A temporada de dança continua a todo o vapor em Mato Grosso do Sul. Após a realização de eventos como o Onça Pintada, o Adoce e, em Corumbá, o Ninhal da Dança, Campo Grande recebe, até sábado, o Cerrado Abierto – Mostra de Danças Contemporâneas.
A mostra começou no fim de semana passado, na Casa de Ensaio, e chega à sua terceira edição propondo uma abertura de foco para colocar a produção local em diálogo com o que vem sendo feito em outros cantos do País e do mundo em termos da expressividade do corpo em movimento.
Envolvendo 35 artistas convidados, serão apresentadas 16 atrações, 14 de dança e duas de música, ao longo de uma semana.
Além dos espetáculos do Brasil e de mais três países, Argentina, Espanha e Costa Rica, o público tem a oportunidade de outras imersões, a exemplo de oficinas presenciais, um curso de arte decolonial, o Conversa Dançada – três bate-papos on-line e um presencial – além de uma mostra de videodança e, para profissionais e estudantes, de residência artística.
Todas as atividades são gratuitas.
“O diferencial do Cerrado Abierto tem a ver com esse próprio conceito de abrir as fronteiras daqui de Campo Grande e do estado de Mato Grosso do Sul para outras localidades também do bioma Cerrado brasileiro".
"A princípio, para os países da fronteira limítrofe com o nosso Estado, que, na primeira edição, eram Paraguai e Bolívia, e agora, na terceira, essas fronteiras estão sendo expandidas ainda mais”, afirma a produtora Renata Leoni, da Arado Cultural.
Ela é responsável pela realização do evento, que conta com recursos do Fundo Municipal de Investimentos Culturais (FMIC/2019), do Programa Iberescena – Fundo de Apoio para as Artes Cênicas Ibero-americanas e da Fundação Nacional de Arte (Funarte).
NA CONCHA
Nos dois últimos dias, sexta-feira e sábado, o Cerrado Abierto volta ao regime presencial, com espetáculos recomendados para todas as idades, na Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas.
Amanhã, às 19h, a dançarina Romina Laino e o músico Gustavo Musso (Argentina) levam ao palco “Hiperbatica”. Em seguida, às 19h30min, Los INnato (Costa Rica) apresenta “Otro Lado”. E, às 20h, um show musical com General R3 (MS) encerra a noite.
No sábado, às 19h30min, a companhia de dança espanhola Iron Skulls Co apresenta “Sinestesia”. No espetáculo, o hip hop, a acrobacia e a dança contemporânea se combinam para criar uma linguagem em que se fundem o humano e o animal, convidando o espectador a um jogo de interferências sensoriais.
Na sequência, às 20h, Franciella Cavalheri e Adriel Santos, do grupo de jazz El Trio (MS), encenam “(Des)encontro”, com participação de Romina Laino e Gustavo Musso. O grand finale, às 20h30min, ficará por conta de uma jam session com El Trio.
Também no dia 20, haverá flash mob com Hands Up (MS) no Parque das Nações Indígenas.
Parte da programação nacional e internacional é financiada pelo Iberescena – Fundo de Apoio para as Artes Cênicas Ibero-americanas, no qual o projeto concorreu e foi contemplado na linha Programação de Festivais.
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LABORATÓRIO
A julgar pelo que já foi mostrado, o Cerrado Abierto tem transformado Campo Grande em uma interessante laboratório de experimentações e de trocas.
Do Rio Grande do Norte, a companhia Giradança, por exemplo, com o espetáculo “Proibido Elefantes”, mostrou sua pesquisa de linguagem na dança contemporânea por meio de um elenco de bailarinos com e sem deficiência física.
No solo “A Pele de Dentro”, Ariane Nogueira, da Cia Dançurbana (MS), inspirou-se em orixás mulheres para revelar a força e a presença energética de negras e guerreiras em busca da identidade corpórea.
Já se apresentaram, desde a abertura, na semana passada: Lívia Lopes, também da Dançurbana, com o solo “Euphoria”; Gustav Courbet (SP), que mostrou “Corpo Presente – Ninguém Perguntou pelo Seu Ser”; Alexandre Américo (RN), com “Cinzas ao Solo”; e ainda Preto Amparo, Grazi Medrado, Alexandre de Sena e Pablo Bernardo (MG), com o espetáculo “Violento”.
VIDEODANÇA
Antes de cada apresentação na Concha, serão projetados trabalhos de videodança realizados por artistas locais ou selecionados em curadorias de outras mostras de reconhecimento nacional.
“Neste ano, convidamos festivais, projetos e artistas relevantes do universo da videodança para proporem vídeos que seguissem a linha curatorial do evento. Dessa maneira, a programação conta com programas da Mostra Rediv 2020 – Rede Ibero-americana de Videodanças, composta por peças de videodança representativas de alguns festivais e eventos que integram a Rede Ibero-americana de Videodança".
"Também contamos com a Mostra FIVRS – Festival Internacional de Videodança do Rio Grande do Sul, com programas de 2020 e de 2021 selecionados especialmente para o Cerrado Abierto”, enumera Júlia Aissa, do estafe da produtora Arado Cultural.
Trabalhos sul-mato-grossenses e mineiros completam a programação de videodança: o projeto Plataforme-se e os artistas Paula Bueno, Luiza Rosa, Denise Delatim e Raique Moura representam MS; e o Grupo Anticorpos, Minas Gerais, todos com vídeos de diversos formatos, mas que têm o corpo e o movimento como mote.


B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação
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