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MEMÓRIA AUDIOVISUAL

Projetor cinematográfico de 1971 é doado pela UFMS e passa a integrar o acervo do MIS

Doado pela UFMS à Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, projetor cinematográfico de 1971 passa a integrar o acervo do MIS, emociona a velha guarda e cinéfilos sonham com sessões à moda antiga

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No apagar das luzes de 2022, acendeu-se a esperança de projeções de filmes com um gostinho especial no Museu da Imagem e do Som (MIS), em Campo Grande.

Quem frequentou as salas de cinema de rua certamente será tocado pela nostalgia do escurinho do cinema, a “sala de sonhos” para cinéfilos veteranos, ao entrar no Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho.

Isso porque a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) recebeu como doação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) um projetor de cinema, fabricado em 1971, que por décadas ajudou a embalar as sessões do Teatro Glauce Rocha.

Pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte da UFMS, o músico e professor Marcelo Fernandes afirma que “o projetor Incol 70-35 do Teatro Glauce Rocha é um tímido protagonista da cena cultural campo-grandense desde os anos de 1970”.

MISSÃO CUMPRIDA

Para Fernandes, “sua missão como equipamento de projeção de filmes está terminada, mas sua exposição permanente no Memorial da Cultura será de grande importância para a preservação da memória cultural dos jovens sul-mato-grossenses”. Cineclubistas de plantão, de qualquer modo, já sonham com possíveis sessões protagonizadas pelo projetor.

O editor de vídeo Adão Matias, que auxiliou na desmontagem e montagem do equipamento durante a mudança do Teatro Glauce Rocha para o Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho, conhece bem a história do projetor.

Adão trabalhou como operador cinematográfico em Campo Grande de 1976 até 1989 – no Cine Santa Helena, Rialto, Alhambra, Cine Plaza, Cine Center, AutoCine e Cine Campo Grande I e II.

CARVÃO ATIVADO

“Este projetor foi instalado no Glauce Rocha na mesma época em que foi inaugurado o teatro, em 1971. Ele funcionava na base de um dispositivo chamado carvão ativado, em que você usava dois tipos de carvão, o positivo e o negativo. Quando os dois se encostavam, ele acendia uma luminosidade tipo de uma solda elétrica, e essa luminosidade era projetada na lente por um espelho côncavo”, explica Matias.

“Essa lente primeiro passava pela película, que era carregada, tinha um processo para carregar a película, que era de 35 milímetros, e aí jogava essa luminosidade na tela, na lente que projetava sobre a tela. Esse projetor é bem antigo”, recapitula o editor de vídeo. 

O projetor permaneceu por mais de 50 anos no Teatro Glauce Rocha. Agora é patrimônio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, em razão de pedido e esforços da coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro. Está exposto aos visitantes no saguão térreo do Memorial, que funciona no prédio da FCMS, na Avenida Fernando Corrêa da Costa. Outro projetor idêntico permanece no Teatro Glauce Rocha.

MISSÃO DE VIDA

“Tenho nos últimos anos colocado o cinema em Mato Grosso do Sul como uma missão de vida. Então, resgatar a história e a memória articulando feitos me deixa feliz e emocionada. E muito importante nesse processo são as pessoas que abraçam a causa, motivando e fazendo acontecer”, diz Marinete.

“Assim, minha enorme gratidão aos gestores envolvidos que ajudaram a trazer para exposição permanente no Memorial da Cultura uma peça tão rara, complexa e grandiosa física e historicamente. Tenho certeza que as pessoas que frequentaram os cinemas de rua lembrarão da luz mágica projetada sobre a tela, e, para os mais jovens, uma reflexão do cinema como uma atividade poderosa. Penso que a imponência desse projetor de cinema pode dar uma dimensão do poder da sétima arte”, afirma a coordenadora do MIS.

“Agradeço à UFMS pela doação, ao pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte da UFMS, Marcelo Fernandes, ao diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Gustavo de Arruda Castelo, ao secretário de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, entusiasta que abraçou a causa, e ao diretor-geral da FCMS, Zito Ferrari, e ao funcionário Eliel Santos, por agilizarem essa mudança, que foi complexa, pois trata-se de uma peça rara, especial e pesada”, diz Marinete.

Para o diretor-presidente da FCMS, Gustavo de Arruda Castelo, o Cegonha, é muito importante ter um desses projetores no prédio do Memorial, como acervo e patrimônio da fundação.

“É a história do cinema de nosso Estado viva e exposta, para que mais pessoas vejam e conheçam a riqueza da sétima arte, como ela é feita e como era projetada. A vinda dessa máquina só enriquece o acervo da Fundação de Cultura e contribui para a preservação da memória cinematográfica do nosso Estado”, valoriza o dirigente.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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