Correio B

BEM-ESTAR

Maquiagem e esmalte
podem desencadear alergia

Dermatite de contato é a causa mais comum de alergia na pele

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Grande paixão no dia a dia das mulheres – e de vários homens –, o uso da maquiagem facial e do esmalte, muitas vezes, fazem aflorar um processo alérgico conhecido como dermatite de contato alérgica, dependendo do cosmético usado. O problema é a causa mais comum de alergia na pele das pálpebras e atinge de 30 a 77% das mulheres. O esmalte para unhas é o primeiro no ranking das causas das alergias, seguido das maquiagens aplicadas na região dos olhos.

E, para quem usa regularmente sombras, lápis e delineadores com muito brilho, aqui vai um alerta: na maioria dos casos de dermatite nas pálpebras, os metais presentes na composição do produto são os responsáveis pelo desencadeamento das alergias. Quanto mais coloridos e brilhantes, maior a chance de o produto ter em sua fórmula metais como alumínio, cobalto, níquel, cromo e chumbo.

Quem se encaixa neste perfil é a publicitária Carol Boaretto, de 30 anos. Ela conta que desde criança apresentou alergia a metal, principalmente ao níquel. Quando mudou-se de São Paulo para Campo Grande, aos 10 anos, seu corpo apresentou uma nova reação. “Saí de uma cidade poluída para outra com qualidades ambientais muito melhores e meu corpo sentiu, as alergias afloraram”, conta.

Com o tempo, a jovem começou a apresentar alergia ao usar maquiagem e esmaltes. “Alguns produtos me dão alergia. Já usei esmaltes que inchavam minha cutícula. Descobri que meu nível de intolerância é diretamente proporcional ao estágio de imunidade no qual meu corpo se encontra. Assim, posso desenvolver ou não alergia a tal produto”.

Segundo a oftalmologista dra. Tatiana Nahas, chefe do serviço de plástica ocular da Santa Casa de São Paulo, maquiagem, esmaltes e tintura para cabelo podem causar alergias em pessoas que têm uma maior sensibilidade ou ainda naquelas que são atópicas, ou seja, que são alérgicas e apresentam diversos tipos de alergias, como rinite, conjuntivite alérgica, asma e dermatite de contato. “Porém, a alergia pode manifestar-se mesmo em quem nunca teve alergia na vida”.

“Os estudos a respeito de alergias oculares, principalmente as que atingem a pele ao redor dos olhos, mostram que os principais alérgenos que desencadeiam a alergia são os metais já citados, além de corantes, conservantes e fragrâncias. A questão é que quase ninguém tem o costume de ler rótulos para checar quais substâncias estão presentes na fórmula. Mesmo quem lê, pode não entender as siglas e nomes usados pelos fabricantes”, explica dra. Tatiana.

REAÇÃO

Segundo a médica, é preciso entender que, mesmo uma maquiagem de uma marca famosa, pode causar alergia. “A alergia é uma reação do organismo, que reconhece a maquiagem ou outro cosmético como um invasor, um corpo estranho. Pessoas alérgicas a outras coisas têm um risco maior de ter alergias a maquiagem, tinturas de cabelo, esmalte e outros produtos. Assim, o ideal é procurar alternativas, como produtos hipoalergênicos ou com fórmulas mais naturais”, comenta a médica.

A empresária Maiza Ribeiro, de 50 anos, de Campo Grande, está neste estágio de utilizar apenas produtos hipoalergênicos. “Não tive alternativa. Passei por um processo alérgico longo até descobrir que não poderia mais usar esmaltes e maquiagem comuns. O que desagrada é o fato de a maquiagem hipoalergênica não ter a mesma aderência e durabilidade da outra”.

Maiza conta que tudo começou há uns 15 anos, quando ainda usava normalmente maquiagem nos olhos e batom. “Do nada, comecei a sentir ardência nos lábios. Passava batom para hidratar e parecia ter passado pimenta”. Após diagnóstico do dermatologista e um tratamento, ela achou que tinha resolvido o problema. “ O médico disse que eu adquiri alergia a estes produtos e que, depois que isso ocorre, é difícil reverter o quadro. Passou injeção, pomada, fiz todo o tratamento. Achei que estivesse tudo resolvido e voltei a usar maquiagem comum. Não deu outra, a alergia voltou. Hoje, só uso hipoalergênico mesmo ou nada”.

