Lina Mello é a Mical, de “Reis”, novela das 21h da Record. Na trama, a atriz interpreta a filha mais nova do Rei Saul (Carlo Porto) e Ainoã (Francisca Queiroz).
Anteriormente, ela também foi Zilpa, na superprodução de “Gênesis”. Para além das telas, a artista também está em cartaz na peça infantil “Brinquedos Consertados”, de Domingos Oliveira, onde vive dois personagens bem diferentes: uma mãe e um lápis.
Lina conta ao B+ com exclusividade como foi sua experiência de interpretar um personagem tão diferente nos palcos. “Objetos inanimados têm menos referência, mas ao mesmo tempo mais espaços para criar, e a imaginação é o limite. Desde o início, achei o Lápis maluquinho, mas eu tinha que dar um ar de sábio nele e juntar uma coisa com a outra foi mais um desafio”, afirma Lina.
O espetáculo, que foi sucesso de bilheteria, retorna para uma nova temporada a partir do dia 14 de janeiro, no Teatro XP, no Rio de Janeiro (RJ).
Original de São Paulo (SP), a atriz se encontrou nas Artes Cênicas aos 14 anos. Com 17, foi morar no Canadá, onde apresentou a peça "Eternal Sunshine Of A Spotless Mind".
Ao retornar para o Brasil, protagonizou o curta-metragem "Com Cassis", o curta "Brisa", o musical "A Bela e a Fera" e atuou na série "Unidade Básica", na 2ª temporada para a Universal Channel.
Além de atriz, ela trabalha com Publicidade desde 2013 para grandes marcas nacionais e internacionais.
Em entrevista exclusiva ao Correio B+ desta semana, Lina revela mais detalhes sobre a sua trajetória como atriz, experiências fora do país, papéis bíblicos e novos projetos.
CE: Com que idade e como você descobriu que queria ser atriz?
LM: “Desde muito novinha. Não me lembro exatamente se foi a primeira peça infantil que me levaram, mas lembro da Gata da peça ‘Saltimbancos’ olhando pra mim e eu sentindo que a coisa mais legal do mundo seria ser aquela gata. Eu deveria ter uns 5 anos.
Quando cresci, não conseguia decidir um curso só, uma possibilidade apenas pra fazer o resto da vida... Adoraria ser médica, por exemplo, mas teria que ser pra sempre uma? Ou ser psicóloga? Eu sempre tive a ânsia em ser muitos e atuação me permite experimentar coisas diversas.”
CE: E como foi largar tudo no Brasil e ir morar no Canadá para estudar Artes Cênicas?
LM: “Eu fui fazer intercâmbio no High School. Aproveitei pra pegar uns cursos extras de atuação por lá. Como brincam meus parentes: ‘a Carolina tem rodinhas no pé’.
Mudança é uma coisa positiva para mim. Se eu pudesse, moraria em algum país ou lugar diferente todo semestre. Aprendi coisas para a vida, faz parte do que sou hoje…
Foi uma travessia importantíssima para chegar nos meus 18 anos. Sou um ser muito curioso e gosto de conhecer culturas novas, tentei aproveitar cada dia lá como uma canadense mesmo. Foi um choque cultural que abriu minha cabeça para muitas coisas. Levo tudo e todos que tive contato lá para a vida.”
CE: Em 2021, você viveu a Zilpa, em “Gênesis”, e agora você dá vida à Mical, em “Reis”, ambas personagens de novelas bíblicas da Record. Qual a maior diferença entre elas?
LM: “De primeira, só consigo pensar em como são opostos: Zilpa é muito mais terra, pé no chão, leal e integra. Já Mical, é mais obstinada, sonhadora, sabe o que quer e não perde a oportunidade de conquistar seus objetivos mesmo que seja atropelando alguém. Ambas são muito perspicazes.”
CE: Como está sendo para você interpretar a Mical?
LM: “Viver a Mical tem sido um desafio. É uma personagem de muitas camadas e de personalidade forte. Tenho entrado em contato com lados meus que ainda preciso trabalhar muito.
É como dizem: ‘atuar não é terapia, mas é terapêutico’ (risos). Não estudo nenhum personagem já o classificando como bom ou mau. Tento não julgá-la pelos seus atos e entendo que muitas das suas ações são consequências de um acúmulo de experiências vividas durante a vida.”
CE: E o que a Mical e você têm em comum?
LM: “O jeitinho serelepe e sonhadora.”
CE: Ficamos sabendo que você vai estrear uma peça infantil do Domingos Oliveira. Conta para a gente um pouquinho sobre a peça.
LM: “Sim, estou ansiosa e animada para a estreia. Tem sido um processo lindo. Uma honra trabalhar com esse elenco e equipe tão especiais.
Na peça ‘Brinquedos Consertados’, faço dois personagens muito distintos, a mãe do Paulinho e um lápis. Dar vida a um objeto nos dá uma gama gigante de possibilidades. Esse lápis é sábio e um tanto maluquinho, e embarca numa aventura pra lá de animada.”
CE: E você pode contar para gente um pouquinho da sua personagem?
LM: “Mical é a filha mais nova do Rei e se vangloria por isso. Obstinada, ela se casa com Davi e passa por cima e manipula quem precisar para chegar ao seu objetivo.”
CE: Como foi o seu processo de criação pra dar vida a um Lápis?
LM: “Foi divertido. Todo personagem que trabalho, eu começo pelo sensorial e com a música. O do Lápis eu peguei de uns filmes antigos, mais especificamente o da ‘Alice no País das Maravilhas’, de 1985.
Objetos inanimados têm menos referência, mas ao mesmo tempo mais espaços para criar, e a imaginação é o limite. Desde o início, achei o Lápis maluquinho, mas eu tinha que dar um ar de sábio nele e juntar uma coisa com a outra foi mais um desafio.”
CE: E como está sendo para você fazer parte da história do mestre Domingos Oliveira, já que "Brinquedos Consertados" é uma peça inédita nunca montada antes?
LM: “Uma honra, eu admiro muito o trabalho dele. Nunca tinha visto um infantil de Domingos, e achei essa peça linda logo na primeira leitura. Me lembrou muito a introdução do CD ‘A Casa de Brinquedos’, de Toquinho e Vinicius. Me fez lembrar da infância, uma nostalgia só...”