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COMPORTAMENTO E SOCIEDADE

Pesquisa mostra que é maior o número de pessoas adultas que moram com os pais

De olho no Dia do Adulto, celebrado ontem, especialista explica as razões que levam a "geração canguru" a demorar cada vez mais tempo para sair da casa dos pais

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Conquistar o tão sonhado diploma, morar sozinho, encontrar o primeiro emprego e buscar a independência financeira. Esse parece ser o sonho de todo jovem que acabou de completar 18 anos, não é mesmo?

Trata-se, porém, de um horizonte que tem sido adiado cada vez mais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro indivíduos dessa faixa etária ainda reside com seus pais.

Especialistas apontam que isso é uma realidade diferente de alguns anos atrás, quando os jovens tinham mais necessidade de entrar no mercado de trabalho para ajudar no sustento das famílias, assumirem responsabilidades, como pagar contas, e se casarem mais cedo.

Porém, com o passar dos anos, os adolescentes foram ganhando mais liberdade para se dedicarem aos estudos, postergando “a vida adulta” – e suas consequências – para além dos 20 anos.

Tendo em vista o Dia do Adulto, celebrado ontem, a psicóloga Vanessa Vilela explica que a chamada “geração canguru” – o grupo de jovens entre 25 e 34 anos que não consegue abandonar “a barra da saia da mãe” – passou a demorar mais tempo para sair de casa por vários motivos.

“Os jovens acabam saindo de casa mais tarde por passarem mais anos se dedicando aos estudos, por optarem por casamentos mais tardios e, claro, por fatores emocionais, econômicos e alto custo de vida nas grandes cidades. Tudo isso acaba alongando o tempo que moram com os pais ou familiares”, explica a estudiosa do comportamento humano. 

Cerca de 15% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos não frequentaram a escola, não trabalharam e não procuraram emprego em 2021, o que representa um universo de aproximadamente 7,6 milhões de pessoas. E essa realidade atinge todas as classes sociais.

No caso dos jovens mais pobres, o porcentual nessa condição chega a 24%, conforme aponta uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Essa situação aparentemente cômoda e inofensiva pode causar desgastes, tanto para quem sustenta quanto para quem é dependente dos genitores. “Essa situação pode gerar problemas porque a pessoa não assume o controle e a direção da própria vida, não assumindo as responsabilidades também”, diz a psicóloga.

CRIANÇA INTERIOR?

Vanessa Vilela explica, ainda, que a adolescência é uma fase, um momento de transição entre a infância e a idade adulta, um período muito importante, em que a pessoa forma uma identidade própria.

“Todos nós trazemos uma criança e um adolescente dentro do adulto. Quanto mais cedo olhamos para isso com acolhimento, atenção e carinho, mais temos a possibilidade de curar traumas e feridas que ficaram para trás e acabam nos atrapalhando a crescer”, afirma.

Por outro lado, existem pessoas que “não querem crescer”, com medo das responsabilidades que a vida adulta carrega.

“É mais fácil culpar os outros, as circunstâncias externas e se colocar em uma posição de vítima, esperando que o mundo traga o que a gente precisa. Porém, com essa atitude, os jovens nunca vão conseguir encontrar o que realmente precisam, fazendo com que fiquem em uma realidade infantil ou de adolescente, e não na realidade de um adulto”, diz a psicóloga.

ASSUMINDO AS RÉDEAS

Pela legislação brasileira, uma pessoa é considerada adulta quando completa 18 anos e passa a responder pelos seus atos. Para lembrar a importância dessa transição é que foi criado o Dia do Adulto, celebrado no dia 15 de janeiro, em contraponto ao Dia da Criança.

Mas, apesar de todos os conselhos e ensinamentos, crescer não é uma tarefa fácil, segundo a psicóloga, que atende em Goiânia (GO). A especialista explica que ser adulto é assumir as próprias responsabilidades, as escolhas e as consequências das mesmas.

