Ator, que dá vida ao simpático Goma Behr na trama do SBT, fala da trama e de sua carreira fora do Brasil que inclui séries e filmes que são sucesso no mundo todo.
O ator Phil Miler tem vivido uma experiência nova em sua carreira, com 31 anos no ofício, ele tem ganhado o carinho do público infantil com o simpático Goma Behr, seu personagem na novela “A Caverna Encantada”, do SBT.
- Ele tem emoções sempre muito intensas. É como se fosse uma criança no corpo de um adulto. Goma é um doceiro suíço-alemão que veio para o Brasil depois que sua mãe desapareceu, quando ele ainda era criança. Ele vive em busca do “doce perfeito”, replicar o sabor dos doces com os quais sua mãe o presenteava em sua infância. Os doces produzidos por Goma, tem a propriedade mágica de alterar as emoções das pessoas – detalha.
O personagem tem bastante envolvimento com outras tramas da novela, participando assim de diferentes núcleos.
- Ele está envolvido na trama de Anna (Mel Summers), a protagonista, porque conhecia o seu pai quando este era criança e vendia doces para ele. Goma tem maior interação com Thomas (Henrique Sganzerla), seu ajudante, que trabalha junto com ele em sua loja e laboratório. Ele gosta dele como um filho, mas tem vários conflitos geracionais com o ajudante. Ao mesmo tempo também está envolvido com as detetives Shirley (Rosi Campos) e Wanda (Magali Biff), que sempre o tem como principal suspeito em suas investigações. Ele tem um arqui-inimigo chamado Senhor Chicleto (Nilton Bicudo), que quer roubar as suas fórmulas secretas e se apoderar de sua loja de doces, a Lolipopus – relata.
Além de cuidar da sua loja, o doceiro tem seus amores dentro da história, Betina (Thay Bergamim), funcionária do petshop Bolhas & Bolhas, e Fátima (Ariane Souza), proprietária da loja Tenditudo, são duas pessoas pelas quais Goma tem um carinho especial.
- Ele tem muito apreço por Betina. Ele entende que os dois pensam parecido. Porém ele tem sentimentos mais profundos por Fátima, proprietária da loja Tenditudo, por quem parece acalentar uma paixão latente – diz Miler.
O ator fala sobre os bastidores da trama e como é gravar com os atores que integram tanto o elenco infantil quanto o adulto.
- O clima é ótimo! Não percebo “estrelismos” nem tensões com nenhum dos membros do elenco infantil ou adulto. Me dou bem com todos e sou muito bem tratado tanto por eles quanto por toda a equipe técnica – revela Phil.
Além disso, dá detalhes de como é trabalhar em produto voltado para o público infantil.
- É uma delícia! Toda a trama, e as interações, tem tons de desenho animado, muito humor e ternura. E é muito bom contracenar com os talentosos atores mirins – complementa.
Além de “A caverna encantada”, Phil poderá ser visto em breve em “Americana”, série da Disney+, que tem previsão para ser lançada até o final de 2024.
- Nela interpreto Thommybug. Ele é o extremo oposto do personagem do Goma Behr: é amargo, rude, racista... o único ponto em comum é o humor. Ele é um pouco do que chamamos de “comic relief” nos EUA. Thommybug é o bêbado da cidade de Americana. Está sempre embriagado, metido em confusão – explica.
Destaque B+: Sucesso em “A caverna encantada”, Phil Miler fala de seu personagem e trabalhos fora - Divulgação Phil ainda dá mais detalhes da história que Thommybug está envolvido, além de com quem ele contracena.
- Ele veio para o Brasil junto com os outros soldados sulistas após a Guerra de Secessão americana. Ele, como vários outros na história, é originário do Alabama (EUA). Na história contraceno com Tobias (Caco Ciocler), John Miller (Kaiwi Lyman), Sebastiana de Olivais (Larissa Nunes), Adam (Bruno Gissoni), Stuart (Diego Leske), entre outros – conta.
Ele revela o processo para criar Thommy que contou com uma “language coach”, além de um preparador que o assessorou em um ponto bem peculiar.
- Todos os atores tiveram que contracenar usando o sotaque específico da região onde se passa a história, para isso trabalhamos com uma “language coach” que nos assessorava para que nos expressássemos como os moradores de lá. Também fiz treinamento com o preparador de elenco Márcio Mehiel, pois meu personagem está embriagado em 100% das cenas. Uma curiosidade é que o trabalho de respiração e preparação para representar a embriaguez foi tão convincente, que em duas ocasiões diferentes, membros da equipe que não sabiam que eu não estava bêbado de verdade, foram até os produtores para externar suas preocupações quanto a um ator que estava em estado alterado no set. Os produtores então explicaram que eu não estava bêbado de verdade e que não oferecia perigo (rs) – relata.
O trabalho do paulista, que nasceu em São Paulo e cresceu na Califórnia (EUA), pode ser visto ainda em duas séries: “Arcanjo Renegado” e “Passaporte para a liberdade”, ambas do Globoplay.
- Em “Arcanjo Renegado” vivo o Stephen. Um médico americano que conduz experimentos em habitantes de um país da África, para uma grande indústria farmacêutica. Ele nota que os medicamentos estão causando efeitos colaterais muito sérios nos nativos, levando-os à cegueira. O acampamento onde trabalha é atacado por terroristas do Boco Haram e toda a equipe médica é salva por um exército mercenário, contratado pela empresa farmacêutica. Neste exército está o protagonista da série. Já em “Passaporte para a liberdade” faço Samuel Bachevis, pai da personagem Vivi Kruger. Sua filha, cujo nome verdadeiro é Teibele Bachevis, trabalha em um cabaré como cantora, entretendo membros do partido nazista. Ele, que é um judeu ortodoxo e já doente, vive este drama com ela e é posteriormente capturado e enviado a um campo de concentração, onde vive as agruras e horrores deste local – detalha.
Phil viveu nos Estados Unidos até os 12 anos, quando voltou para o Brasil e ficou até 2009, nesse ano ele voltou para lá, onde fez vários trabalhos, entre eles “Millennial Mafia”, produção norte-americana que é exibida no Prime Video e no +SBT.
- Gravei ela em 2019, antes de voltar ao Brasil. Nela tive o prazer de viver um dono de loja de penhores mal caráter que tenta negociar favores sexuais com uma das protagonistas em troca de um relógio de família que esta havia empenhado em sua loja. Uma curiosidade importante é que, para as filmagens foi utilizada a mesma loja da icônica cena do filme Pulp Fiction. Por conta disso, além de citações e homenagens explicitas nas cenas da série, tive a chance de conversar com o dono dela e saber bastidores engraçados do filme de Quentin Tarantino – revela.
Miler, que fala fluentemente português e inglês, vive atualmente em São Paulo, mas com temporadas em Los Angeles para trabalhos pontuais. Em seu currículo fez séries de sucesso como Brooklyn 99, filmes como “Rio”, “Rio 2”, “Saga Crepúsculo”, além de emprestar a voz para dublagens e áudio descrições em inglês e português para projetos como “Assassinato no Expresso do Oriente”, Blade Runner 2042, It, “O Mechanismo” (dublagem para o inglês).