Preço x Qualidade

A oftalmologista alerta sobre outra questão importante: o barato pode custar caro. “O mercado de produtos de beleza é um dos que mais crescem em todo o mundo. Mesmo com a crise, os números são positivos. Entretanto, nem sempre os produtos são de boa qualidade, testados, aprovados ou ainda livres de substâncias não autorizadas pelos órgãos reguladores”, ressalta dra. Tatiana.

Um estudo recente mostrou que sombras, lápis de olho e até mesmo maquiagem para crianças apresentam níveis de metais superiores aos permitidos. A dica da médica é sempre procurar produtos de marcas reconhecidas e de empresas idôneas. Portanto, se você adora comprar aquele conjunto de sombras do camelô, cuidado! O risco de ter uma alergia é grande.

A publicitária Carol Boaretto conta que, para saber se o produto vai lhe causar alergia, toma vários cuidados. “Eu nunca compro marca nova. Antes de tudo, experimento, testo o produto numa área menor, a maquiagem, então, principalmente quando é no olho. Quanto ao esmalte, uso e retiro em dois dias para que o processo alérgico não inicie”.
 
ESMALTES

Os esmaltes não são tão inofensivos quanto aparentam e podem causar alergias. Os principais causadores de reações alérgicas são o formaldeído, o tolueno e alguns pigmentos e conservantes presentes na composição desses produtos.

“Esses componentes podem causar alergias e vermelhidão às pessoas mais sensíveis. E a única solução é suspender o uso de esmaltes comuns e fazer o teste de alergia no médico, para descobrir a quais substâncias a pessoa é realmente alérgica”, explica a dermatologista Alícia Natário.

Foi o que aconteceu com a administradora de empresas Valmira Gomes Carvalho, 54 anos. Há uns 20 anos, os sinais de alergia apareceram. “Meu rosto ficou avermelhado próximo aos olhos, na pálpebra, próximo à boca. Coçava e descamava. Eu não tinha ideia do que poderia ser. Um dia, em casa, ao retirar o esmalte, tive contato com acetona na boca e tudo foi potencializado”. A ida ao dermatologista confirmou para Valmira que ela era alérgica ao formaldeído e ao tolueno, necessitando mudar o tipo de esmalte.

“Hoje, uso esmalte hipoalergênico, cuja linha é bem variada e de boa qualidade, além do preço acessível. E, graças a Deus, a indústria cosmética olhou para este universo, porque, há 20 anos, a oferta era mínima, importada e com preço lá em cima”.

PARA PREVENIR ALERGIAS

Só seu: Maquiagem é de uso pessoal. Maquiagem de olhos e boca, que entram em contato com as mucosas, jamais devem ser compartilhadas.
Validade: A maioria dos cosméticos tem validade de 3 a 6 meses. Procure analisar sempre se o produto já venceu. Não tenha dó, jogue fora 
e compre outro.
Check-list: Mesmo sem ter vencido, fique de olho no aspecto do cosmético, como cheiro, textura etc. Faça uma organização mensal das maquiagens. Pegue tudo que você tem e anote as datas de validade, limpe os pincéis etc.
Guarde apropriadamente: Leia nas instruções como o cosmético deve ser guardado, preferencialmente longe da umidade, do sol etc.
Teste: O teste é sempre bem-vindo, mas a questão é que a pele das pálpebras é a mais fina e sensível do corpo. Procure uma região como o pulso, em que a espessura da pele não é tão grossa e teste o produto antes de aplicar nos olhos.

Bom e barato? Há opções de maquiagem de boa qualidade para todos os bolsos e gostos, de empresas nacionais e internacionais. Veja se o produto tem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se for importado, dos órgãos reguladores do país de origem.

“A alergia nas pálpebras pode evoluir para outras condições. Por isso, a recomendação é procurar um oftalmologista para tratar o quadro alérgico e até mesmo para avaliar os cuidados necessários para evitar novas crises”, conclui dra. Tatiana. 

 

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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