“Se tornar adulto é aprender a fazer boas escolhas, pegar as rédeas, assumir a responsabilidade e lidar com as consequências, sabendo que nada é 100% bom e nada é 100% ruim também. É necessário aprender que as perdas e os ganhos, os erros e os acertos, os sentimentos bons e ruins fazem parte do pacote da vida e podemos ser felizes assim mesmo”, afirma.

A psicóloga acrescenta, ainda, que ser adulto é aprender a se relacionar com você mesmo. “Quando olhamos, acolhemos e damos atenção para a criança e para o adolescente que trazemos conosco, fica mais fácil de nos tornarmos adultos”, diz Vanessa Vilela.

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ALERTA PARA A EXAUSTÃO

A síndrome do dezembro perfeito

16/12/2025 11h30

Divulgação / Renata Carelli

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Dezembro traz dois fenômenos digitais que podem afetar o bem-estar: as retrospectivas de um ano supostamente perfeito e a pressão estética pelo chamado corpo de verão. O que deveria servir de inspiração tem se tornado gatilho de ansiedade para quem tenta conciliar o esporte com uma rotina de trabalho exaustiva.

O canal Atleta de Fim de Semana, criado pela produtora audiovisual Renata Carelli para servir de guia a uma prática mais saudável do esporte amador, defende que a matemática dessa comparação é injusta.

O erro comum do amador é comparar sua vida integral, que inclui boletos, trânsito, cansaço e limitações, com os melhores momentos editados de influenciadores ou atletas que vivem da imagem.

A vida é complexa demais para caber em um post. Quando nos comparamos com a retrospectiva de alguém, ignoramos o contexto, como a rede de apoio, o tempo livre e os recursos financeiros.

Essa busca por uma estética ou performance irreal no fim do ano gera uma sensação de fracasso, mesmo para quem teve um ano vitorioso dentro de suas possibilidades.

Para virar a chave em 2026, o Atleta de Fim de Semana sugere trocar a meta do corpo de verão pelo corpo funcional. A ideia é valorizar o corpo não pela aparência na praia, mas pela capacidade de viver experiências, aguentar a rotina e gerar disposição.

Confira três dicas que Renata considera essenciais para sobreviver ao fim de ano sem culpa.

NÃO DESISTIR

Não desistir é a verdadeira medalha: no mundo amador, a consistência vale mais que intensidade. Se você teve um ano difícil no trabalho e, mesmo assim, conseguiu treinar duas vezes na semana, isso é uma vitória.

O importante é celebrar o fato de não ter voltado ao sedentarismo, sem se comparar com quem treinou todos os dias.

FILTRE O FEED

Filtre o feed e a mente. Nesta época, o algoritmo privilegia corpos expostos e grandes feitos. Se isso gera ansiedade, a recomendação é prática: silencie perfis que despertam a sensação de insuficiência. O esporte deve ser sua válvula de escape para o stress, não mais uma fonte dele.

REDEFINA O SUCESSO

Redefina o sucesso para 2026: ao fazer as resoluções de Ano-Novo, evite metas baseadas apenas em estética, como perder peso a qualquer custo, ou em números de terceiros.

Trace metas de comportamento, como priorizar o sono ou se exercitar para ter energia para a família. Quando o objetivo é funcional, a pressão diminui e a longevidade no esporte aumenta.

SAÚDE NO VERÃO

Entenda os efeitos das ondas de calor em mulheres que estão na menopausa

Temperaturas elevadas intensificam ondas de calor e desconfortos da fase marcada pela queda dos níveis hormonais e alterações no organismo da mulher; ginecologista orienta como amenizar os efeitos para enfrentar o verão com mais conforto

16/12/2025 09h00

Temperaturas elevadas intensificam ondas de calor e desconfortos comuns durante essa fase da vida da mulher

Temperaturas elevadas intensificam ondas de calor e desconfortos comuns durante essa fase da vida da mulher Foto: Divulgação/Freepik

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A menopausa é um processo natural da vida feminina que marca o fim do período reprodutivo, geralmente entre os 45 anos e os 50 anos. A queda dos níveis hormonais, especialmente de estrogênio, provoca uma série de alterações físicas e emocionais, como ondas de calor, insônia, ressecamento da pele, secura vaginal, depressão, variações de humor, ganho de peso, diminuição da libido e sensação de fraqueza.

Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, muitos desses sintomas tendem a se intensificar. Isso ocorre porque o calor externo potencializa os mecanismos internos de termorregulação, tornando as ondas de calor mais frequentes, intensas e prolongadas.

Segundo a ginecologista Loreta Canivilo, essa combinação pode prejudicar o bem-estar e a qualidade de vida de mulheres que já convivem com os efeitos da menopausa.

“A elevação da temperatura no verão atua diretamente sobre o centro regulador de calor no cérebro, que já está mais sensível durante a menopausa. Por isso, os episódios de fogachos podem se tornar mais desconfortáveis”, explica Loreta Canivilo. Os fogachos são ondas de calor súbitas e intensas no rosto, no pescoço e no peito.

ALIVIANDO OS SINTOMAS

Apesar do desconforto, algumas atitudes simples podem reduzir os impactos da menopausa durante os dias mais quentes.

> Utilizar roupas leves e de tecidos naturais;
Hidratar-se constantemente;
Praticar atividades físicas regulares;
> Priorizar alimentos naturais e ricos em nutrientes;
> Reduzir o consumo de cafeína, bebidas alcoólicas e comidas muito picantes.

METABOLISMO

De acordo com Loreta Canivilo, essas medidas ajudam a estabilizar a temperatura corporal, a melhorar o humor e a favorecer o equilíbrio metabólico.

“Pequenas mudanças na rotina geram grandes resultados. A alimentação adequada e a hidratação, por exemplo, têm impacto direto na redução das ondas de calor e da irritabilidade”, reforça a médica.

TRATAMENTOS E REPOSIÇÃO

Em casos nos quais os sintomas são mais intensos, a reposição hormonal pode ser uma alternativa eficaz. O tratamento, porém, deve ser sempre conduzido com acompanhamento médico criterioso.

Os principais hormônios utilizados são estrogênio e progesterona, mas a testosterona também pode ser indicada em situações específicas, assim como versões modernas da terapia, incluindo o uso de gestrinona.

CADA UMA É UMA

“Cada mulher vive a menopausa de maneira única e nem todas as mulheres podem fazer reposição hormonal. Por isso, antes de iniciar qualquer reposição é indispensável realizar uma avaliação completa, levando em conta histórico médico, exames atualizados e necessidades individuais”, orienta a médica Loreta Canivilo.

A médica reforça que, quando bem indicada e acompanhada, a reposição hormonal reduz significativamente os desconfortos, melhora o sono, aumenta a libido e contribui para o bem-estar geral da paciente.

“Menopower”

(Rita Lee/Mathilda Kovak)

Vestida para matar em pleno climatério
A velha senhora só vai ficar mocinha no cemitério
Chega de derramamento de sangue
Cinquentona adolescente
Quem disse que útero é mangue
Progesterona urgente

Menopower pra quem foge às regras
Menomale, quando roça e esfrega
Menopower pra quem nunca se entrega
Melancólicas, vocês são piegas

Haja fogacho pra queimar essa bruxa em idade média
Em mulher não se pode confiar com menos
de mil anos de enciclopédia
O “chico” é tão incoerente
Ah, me deixa tiririca ao chegar
O “chico” quando vem é absorvente
E quando falta só rezando pra baixar

Menopower!
Pra quem foge às regras
Menomale quando roça e ah, ah, ah, ah
Menopower!
Pra quem nunca se entrega
Melancólicas, você são piegas

Tampax, tabelinha, ora pílulas, ora DIU
Diafragma, camisinha, vão pra mãe que não pariu
Chega do creme de aveia da véia perereca da vizinha
Chega do bom caldo e da “sustância” da galinha

Yeah, yeah yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah

Menopower!
Pra quem foge às regras
Menomale, quando roça e esfrega
Menopower!
Pra quem nunca se entrega
Melancólicas, você são piegas.

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