Por Ana Claudia Paixão – Crítica de Cinema
Seguir em frente, este é o lema de Issa Rae na conclusão da série Insecure, seu projeto pessoal, que a fez famosa e rendeu indicações a vários prêmios.
Uma série, segundo ela disse ao New York Times, “o objetivo era elevar pessoas comuns negras e nos fazer ser vistos como bonitos em nossa normalidade e o mais humano possível”. Pode se considerar vitoriosa.
A série, que estreou em 2016, lançou a 5ª e última temporada no dia 22 de outubro, gira em torno da amizade de duas jovens negras, Issa e Molly (vivida pela hilária e brilhante Yvonne Orji), que se conhecem desde a faculdade e vivem em Los Angeles, onde tentam acertar os ponteiros de relacionamento, carreira e amizade, nem sempre acertando em suas escolhas.
A atriz e roteirista Issa Rae, filha de um médico senegalês e uma professora americana, estudou na renomada Universidade de Stanford e fez questão de colocar sua cidade natal, Los Angeles, como o cenário de Insecure.
Antes da TV, Issa fez sucesso no Youtube, com duas webséries, sendo que Insecure saiu de The Misadventures of Awkward Black Girl (As desventuras de uma garota negra desajeitada).
A atriz estava cansada da falta de oportunidade para artistas negros e decidiu ela mesma mudar o mercado.
Conseguiu, com um tom equilibrado para endereçar críticas à sociedade e vários comportamentos, sem focar apenas em temas raciais, mas tratar de temas gerais femininos, como Girls e Sex and The City fizeram tão bem antes.
O diferencial de Insecure é o tom autoral de Issa, uma mulher extremamente inteligente e o oposto de insegura.
Na 1ª temporada, todos os episódios eram ligados à uma forma de falar. No caso, “as f*ck”.
Ou seja, “Insecure as F*ck”, “Racist as F*ck” e “Broken as F*ck”, são alguns exemplos.
Na 2ª temporada, a expressão passou para “Hella”: “Hella question”, “Hella Perspective” e por aí vai. Na 3ª, foi mais suave e ficou com “like”, resultando em “Familiar-lie”, “Obsessed-Like”, ritmo mantido na 4ª temporada que foi a “Lowkey”: “Lowkey distant”, “Lowkey Distant”, etc.
Os títulos dos episódios sempre revelam muito sobre a trama, o posicionamento da série e o recado que o showruner quer passar. Eu sempre presto atenção a esse detalhe!
Por isso, estou achando curioso, quer dizer, nem tanto, que na temporada final, Issa Rae tenha decidido a colocar todos os títulos de forma conclusiva.
Serão todos com um “Okay?”, encerrando discussões. “Reunited, Okay?” foi o primeiro. “Everything’s gonna be, Okay?!” será o final, com previsão de ir ao ar no dia 26 de dezembro.
Mesmo com dois episódios a mais (geralmente eram apenas 8 e agora serão 10), já antecipo o gostinho de quero mais, mas era hora de acabar.
Os desencontros amorosos de Issa, que ainda não resolveu de quem realmente gosta, devem tomar parte da temporada. Ela e Molly, que estavam afastadas, devem se reaproximar. Será que Molly vai ficar menos reativa com o mundo? Eu torço por ela!
Veja a lista dos episódios:
- 24/10, Reunited, Okay?!
- 31/10, Growth, Okay?!
- 07/11, Pressure, Okay?!
- 14/11, Faulty, Okay?!
- 21/11, Surviving, Okay?!
- 28/11, Tired, Okay?!
- 05/12, Chillin’, Okay?!
- 12/12, Choices, Okay?!
- 19/12, Out, Okay?!
- 26/12, Everything Gonna Be Fine, Okay?!
Como ficaremos bem com final, Issa? Esse “Okay” não me tranquiliza!


B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação
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