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ARTES VISUAIS

O artista Edson Castro convida o público a desbravar 50 novos trabalhos

Nascido em Corumbá e consagrado na França, o artista convida o público a desbravar 50 novos trabalhos, em pequenos formatos, em seu próprio espaço de criação, de amanhã até domingo

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O artista visual Edson Castro realiza, neste fim de semana, o 2º Atelier Portas Abertas Edson Castro, sexta-feira, sábado e domingo, das 10h às 20h, com entrada franca.

Após o sucesso da primeira edição, realizada ano passado, o artista volta a receber o público, literalmente, em seu próprio ateliê, promovendo visitas guiadas e muito bate-papo pelas salas de estudos, sketches e finalização, entre outras instalações, que formam uma espécie de GPS para tudo que o visitante poderá encontrar ali.

E o que se verá, desta vez, em paredes, varais, mesas e balcões, acena para o perigo fúnebre e flamejante das queimadas no Pantanal.

Mas acena bem ao modo Edson Castro, com o fenômeno de fogo e cinzas que asfixia o bioma apenas disparando um gatilho temático com que o criador corumbaense retoma seu projeto abstrato/abstracionista como melhor alvo e testemunho de um olhar e de um grito.

São 50 trabalhos produzidos nos últimos meses em mini e pequenos formatos. Muitos confeccionados com caneta posca sobre papel fotográfico, mas há também, por exemplo, peças de pastel-óleo sobre papel.

Forrado de obras tão inquietantes e vigorosas, todas inéditas, o home studio do artista, localizado no Jardim Paulista, torna-se um megafone em caleidoscópio multicor.

POLÍTICA DAS CORES

Daí que o jogo cromático, e das displicentes linhas, de dezenas de pequenos formatos empunha o discurso da vida acima de tudo por meio da liberdade criativa – ou da criação livre.

Em vez de postais do terror, Edson Castro apresenta como que panfletos fulgurantes, de vivíssimas cores, que produzem um deslocamento, na tragédia incandescente e pantaneira, de seu estado acabadamente fóssil (de destino já consumado) para cristalizá-la em uma outra condição, de um possível devir regenerador. E atuante desde as entranhas da arte para o campo social.

Por mais que o menino ribeirinho ressoe com um tanto de nostalgia lá dentro.

“Como eu sou ribeirinho, a natureza, o meio ambiente, sempre estiveram nas minhas obras, mesmo que o meu trabalho seja abstrato. Os traços dos galhos, os barulhos dos pássaros, tudo isso aí sempre esteve na minha obra”, conta o artista.

“Agora, o desafio foi o de fazer uma obra abstrata e política, sabe? Foi fazer uma denúncia sobre as queimadas com uma obra abstrata. Um dia, por acaso, isso foi muito engraçado, um passarinho entrou no meu ateliê e fez um cocô em cima de uma foto de uma obra minha antiga. E deu um superefeito. Deu uma luminosidade. E o ácido, eu acho, do cocô do passarinho deu um tom de fogo. E aí eu comecei a pesquisar que material que poderia desbotar aquelas fotos para dar aquele efeito. Usei acetona, solvente, várias coisas”, afirma.

“TENTOU Qboa?”

“Até que, um dia, uma querida amiga disse: ‘Edson, você já tentou Qboa [água sanitária], já tentou cloro? Porque cloro desbota’. Aí eu ‘caramba’. Fui lá, peguei a água sanitária, dei um pinguinho assim na foto e deu o efeito que o cocô do passarinho deu. E eu fiquei tão feliz, comecei a fazer o trabalho desse jeito”, prossegue Edson Castro.

“Em 2023 eu vou dar sequência a essas obras, já estou dando. Me abriu um espaço infinito de possibilidades. Não só de fazer denúncia de queimadas, como outras técnicas também em cima disso. Para resumir, estou trabalhando com caneta posca em cima de papel fotográfico, de fotos de obras minhas mesmo desbotadas. Eu desboto as fotos primeiro para depois retrabalhar”, sintetiza.

Tem sido assim, com engajamento de forma e conteúdo, na carreira do artista visual, que conta mais de três décadas de atuação no circuito brasileiro e em outros países.

CARREIRA

Edson Castro morou em Paris, de 2008 a 2017, e na capital francesa construiu a base de uma pesquisa – de suportes, procedimentos e intuições ainda em processo de combustão – que não somente lhe deu uma posição, mas também um trânsito por outras cidades do país e da Europa.

Nos últimos tempos, seu trabalho tem se projetado para a América do Norte. Colecionadores e curadores dos EUA e do Canadá estabelecem uma ponte que está a pavimentar a presença do artista sul-mato-grossense em outras fronteiras; ao tempo em que, no circuito paulistano, fixa-se interesse em seu acervo.

HABITAT NATURAL

Após um intenso laboratório com o bastão a óleo e o grafite, Edson Castro depura seu gesto na urgência que pulsa nas imagens que retrabalha em busca do novo. Ele convoca o público a ir “ver com os próprios olhos”, convidando-o a mergulhar livremente no processo de criação de um dos principais nomes das artes visuais de Mato Grosso do Sul.

