não usa palavras, o vocalize. E comecei a ouvir cantoras que cantam assim.

Tatiana Parra [cantora, compositora e professora paulistana] canta assim, nossa, de um jeito maravilhoso. A [portuguesa] Sara Serpa também. Tem também as divas mais antigas que faziam mais questão de improviso, o scat singing.

O canto sem palavra é muito desafiador porque ele é mais cru, mostra mais imperfeições de respiração, de emissão, de escolha de sílabas. E é muito improvisado. Porque a cada dia você pode usar uma sílaba diferente, pode caracterizar de uma outra forma.

Num dia vou fazer “u”, no outro dia posso fazer “a”, no outro posso fazer “e”. E você tem que descobrir ali, numa forma você com o seu corpo. E além de ter o desafio de você demonstrar o interpretar com emoção sem ter palavras.

Então é muito jazz [risos]. E acho muito bonito. Sempre vai ser um desafio. Sou com o meu corpo, com as palavras que eu escolho, que nem sempre são pensadas.

Claro que tem uma questão técnica de que o “i” você vai mais para um agudo, no “u” também; nos graves, você vai para outras escolhas, as consoantes também interferem. Gosto muito de passear pelas duas áreas. Tanto a área da interpretação com letra quanto a área dos vocalizes e texturas.

E Nova York? Pode contar um pouco sobre a recente temporada de vocês por lá?

O “Pantanal Jam” foi lançado em novembro deste ano com um show memorável em Nova York, durante a feira internacional de turismo Visit Brazil Gallery [na Detour Gallery], e a recepção foi extraordinária.

Pessoas do mundo inteiro, agentes de turismo, diretores da National Geographic, fotógrafos de natureza e profissionais de diversas áreas assistiram ao show com atenção absoluta.

Desde a primeira música, compreenderam nossa proposta e permaneceram maravilhados até o fim. Foi um momento histórico para Mato Grosso do Sul e para a arte sul-mato-grossense.

Esse resultado só foi possível graças ao apoio total da Fundtur e do seu diretor-presidente, Bruno Wendling, que acreditou no projeto desde o início e se comprometeu a nos apoiar tanto nas etapas de captação no Pantanal quanto no lançamento em Nova York. Além disso, segue impulsionando a campanha contínua de apresentar o “Pantanal Jam” ao mundo.

E faz sentido: ouvir o Pantanal desperta o desejo de visitá-lo, conhecê-lo e preservá-lo. O projeto reúne arte, natureza, conservação, turismo e toda a beleza única do nosso bioma, uma combinação que emociona e conecta o público global ao coração do Pantanal.

Além do álbum que já está lançado em todas as plataformas, temos uma série de vídeos das nove músicas e um minidocumentário.

Quando teremos shows da Urbem? Quais os próximos passos e projetos da banda?

A Urbem se sente profundamente entusiasmada em seguir os passos de Manoel de Barros, da família Espíndola, de Guilherme Rondon, Paulo Simões, Grupo Acaba, Geraldo Roca e tantos artistas que sempre beberam dessa fonte primária que é o Pantanal, transformando-a em arte para o mundo.

Recentemente, pesquisadores de Harvard e professores da UFMS colheram sons do Pantanal [pelo projeto Pantanal Sounds, que conta, entre outros, com nomes como o do violoncelista e professor William Teixeira], e esse movimento nos inspirou a ir a campo gravar os sons pantaneiros e a fazer composições dentro da nossa linguagem jazzística, incorporando esses registros naturais ao nosso modo de compor e evidenciando em música as belezas pantaneiras.

Temos planos de retornar aos Estados Unidos em breve e estamos em diálogo com a Embaixada do Brasil em Barcelona, onde palestraremos em março.

Além disso, a Urbem participará do Campo Grande Jazz Festival de Rua, no dia 21 de dezembro [neste domingo], em uma jam session com músicos locais e de São Paulo.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).