Correio B

AGENDA CULTURAL

Rap, reggae, terror e canções brasiguais

Tem também muito samba, com o primeiro grito de Carnaval da temporada na quadra da Vila Carvalho; Falange da Rima e Gio Resquin encerram o Som da Concha, Rockers Sound System toca no Jardim dos Estados e, para as crianças, "Histórias Mágicas de Natal"

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Dois shows gratuitos encerram o projeto Som da Concha 2024 neste domingo: “Brasiguaia”, da cantora Gio Resquin, e “Falange da Rima Homenageia a Música de MS”, com o grupo Falange da Rima. Quem primeiro sobe ao palco da Concha Acústica Helena Meirelles (Parque das Nações Indígenas), às 18h, é a cantora de Ponta Porã. Em sua apresentação, Gio vai exaltar as influências culturais da fronteira.

Filha de brasileiros e de paraguaios, a artista busca expandir a visão da cultura fronteiriça, indo além de elementos tradicionais como a sopa paraguaia e o tereré. O show “Brasiguaia” destaca gêneros musicais que a cantora cresceu ouvindo, como kachaka, reggaeton, polca, cumbia, vallenato e bachata. O repertório inclui releituras e composições autorais que combinam elementos eletrônicos do pop e do reggaeton com os ritmos tradicionais paraguaios.

“O Falange preparou um repertório que cria uma atmosfera de homenagem a personagens da música regional de Mato Grosso do Sul. Trechos das memoráveis músicas de Délio e Delinha, Almir Sater, Bêbados Habilidosos, entre outros, fazem parte desta criativa homenagem que, junto com nossas letras de rap, entregará um espetáculo que valoriza a memória musical do Estado”, adianta Mano Cley, um dos cinco integrantes do grupo.

Desde 1998, o Falange ocupa um lugar de destaque na história do hip-hop em Mato Grosso do Sul, sendo reconhecido como o grupo de rap mais antigo em atividade no Estado. Oficialmente formado em Campo Grande, seus integrantes já participavam da cena cultural urbana desde os anos 1990, por meio do breaking. A formação atual conta com Flynt, Mano Xis, John Geral, Mano Cley e DJ Magão.

Com dois álbuns lançados, “Acheromthius Lexis Mariposa Assassina” (2001) e “Esquadrão Mariposa” (2013), o grupo deixou um legado significativo para os amantes da cultura hip-hop. Canções como “Circo dos Horrores”, “Abrakadabra”, “Quem Nunca Sonhou em Ter?”, “O Pano do Rei”, “Super-Heróis”, “Passos Indecisos”, “Capital sem Favela” e “Filho” são clássicos que marcaram gerações e não saem do repertório do Falange da Rima.

REGGAE NO QUIÇÁ

Além de rap e de música fronteiriça, domingo também é dia de reggae. O Rockers Sound System marca presença no Quiçá Bar, a partir das 19h, com entrada franca e seu afiado repertório de pérolas da música jamaicana extraídas de discos de vinil que são uma raridade.

“Moldando o futuro da música reggae em Campo Grande, promovendo novos talentos e criando produções que honram as raízes jamaicanas, Rockers Sound System toca neste domingo”, convoca o DJ Jah Rebel, que, ao lado de Diego Manciba, comanda o som. Rua Euclides da Cunha, nº 488, Jardim dos Estados. Entrada gratuita.

TEATRO DE BRINCAR

Sábado (19h) e domingo (16h), no Ateliê Ramona Rodrigues, a Trupe Teatro de Brincar apresenta o espetáculo “Histórias Mágicas de Natal”, com teatro, brincadeiras, cantigas clássicas e histórias como “A Lenda do Pinheirinho” e “A Fada dos Brinquedos Abandonados”, de Didier Lévy, que trazem personagens como anjinhos, bonecos de neve e o Papai Noel. A peça conta com trilha sonora ao vivo, com canções antológicas interpretadas pelos cantadores Edu Brincante e Érica Toledo.

A dramaturgia e a direção-geral são de Eduardo Alcântara, bonecos por Driely Alves, cenário e figurinos por Luiz Carvalho e produção-executiva de Randryer Ortiz. O espetáculo tem classificação livre, e os ingressos, para compra antecipada, custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Rua 14 de Julho, nº 1431, Centro. Vendas e informações pelo WhatsApp: (67) 98154-1699.

NEUROEXPLORADOR

A última sessão do ano do Cineclube da Boca, neste sábado, apresenta “Neuroexplorador”, filme de terror produzido por alunos da Escola Estadual Vespasiano Martins. O evento, com entrada franca, será na Casa de Cultura (Quartel da Afonso da Pena), às 18h30min. 

A sessão contará com coquetel gratuito de salgadinhos e refrigerantes, distribuição também gratuita de livros sobre o filme e cerimônia de premiação. O curta-metragem é resultado das oficinas de cinema ofertadas pelo projeto do cineclube ao longo deste semestre.

Os estudantes que realizaram o filme compartilharão as etapas que trilharam durante a produção, desde a escolha do gênero e a escrita do roteiro à filmagem e à pós-produção. Foram eles, afinal, que conduziram toda a feitura da obra. Depois do filme, haverá uma cerimônia de premiação e debate. 

O filme conta a história da cientista Mayana. Após inventar um capacete tecnológico, ela faz testes clandestinos que transformam sua vida em um pesadelo. O projeto foi financiado pela Lei Paulo Gustavo, via governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Entrada gratuita.

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OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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