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Alimentação e Saúde

Plantas alimentícias não convencionais rendem boas refeições, fazem bem à saúde e custam pouco

Elas estão mais perto do que você imagina, rendem boas refeições, fazem bem à saúde, custam pouco e podem até ser facilmente cultivadas em casa; conheça as Pancs, tema de um projeto que o Sesc Mais lança hoje, em parceria com o Recanto das Ervas

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Elas estão mais perto do que você imagina, rendem boas refeições, fazem bem à saúde, custam pouco e podem até ser facilmente cultivadas em casa. São as Pancs, sigla que representa as plantas alimentícias não convencionais, uma opção mais saudável e mais barata para o cardápio do dia a dia, ou para dietas especiais, do que boa parte da lista de produtos que você encontra com maior facilidade no supermercado.

A cactácea ora-pro-nóbis, por exemplo, é uma dessas plantas. Trata-se da espécie vegetal classificada como Panc mais disponível em Campo Grande e em todo o Brasil. É daquelas que, no dizer popular, você encontra “no mato”, em qualquer tipo de solo, na sombra ou no sol, muito utilizada como cerca viva e para outras finalidades, inclusive na alimentação. A nutricionista Paula Saldanha Tschinkel faz uma lista com várias outras Pancs e compartilha diversas informações sobre essas plantas tão ricas para o organismo e, sim, para o paladar também.

“A mais consumida é sem dúvida a ora-pro-nóbis. Outras mais fáceis de se encontrar [na Capital ou em MS] são: bertalha, beldroega, urtiga, dente-de-leão, capuchinha, carqueja, azedinha, malva e taioba. Elas oferecem uma série de benefícios para os hábitos alimentares e à saúde em razão de sua diversidade nutricional e propriedades medicinais, têm baixo teor calórico e proporcionam uma boa variedade na dieta”, diz Paula.

“São ricas em vitaminas, minerais, antioxidantes e ácidos graxos essenciais. Por exemplo, a beldroega é rica em ômega-3, enquanto a urtiga é uma excelente fonte de ferro e vitamina C. Para a saúde, contam muito as propriedades antioxidantes. As Pancs ajudam a combater os radicais livres no corpo, reduzindo o risco de doenças crônicas”, prossegue a nutricionista.

“A carqueja é conhecida por suas propriedades digestivas e hepáticas, e a urtiga é usada para tratar anemia e problemas urinários. Temos melhora na digestão com a malva: ela é rica em mucilagem, uma substância que ajuda na digestão e no tratamento de problemas gástricos e também no fortalecimento do sistema imunológico”, afirma.

Paula destaca ainda o potencial ecológico das Pancs, assim como seu papel na segurança alimentar.

“Além de benefícios ambientais e de sustentabilidade no cultivo sustentável e fácil, são importantes na preservação da biodiversidade, pois ajudam a preservar a biodiversidade local, incentivando o uso de plantas que muitas vezes são negligenciadas pela agricultura moderna, reduzindo o desperdício alimentar”, argumenta a nutricionista.

“Cultivar Pancs em casas e apartamentos é uma ótima maneira de ter acesso a alimentos frescos e nutritivos, mesmo em espaços limitados”, recomenda Paula Tschinkel.

FUTURO NA MESA

Hoje e amanhã, o Sesc MS, por meio do Sesc Mais, em parceria com o Recanto das Ervas, lança o projeto Panc – Futuro na Mesa, com a proposta de incentivar a inserção das Pancs e frutos do Cerrado na alimentação diária de escolas e instituições sociais.

Michelle Koltermann, nutricionista do Sesc MS, reforça que as Pancs são ricas em sais, vitaminas e minerais, além de terem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

“Nós podemos inserir as Pancs no nosso consumo diário de várias formas: in natura, refogadas, em processos de produção de doces e diversas outras maneiras de preparo”, diz Michelle.

Quanto às partes que são comestíveis, ela informa que são folhas, frutos, raízes e sementes, mas é importante conhecer as características de cada um desses alimentos e seus valores nutricionais para entender como utilizar e qual o modo de preparo indicado.

Segundo a nutricionista, a ora-pro-nóbis pode ser consumida in natura, e o mangará, conhecido como flor de banana, rico em fibra solúvel e insolúvel, pode ser utilizado em diversas receitas, como a caponata. Já a taioba, rica em vitaminas A e C, não pode ser consumida crua, pela presença de oxalato de cálcio.

