Fazer novela não era algo que estivesse nos planos de Priscila Ubba quando ela foi chamada para interpretar a dedicada Guemecha de “Gênesis”, novela bíblica da Record.
Na época, a atriz estava fora do país e, em uma visita ao Brasil por motivos profissionais, ligados ao cinema, acabou decidindo ficar por aqui quando descobriu que a emissora tinha planos para ela.
“Eu estava morando na Europa e tinha finalizado dois filmes europeus que foram selecionados em festivais brasileiros. Vim representá-los e surgiu o convite”, lembra.
Na história, Guemecha é a serva e a confidente da sacerdotisa Nadi, papel de Camila Rodrigues na trama. Mas as duas são bem diferentes.
“Nadi é determinada, sedutora e explosiva. Já Guemecha aprende a lidar com essas situações e a admirá-la. É uma relação construída por instantes”, explica Priscila, que gosta de trabalhar sua composição nas pequenas nuances.
“Digo que Guemecha vive no silêncio, nas entrelinhas, principalmente por sua relação com Nadi”, conta.
De cara, o que mais a atraiu na oportunidade de integrar o elenco de “Gênesis” foi mesmo o ar de superprodução que o folhetim bíblico carrega. “São várias novelas em uma só”, enaltece.
Para construir a personagem, Priscila recorreu a livros sobre o tema, filmes, séries e imagens que pudessem ajudá-la a construir uma espécie de linha do tempo de Guemecha na trama.
O fato de ser uma história de época, assume, também a encantou.
“Gosto muito. Na realidade, é uma grande paixão, porque sempre me enriquece como artista e como pessoa. Sem contar que é um desafio gigantesco. A indumentária, os gestos e costumes são primorosos. São vivências que desfruto como um presente”, valoriza.
Nome: Priscila Ferreira Uba de Faria.
Nascimento: 22 de janeiro de 1990, em Cruzília, Minas Gerais.
Atuação inesquecível: Tirda, em “A Terra Prometida”, novela exibida pela Record entre 2016 e 2017. “Esse trabalho tem, até hoje, um reflexo gigantesco, nacional e internacional, na minha vida e carreira”.
Interpretação memorável: Ingrid Bergman como Charlotte Andergast em “Sonata de Outono”, filme de 1978 escrito e dirigido por Ingmar Bergman.
Momento marcante na carreira: “Meu primeiro prêmio como atriz revelação”.
O que falta na televisão: “Produtos mais viscerais, orgânicos, que retratem a vida com mais verdade. E identificação com o público”.
O que sobra na televisão: “A repetição das histórias. O público se atrai por novidades”.
Com quem gostaria de contracenar: Fernanda Montenegro.
Se não fosse atriz, seria: Artista plástica. “Arte é um propósito em minha vida”.
Ator: Marlon Brando.
Atriz: Ingrid Bergman.
Novela: “Saramandaia”, exibida pela Globo em 2013 na faixa das 23h.
Vilão marcante: Marlon Brando, como Don Vito Corleone, no filme “O Poderoso Chefão”, dirigido por Francis Ford Coppola e lançado em 1972.
Personagem mais difícil de compor: Silvia, do filme “Godiva”, que está sendo produzido em 2021. “Uma personagem com distúrbio dissociativo de identidade. São muitas identidades em uma, é um trabalho delicado de pesquisa e aprofundamento intenso”.
Novela gostaria que fosse reprisada: “Saramandaia”.
Papel gostaria de representar: Vários. “A Eva, de ‘Sonata de Outono’, é uma delas”.
Filme: Todos do Ingmar Bergman. “É minha grande referência artística”.
Autor: Ingmar Bergman.
Diretor: Ingmar Bergman.
Vexame: Nenhum. “Faço o que tenho vontade, de forma visceral, e não ligo para o que os outros pensam. Quero ser feliz e honesta comigo mesma”.
Mania: “De consumir arte por toda parte. É um combustível”.
Medo: “Perder as pessoas que mais amo na vida, a minha família”.
Projeto: “O próximo que irei realizar”.
Felipa Araujo Coimbra e Edson d’Alcantara Rodrigues Coimbra, que comemoram 57 anos de casamento neste domingo


