Correio B

AGENDA CULTURAL

Os Paralamas do Sucesso, Linn da Quebrada e muitas outras atrações

Além do aguardado show d'Os Paralamas do Sucesso, programação tem show de Celito e Gilson Espíndola ao lado de Guilherme Rondon no Teatro do Mundo, Linn da Quebrada na Parada LGBT+, dança, lançamento literário na Plataforma Cultural e filme da Barbie

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É hoje. Sem tocar na Capital há mais de uma década, Os Paralamas do Sucesso sobem ao palco do Ondara Palace Buffet (Parque dos Poderes) nesta sexta-feira, às 22h, para apresentar o show da turnê “Clássicos”.
Herbert Vianna (vocal e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria), mesmo trio que formou os Paralamas em 1982, estarão à frente de uma banda com outros instrumentistas que os acompanham já faz décadas, a exemplo do trombonista João Bidu e do tecladista João Fera.

“Alagados”, “Meu Erro”, “Lanterna dos Afogados”, “Saber Amar”, “Uma Brasileira” e “Aonde Quer que Eu Vá” são apenas alguns dos sucessos do grupo que prometem embalar o público do show. Os ingressos estão esgotados há mais de 90 dias, segundo a Pedro Silva Promoções, responsável pela produção local do evento.

Para além do rock temperado d’Os Paralamas, também hoje, às 20h, Celito, Gilson Espíndola e Guilherme Rondon fazem a segunda noite do show “Comitiva Pantaneira – Vem pra Cá” na Estação Cultural Teatro do Mundo (Rua Barão de Melgaço, nº 177, Centro). A entrada é um quilo de alimento não perecível, mediante reserva no Sympla.

Os alimentos arrecadados serão encaminhados à Central Única das Favelas (Cufa) para posterior doação. O show será transmitido via streaming pela Rede Educativa MS. Sandro Moreno (bateria) e Gabriel de Andrade (guitarra) também estarão no palco.

A apresentação é definida pelos três artistas veteranos como uma “ode à riqueza musical que deságua pelas bandas de Mato Grosso do Sul”. No repertório, composições de Paulo Simões, da Família Espíndola, de Guilherme Rondon, de Almir Sater, de Geraldo Rocca, de Délio & Delinha e de Dino Rocha. “É um projeto que a gente quer circular”, anuncia Celito, sobre a iniciativa, que conta com patrocínio do governo do Estado.

LINN NA PARADA

Linn da Quebrada é o grande destaque da 20ª Parada LGBT+ de Campo Grande, a ser realizada amanhã, a partir das 18h, na Praça do Rádio, com acesso gratuito. O show da cantora está previsto para começar às 21h.

Sob o tema “Discurso de ódio não é liberdade de expressão! Eu exijo respeito!”, a parada é uma realização da Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATTMS) e traz na programação dezenas de atrações da Capital, entre as quais Lady Afroo, Beca e Gaia Arte, Deh Leão, Yasmin Fontes, Anastadence, Luna Negra Cia de Dança e a Escola de Samba Deixa Falar.

DANÇA

Hoje, amanhã e domingo, às 19h30min, na Casa de Ensaio, a Cia Dançurbana oferece mais um programa da Temporada Quanto Custa?, com a apresentação de dois solos: “Euphoria”, com Lívia Lopes, inspirado no artista novaiorquino Jean-Michel Basquiat (1960-1988), e “A Pele de Dentro”, com Ariane Nogueira, que explora “as matrizes corporais afro-brasileiras e as sensações latentes de seu próprio corpo” (mais informações na página B4).

Ingressos gratuitos pelo Sympla, mas a Dançurbana exorta o público a contribuir com algum valor em dinheiro, dentro das possibilidades de cada um, como forma de incentivo à produção independente. A Casa de Ensaio fica na Rua Visconde de Taunay, nº 203, Amambaí.

Somente hoje, no Sesc Cultura, às 19h, pelo projeto Sesc Encena, Jackeline Mourão e Reginaldo Borges apresentam o espetáculo “Procedimento #6”, que cruza elementos de dança contemporânea com experimentações de videoimagens projetadas.

A performance “aciona dispositivos que articulam paisagens, onde a imagem é trabalhada como uma memória de memórias, acionando códigos que distorcem a matéria visível e frágil do corpo”. Ingressos gratuitos também pelo Sympla.

ANDRÉ ALVEZ

O escritor André Alvez lança hoje, às 19h, na Plataforma Cultural, o livro “Todo Bicho Alado Sente Medo do Vento”, com o qual foi um dos vencedores do Prêmio Ipê de Literatura.

A obra de contos e crônicas é a sétima escrita por Alvez, autor do romance “A Bruxa da Sapolândia”, entre outros títulos. “Tenho uma relação muito íntima com o vento. É o sopro do vento que me move a escrever”, diz Alvez, que dedica parte dos textos a situações e impressões sobre Campo Grande. O livro estará à venda por R$ 48.

CINEMA

Nos cinemas, Margot Robbie encabeça o elenco de “Barbie”, com Ryan Gosling no papel de Ken, parceiro de aventuras da boneca do título que inspirou o longa-metragem dirigido por Greta Gerwig. “Depois de ser expulsa de Barbieland por ser uma boneca de aparência menos do que perfeita, Barbie parte para o mundo humano em busca da verdadeira felicidade”, diz a sinopse.

“Oppenheimer”, que também estreou na Capital, é outro lançamento que vem dando o que falar. Motivo: o modo exasperante como retoma o surgimento da era nuclear. No novo filme do diretor Christopher Nolan (“Tenet”, “Dunkirk”, “A Origem”), Cillian Murphy vive J. Robert Oppenheimer, físico responsável pelo Projeto Manhattan, que leva ao desenvolvimento da bomba atômica.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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