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Memes sobre Campo Grande ganham a internet; confira alguns

Memes sobre Campo Grande ganham a internet; confira alguns

THIAGO ANDRADE

27/12/2016 - 17h06
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Termos como “buzz”, “viral” e, sobretudo, “meme” apresentavam conotações muito diferentes das que têm hoje. Essas palavras são centrais à cultura da internet, um meio em que a informação encontrou novas maneiras de ser propagada. Embora os memes sejam um fenômeno global, algumas páginas resolveram utilizar a ideia para fazer piada com o cotidiano de Campo Grande.

As maiores páginas existentes são Passeando em Campo Grande, com 147 mil curtidas, e Campo Grande Mil Grau, com 37 mil curtidas. No geral, as imagens postadas nas páginas trazem montagens abrangendo situações políticas, culturais e sociais da cidade. Por meio do humor, as páginas fazem críticas. Contudo, há também casos em que as imagens reforçam preconceitos, sobretudo, em relação a bairros da periferia da cidade.

“A página surgiu há 4 anos, com a intenção de ‘humorizar’ a cidade. Eu via muito humor pelo Brasil e pouco regional, então criei algo para alvos internos”, explica Júnior, o criador e um dos administradores da página Passeando em Campo Grande – que preferiu não se identificar. Ele criou o espaço virtual no Facebook em época de eleição. “Época de maior comédia na TV não tem”, resume. Passado o período, Júnior decidiu partir para outros “alvos”, como se refere aos temas dos memes. “Migramos para piadas sobre os bairros e fatos da cidade”, explica.

É bastante comum ver a confusão entre humor e opinião nas páginas, o que gera situações polêmicas. Um desses casos é uma postagem feita em novembro na página Passeando em Campo Grande. Com 2,4 mil curtidas, 650 compartilhamentos e 170 comentários, o post traz a imagem de um pontilhão da Capital.

Na legenda, é informado que trata-se do viaduto na Avenida Costa e Silva, que havia sido pintado duas vezes, em duas semanas, por equipe da prefeitura. O motivo seriam pichações realizadas no local. Além das informações, um pedido: “Se você tiver passando por esse viaduto e ver alguém pixando, de um empurrãozinho por favor, nunca te pedi nada. Pixe nunca foi arte (sic!)”.

Entre os comentários, o artista plástico e performer Thiago Silva Moraes criticou a postagem lembrando que aquilo poderia ser entendido como “discurso de ódio”. Entretanto, a grande maioria dos comentários endossa a opinião da página – com alguns sugerindo a violência para resolver a questão.

“As polêmicas são uma forma de entender o povo. Eu julgo que a página é a voz do campo-grandense, então gosto de ver as ideias”, defende Júnior. “Nunca fui preconceituoso, o grande problema são os ofendidos sem causa que acabam virando motivo de piada por causa disso”, justifica.

CULTURA DA WEB

Para o advogado e professor universitário Raphael Chaia, especialista em Direito Eletrônico, os memes tomaram o lugar das charges perante as gerações mais novas. “Isso se deve ao fato de que há uma enorme facilidade em criar um meme, aliada à criatividade do usuário médio de internet, o que permite que mensagens viralizem muito rapidamente e de forma visual, o que é o ideal para a atual geração de usuários da internet”, explica. Ele enfatiza que existem aplicativos que podem ajudar na criação de memes, por exemplo.

Os memes, de acordo com o professor, podem desempenhar diferentes funções. “Representam desde piadas acerca do cotidiano, com o simples objetivo de fazer rir, até críticas ácidas com relação a diversos temas, que vão desde a política nacional até a crise dos imigrantes na Europa”, explica. No entanto, ele ressalta que a brincadeira tem limite. 

“Há limites, claro, principalmente quando diz respeito a direitos e garantias individuais”, argumenta. Uso de imagens sem autorização de seu titular ou que tenham objetivo de caluniar, difamar ou injuriar alguém pode ser entendido como violação de direitos. “Quando os limites do humor e da crítica são extrapolados, e o meme deixa de lado seu papel de instrumento de crítica para se tornar uma arma de ofensas, há aí a necessidade de controle – afinal, a liberdade de expressão não pode ser confundida como um salvo conduto para prática de crimes”, ressalta.

Uma das áreas mais afetadas pelos memes é a política. “Uma vez que a mensagem é rápida, muito clara e se dissemina com extrema velocidade pela rede”, argumenta o professor, que ministrou uma oficina na Universidade Católica Dom Bosco com o tema “Variantes Linguísticas, Memes e Ativismo On-line”. “Temos testemunhado inclusive a ascensão de candidatos à Presidência da República para 2018, graças à popularidade que vêm ganho por memes da internet, que se multiplicam mais e mais”.

Segundo ele, ações para barrar um meme enfrentam dificuldades pela própria maneira como esse tipo de conteúdo se difunde. “Ainda que haja ações no sentido de tentar barrar o avanço do compartilhamento de um determinado meme, a tarefa já se mostrou em diversas ocasiões quase impossível, uma vez que a escala de progressão da disseminação da informação é geométrica, foge completamente ao controle do próprio autor da postagem original”, enfatiza. 

Mas, afinal, o que é um meme? De acordo com Raphael, pode ser um vídeo, foto ou frase que aparece de repente, “muitas vezes de forma involuntária ou como uma brincadeira, e se espalha com uma velocidade absurda por e-mails, mensageiros instantâneos, fóruns e redes sociais”, explica. O termo foi cunhado pelo zoólogo Richard Dawkins em sua obra “O Gene Egoísta”, de 1976, fazendo um paralelo entre as ideias e comportamentos sociais e os genes humanos.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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