Castro gostou bastante da experiência do Portas Abertas no ano passado e quer novamente aproximar o público de sua produção mais recente, adentrando em seu ateliê para conferir, desta vez, obras propostas em outros suportes, materiais e escalas.

“Qualquer animal é mais interessante em seu habitat natural. E o ateliê é um lugar sagrado, onde você pode sentir o processo de criação do artista, pode perguntar diretamente para o artista. Eu estarei recebendo as pessoas”, diz o anfitrião.

DJ & JAZZ

O 2º Atelier Portas Abertas Edson Castro contará ainda com ambiência musical pilotada pelo DJ Chiquinho. E o grupo instrumental El Trio promete uma “surpresa” para sábado ou domingo. Saiba mais de Edson Castro pelo Instagram @edsoncaztro_.

Serviço

2º Atelier Portas Abertas Edson Castro - Exposição de obras recentes, pequenos, médios 
e grandes formatos.

Endereço: Rua Quintino Bocaiúva, nº 456, Jardim Paulista, Campo Grande (MS).
Datas: de 10 a 12 de fevereiro (sexta-feira, sábado e domingo), das 10h às 20h.

Ambiência musical por DJ Chiquinho, com sets ao vivo amanhã, às 18h, e El Trio, com pocket show surpresa. 

Entrada franca.

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Diálogo

O ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel começam a... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta segunda-feira (8)

08/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Davi Roballo - escritor brasileiro

O verdadeiro silêncio não é a ausência de som, mas a presença devastadora de tudo aquilo que jamais ousamos dizer”

Felpuda

O ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel começam a se preparar para, como bons marinheiros que singram as águas nem sempre calmas da política, tentar tapar as pequenas brechas que começam a aparecer no caso da embarcação preparada para viagem às eleições 2026. Como os vikings, eles sabem que poderão enfrentar tempestades em alto mar e serem alvo dos adversários. O que, até então, parecia estar em calmaria total, agora tem a previsão de borrascas. Naufrágio, nem pensar! Mesmo que não haja botes salva-vidas suficientes...

Diálogo

Só depois

Nos meios políticos, a previsão é de que no PSDB as coisas serão ajeitadas somente quando da abertura da janela partidária. Dizem que o deputado federal Beto Pereira não deverá ficar no partido e migrar para o Republicanos, a fim de disputar a reeleição.

Mais

Já o seu colega Pedro Caravina teria planos de permanecer no ninho tucano, desde que seja o presidente estadual. Entretanto, também poderá deixar a sigla se o deputado federal Geraldo Resende assumir o comando. Resta esperar para conferir.

DiálogoCelina Merem, que comemorou idade nova dia 6, e Viviane Borghetti Zampieri Filinto

 

DiálogoSig Bergamin, Romeu Trussardi Neto e Felipe Diniz

Transparência

A Caixa de Assistência dos Servidores de MS (Cassems) terá que dar satisfação ao Tribunal de Contas do Estado. Os conselheiros votaram, por unanimidade, para que o plano de saúde submeta relatório à auditoria daquele órgão, referente aos repasses efetuados pelo governo do Estado. A informação foi dada pelo deputado João Catan, durante sessão na Assembleia, quando disse que são repassados R$ 500 milhões à Cassems.

Muda tudo

Sobre essa questão da Cassems, o deputado Gerson Claro explicou que a atual decisão muda todo o entendimento Jurídico, e considerou isso muito plausível. Antes da decisão do TCE-MS, a subvenção “era dada ao servidor e não à empresa privada”, no caso, à caixa de assistência. “R$ 500 milhões é o Estado que dá em Saúde ao seu servidor. E se houver mesmo a mudança do entendimento Jurídico, de intepretação legal, eu assino com vossa excelência”, frisou.

Demorou

Somente cinco dias depois do episódio em que integrantes da Guarda Civil Metropolitana e manifestantes se confrontaram durante protesto contra a Administração Municipal, é que houve uma reunião sobre o episódio. Vereadores ouviram, no dia 4, esclarecimentos do secretário municipal de Segurança e Defesa Social, Anderson Gonzaga. Ele defendeu a guarnição e disse que as imagens serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil, responsáveis pela investigação. arquivo pessoal arquivo pessoal arquivo pessoal arquivo pessoal arquivo pessoal.