A jornalista Márcia Chiad, criadora do Recanto das Ervas, considera que inserir as Pancs e os frutos nativos na alimentação do dia a dia de escolas, comunidades e população em geral é resgatar parte da nutrição perdida ao longo dos tempos. “Podemos ser mais independentes e reconectados com a natureza. Este é o verdadeiro futuro na mesa”, aposta Márcia.

Ela observa que as Pancs são resistentes e abundantes e ainda respondem às demandas de soberania e segurança alimentar, conservação e uso do solo e podem melhorar a saúde coletiva e garantir geração de renda.

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Cultura

Expressão de Rua, o festival mais alternativo de MS, está programado para este fim de semana

Com diversidade musical, dança, oficinas (graffiti, etc), rodas de conversa, feirinhas alternativas e cultura cigana, Festival Expressão de Rua comemora sua primeira década com dois dias de programação gratuita na Plataforma Cultural

07/04/2025 11h00

Falange da Rima

Falange da Rima Divulgação

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“Nas ruas é que me sinto bem/Nas ruas é que me sinto bem/Ponho meu capote e está tudo bem/E está tudo bem”. Os versos iniciais da canção “Nas Ruas”, composta pelo guitarrista Edgard Scandurra e apresentada há quase 40 anos no repertório do segundo álbum do Ira!, “Vivendo e Não Aprendendo” (1986), caem feito uma luva no conceito do próximo festival a ocupar a Plataforma Cultural (Esplanada Ferroviária) neste fim de semana.

Anunciado como “o festival mais alternativo de Mato Grosso do Sul”, o Expressão de Rua completa 10 anos de trajetória em 2025 e a edição comemorativa da primeira e frutífera década do evento será realizada neste sábado e domingo, das 14h às 23h, com uma programação extensa, variada e marcada por muito engajamento e descontração. Todas as atividades terão acesso gratuito.

MÚSICA

Entre as atrações musicais estão previstas as presenças dos sul-mato-grossenses Falange da Rima, Engenheiro Edson, A Insana Corte, MC Cachorrão, Patrick Sandim, Samba do Caramelo, Projeto To’kaya e Dupla Permanência. O grupo musical convidado de fora do estado é o Nazireu Rupestre, banda de rasta-punks da zona leste de São Paulo (SP), que pela primeira vez vai se apresentar em Campo Grande.

TGB E FNK

Haverá ainda oficina de graffiti, roda de conversa, performances artísticas e oficinas culturais com Coletivo Enegrecer e DJ TGB, além da Feira São Chico, a Feira Rota Cigana e a Tenda da Comunidade Cigana, com apresentações do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana (Ibacc). O grupo de dança Espaço FNK também marcará presença no line-up de atrações.

TIA EVA E SANTA SARA

O Expressão de Rua terá duas homenageadas nesta edição: Tia Eva e Santa Sara Kali. Haverá uma roda de conversa sobre a Tia Eva, a primeira liderança feminina afrodescendente de Campo Grande. Em novembro de 2026, completam-se 100 anos de seu falecimento. O festival também vai homenagear Santa Sara Kali, a santa preta venerada como padroeira da comunidade cigana.

Realizado pelo Movimento Quem Luta Vence e Instituto Ìmolé, o Expressão de Rua tem o apoio do Ministério da Cultura e governo federal, da Secretaria Executiva de Cultura (Secult), da Prefeitura de Campo Grande e do deputado federal Vander Loubet.

NAZIREU RUPESTRE

Banda da região leste de São Paulo, conhecida como os rasta-punks, deixa sua marca com uma presença de palco única e músicas autênticas. Formada em 2004, tiveram a primeira oportunidade de se apresentarem em 2007, no quilombo da Praia de Camburi das Pedras, em Ubatuba (SP), onde moraram por oito anos.

Desde então foram muitos réveillons nesse lugar. Daí em diante, começaram a se apresentar por todo estado de São Paulo, com passagens por estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas e Paraná.

Depois de três álbuns, os rastas lançaram como quarto trabalho o álbum “Os Tempos São Cruéis” (2014), que conta com três videoclipes e músicas veiculadas em emissoras de rádio FM de São Paulo e nas maiorias das web rádios de todo o País, com boas visualizações nas plataformas digitais e milhares de cópias de CDs vendidas de forma independente.

PETER TOSH

O grupo assina um projeto paralelo chamado Tosh Attack, apresentado a partir de 2016. Trata-se de um tributo a Peter Tosh, com quatro vídeos no YouTube e apresentações ao vivo com figurino da época e músicos convidados. E a mais recente obra, o álbum “Rasta Punk”, é considerado pelos integrantes um divisor de águas na trajetória da banda.