ANIVERSARIANTES

Dr. Gabriel Morilhas Corrêa da Costa,
Arusa Dayana Salgado e Santos Cabral, 
Cleir Ávila Ferreira Júnior, 
Loridani Martins,
Divoncir Schreiner Maran Júnior,
Tânia Conceição Battaglin 
Brum Berti,
Luciana Anunciação,
Carlos Issa, 
Maria Helena Rozin Barbosa, 
Carlos Augusto Melke Filho,
Inês Conceição da Silva,
Jane Terezinha Lino, 
Nayara Regina dos Anjos,
Ana Cristina Camargo de Castro,
Paulo Claudiano Freire Netto,
Daniella Barroso Netto,
Zeleida Aparecida Siqueira Moura,
Rafaella dos Santos Pereira Interlando,
Geraldo de Souza,
Lívia Machado Maksoud, 
Neiva Conceição Faria Campos D’Oliveira,
Abdalla Yacoub Maachar Neto,
Floriza Cardoso,
Cristina Conceição Oliveira Mota,
Anali Neves Costa,
Daniela Rocha Rodrigues Peruca,
Eriko Silva Santos,
Fábio Hilário Martinez de Oliveira,
Gabriela Alves de Deus,
Jean Junior Nunes,
Magda da Conceição Ormay Molas Pianezzola,
João Luiz Rosa Marques,
Marco Andre Honda Flores,
Adelaide Teresinha Seider,
Neudir Simão Ferabolli,
Vânia Barreto de Queiroz,
Luiz Valentim da Silva,
Valcilio Carlos Jonasson,
Teamajormar Glauco Bezerra de Almeida,
Riad Emilio Saddi,
Gladiston Reisktins de Amorim, 
Dr. Diomedes Borges do Amaral, 
Vera Lúcia Verde Selva,
Dr. Washington Cassio Justino Pedroso, 
Carlos Vicente de Almeida,
Renato Carlos Vieira Mangelli,
Dr. Alexandre Alexiades, 
Conceição Quintana,
Marco Antonio Rodrigues,
Mayra Ribeiro Gomes,
Ramão Sobral,
Maria Cacilda Brandão,
Andréia de Souza Ferreira,
Paulo Márcio Machado Metello,
Sebastião Moreira Ferro,
Gisela Nantes D’Avila,
Aldonso Vicente da Silva,
Maria Campos Pacheco,
Nilma Coutinho,
José Carlos de Andrade,
Mariângela Gaspar,
Rafael Ibanês de Moraes Neto,
Anilton da Costa Duarte, 
Gilma Gonzales Chaves,
João Lino Rodrigues,
Roberto César Catelan, 
João Freire de Oliveira,
Edison Gutierres,
Jaime Douglas Belintani,
Pedro Yonehara,
Tânia Maria de Lima,
Adão Luiz Pereira,
Pedro Paulo Cardoso,
Roberto Schifer Bernardi,
Ambrozina Oliveira Dutra,
Cícero da Silva,
José João Pires Oliveira,
José Ferreira dos Anjos Neto,
Maria do Nascimento,
Jeferson Barbosa Marques,
Narduche Pavão, 
Edson Nogueira,
Hilda Panhoti Ribeiro, 
Viviane Vignolli Nascimento,
Suzana Tomie Fukuhara, 
Mauro Lúcio Rosário,
Regiane de Queiroz Santos Delmondes,
Luciano Ribeiro de Souza,
Oscar Ramos Louveira,
Carlos Alberto Salgueiro da Cunha Rosa,
Luiz dos Santos Souza,
Alencar Lemos Passos,
Rui Aparecido da Silva Martins,
Wania Conceição de Oliveira Fernandes,
Pedro Farias de Oliveira,
Amariles Diniz Ramires,
Pedro Luiz Sanches Junior,
Adriana dos Santos Piornedo,
Paola Lincetti Ferreira,
Antonio Paulo Nunes de Abreu,
Evaldo Luiz Pereira da Rosa

*Colaborou Tatyane Gameiro

documentário

'Apocalipse nos Trópicos', cotado ao Oscar, vence duas categorias em prêmio internacional

Documentário em longa-metragem aborda a relação entre política e religião no Brasil

07/12/2025 21h00

Documentário aborda a relação entre política e religião no Brasil

Documentário aborda a relação entre política e religião no Brasil Foto: Divulgação

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Apocalipse nos Trópicos, documentário de Petra Costa, venceu as categorias de melhor produção e melhor roteiro do International Documentary Awards (IDA) neste sábado, 6, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O filme também concorria nas categorias de melhor documentário em longa-metragem, a principal da noite, e melhor direção.

A primeira foi vencida por The Tale of Silyan, de Tamara Kotevska, que retrata a família de um agricultor em meio ao cenário político e econômico da Macedônia do Norte. Já o prêmio de direção ficou para Brittany Shyne, de Seeds, que aborda a vida de fazendeiros negros.

"Que orgulho e que honra receber esse prêmio que não é apenas nosso, mas de toda equipe incrível de Apocalipse nos Trópicos", afirmou Costa em seu Instagram.

O prêmio de roteiro foi dado a Petra Costa, Alessandra Orofino, Nels Bangerter, David Barker, Tina Baz, e o de produção a Petra e Alessandra.

Disputa pelo Oscar

Há expectativa de que Apocalipse nos Trópicos seja um dos escolhidos para concorrer ao Oscar de melhor documentário em longa-metragem na lista que será divulgada pela Academia em 22 de janeiro de 2026.

O filme aborda a relação entre política e religião no Brasil e traz entrevistas com personalidades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o pastor Silas Malafaia.

Não seria a primeira disputa de Petra Costa em um Oscar. Em 2020, seu filme Democracia em Vertigem também concorreu na mesma categoria. Na ocasião, porém, a estatueta ficou com American Factory.

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