“Um som pesado, sincero e revelador. No começo [da trajetória da banda], violão e tambores. Hoje, guitarras distorcidas e linha de baixo e bateria se fundem às harmonias de teclados e mensagens marcantes”, anunciam os integrantes do Nazireu Rupestre nas redes sociais do grupo.

Serviço

FESTIVAL EXPRESSÃO DE RUA EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 10 ANOS

SÁBADO (12/4)

14h – Feira São Chico, Exposição de Arte e Cultura Negra, Feira Rota Cigana e Tenda da Comunidade Cigana;
14h – Oficinas artísticas com TGB, Coletivo Energrecer e Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
16h – Espaço FNK;
18h – Abertura oficial;
18h20min – MC Cachorrão;
19h10min – Dupla Permanência;
19h30min – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
19h50min – Projeto To’kaya;
20h30min – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
20h50min – A Insana Corte;
21h30min – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
21h50min – Falange da Rima.

DOMINGO (13/4)

14h – Feira São Chico, Exposição de Arte e Cultura Negra, Feira Rota Cigana e Tenda da Comunidade Cigana;
14h – Roda de conversa: 100 anos sem Tia Eva;
14h – Oficinas artísticas com TGB e Coletivo Energrecer;
17h – Samba do Caramelo;
19h – DJ TGB com participação de DN MC e Martins MC;
20h – Patrick Sandim;
21h – Engenheiro Edson;
22h – Nazireu Rupestre (SP).

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Correio B+

Como manter e ganhar massa muscular após os 50 anos

Com a combinação certa de treinamento, nutrição e acompanhamento médico, é possível preservar e fortalecer os músculos para um envelhecimento mais ativo e saudável.

07/04/2025 10h00

Saúde B+: Dia Mundial da Saúde: Como manter e ganhar massa muscular após os 50 anos

Saúde B+: Dia Mundial da Saúde: Como manter e ganhar massa muscular após os 50 anos Foto: Freepik

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Hoje, 7 de abril, celebramos o Dia Mundial da Saúde, um momento oportuno para refletir sobre a importância da saúde muscular, especialmente após os 50 anos.

O Dr. Adriano Leonardi, referência em Ortopedia do Joelho e Medicina do Esporte no Brasil, falou ao B+ sobre o alerta que a perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia, pode comprometer significativamente a qualidade de vida e a longevidade, mas há estratégias eficazes para preveni-la e revertê-la.

A importância de um treinamento orientado

"A partir dos 40 anos, começamos a perder entre 0,5% e 1% da fibra muscular por ano e de 1% a 3% da força, o que leva à sarcopenia. Esse quadro se agrava na ausência de atividade física e na presença de doenças crônicas", explica o Dr. Leonardi. Fatores como o uso de corticoides, remédios para colesterol, sedentarismo e perda hormonal aceleram essa deterioração muscular.

De acordo com o especialista, a chave está em um treinamento bem estruturado. "O planejamento deve incluir treinos de força, aeróbicos, equilíbrio, flexibilidade e mobilidade articular ao longo da semana. Além disso, exames médicos regulares, como ergometria e ergospirometria, são fundamentais para acompanhar a performance e adaptar os exercícios", orienta.

Uma boa nutrição

Outro pilar essencial é a nutrição. "A alimentação precisa acompanhar o aumento do gasto energético, garantindo a reposição proteica adequada para maximizar os resultados", acrescenta o ortopedista.

A sarcopenia tem influência genética, mas o impacto pode ser minimizado com um estilo de vida ativo. "A perda muscular reduz o metabolismo e a produção de miocinas, hormônios que protegem contra doenças como Alzheimer, Parkinson, câncer, diabetes e problemas cardiovasculares", afirma o Dr. Leonardi. "Além disso, indivíduos com pouca reserva muscular tendem a ter menor resistência durante internações hospitalares, aumentando o risco de complicações e até óbito."

É fundamental que o treino de força seja adaptado conforme a idade, sexo e nível prévio de atividade física. Além disso, exames cardiológicos, como eletrocardiograma e ultrassonografia de carótidas, ajudam a garantir a segurança do treinamento.

A nutrição adequada complementa o treinamento de força. "A ingestão proteica deve variar entre 0,8 a 1,2 gramas por quilo de peso corporal. Além disso, a creatina, em doses de 3 a 5 gramas ao dia, e suplementos como Coenzima Q10 e Beta-alanina podem auxiliar na manutenção da força muscular", recomenda o Dr. Leonardi.

"Se alguém deseja investir para o futuro, além da aposentadoria financeira, deve investir em músculo. Quanto mais massa muscular, melhor a qualidade e a expectativa de vida", finaliza o ortopedista.

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