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Gastronomia

Receita de campeão: chef Leandro Santos ensina receitas especiais com carnes vermelhas e branca

O 'Lê' foi o grande vencedor da Copa de Assadores, realizada durante a primeira edição do Festival Internacional da Carne, em Campo Grande

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Com carne vermelha e branca, o chef assador Leandro Santos, mais conhecido como Lê, mostrou toda sua técnica e criatividade. Com um pernil suíno ao molho de mostarda e mel, um frango assado com farofa de castanha e ainda uma costela no chão, ele agradou não só o público, mas também a curadoria da 1ª Copa Internacional de Assadores em Mato Grosso do Sul.

A equipe sul-mato-grossense Chama o Lê foi a grande campeã da Copa de Assadores Ancestrais – Meat Master, que ocorreu durante o 1º Festival Internacional da Carne, realizado entre os dias 15 e 17, em Campo Grande.

“Graças a Deus deu tudo certo. Eu estou muito feliz e focado. A Copa de Assadores e o Festival da Carne foram eventos muito bons para criarmos experiências e conhecermos muitos chefs renomados”, comemora Lê.

Com 807 pontos na classificação geral, o time Chama o Lê recebeu o troféu de campeão pelas mãos do vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Dácio Queiroz, e da idealizadora do festival, a empresária Márcia Marinho.

“Minha receita é vencedora! Nós ganhamos em primeiro lugar com o pernil. Mas também ganhamos uma pontuação muito boa, tanto no frango quanto na costela. O que nos levou a ser campeão”, destaca o mestre assador.

Lê revela que um dos diferenciais de sua equipe foi criar e preparar um acompanhamento único para cada tipo de proteína e para cada dia do festival.

Foram seis acompanhamentos: repolho à Blumenau, farofa de limão com castanha de caju, vinagrete de feijão no dulçor de abacaxi, vinagrete assada e molho de mostarda e mel.

“Entre os acompanhamentos, fizemos um repolho à Blumenau, que vai rapadura, cravo e maçã. Fica saboroso e agridoce. Também fizemos um vinagrete de tomate rústico assado e finalizado com castanhas e ainda uma mandioca selada no alho”, cita.

Sobre o processo de escolha para os tipos de pratos que seriam assados durante o festival e com potencial para concorrer a Copa de Assadores, Lê explica que foi necessário estudar e realizar um verdadeiro trabalho em equipe.

“Escolhi essa receita para o festival porque tinha que ser algo ancestral. Então, muitos ingredientes não podiam entrar. Minha equipe e eu estudamos e criamos um estilo. Cada dia as receitas vinham com um acompanhamento diferente, e o pessoal gostou muito das combinações que criamos”, conta o chef.

Apesar de ainda ser novo no ramo churrasqueiro, com dois anos de atuação profissional como assador, Lê já realizou diversos eventos corporativos, inclusive para a dupla Fernando & Sorocaba, sendo um dos mais cotados assadores no Estado.

“Sou chef assador há dois anos, e meu mentor foi o chef Fábio de Pádua, de São Paulo. Vivo profissionalmente do churrasco, inclusive fechei uma empresa que eu tinha e fiz transição de carreira para o churrasco”, comenta.

A fama do Chama o Lê começou lá atrás, quando Leandro era vendedor de espetinhos. Atualmente, ele conta com uma equipe própria, títulos e uma das maiores estruturas para churrasco em Mato Grosso do Sul.

“Sou de Nova Andradina, mas hoje já me sinto campo-grandense. Foi aqui que comecei minha história com o churrasco. Eu vendia espetinhos na frente de casa, persisti, entreguei nas mãos de Deus e cheguei a vender 7 mil espetos em um só dia. Era o Espetinho do Lê”, ressalta.

Pernil suíno

Ingredientes do pernil
> 1 pernil suíno com cerca de 3 kg;
> Suco de 3 laranjas;
> Suco de 1 limão;
> Sal de parrilla a gosto;

Ingredientes do molho
> Meia cebola roxa;
> 100 g de mostarda;
> Suco de laranja;
> 10 unidades de pistache;
> 7 unidades de damasco;
> Azeite de oliva a gosto;
> Mel a gosto (para adoçar o molho ou, sem sua adição, para torná-lo mais ácido).

MODO DE FAZER:
Pernil
O segredo para esse pernil está no tempero, principalmente 
com a ajuda das laranjas. Já o sal é responsável pela desidratação da pele. Junte todos os ingredientes em um refratário, deixando a carne marinar por cerca de 40 minutos antes de ser assada.

Rendimento: 30 porções de 100 g cada (costela).

Molho
Em uma frigideira, coloque três fios de azeite e frite meia cebola roxa cortada. Acrescente o suco de laranja. Faça uma redução. Pique os damascos. Finalize 
o molho jogando as castanhas em cima do conteúdo.

Rendimento: de 6 a 8 porções.

Costela do Lê

Ingredientes da costela
> 1 costela de 7 kg;
> 200 g de sal grosso.

Ingredientes do acompanhamento
> 250 g de mandioca cozida e cortada;
> 50 ml de azeite de oliva;
> 80 g de cebola roxa;
> 100 g de hortelã ou de erva-mate;
> Sal e páprica a gosto.

Ingredientes do vinagrete assado
> 3 tomates;
> 1 cebola;
> 100 g de vinagrete desidratado (tempero);
> 50 ml de azeite de oliva;
> Sal a gosto.

MODO DE FAZER:
Costela

Tempere ao estilo gaúcho, só com sal grosso. Coloca para assar com o osso virado para a brasa. Em torno de 6 horas de assamento. A temperatura pode ser conferida na mão, ao tempo de 10 segundos. Depois, vire a carne para o fogo e deixe finalizar entre 1 hora a 1 hora e meia, a depender da gordura da costela.

Rendimento: A costela serve 50 porções de 100 g cada. 

Acompanhamentos
Com a mandioca já cozida e cortada, esquente em uma panela um fio de azeite e frite a cebola e o alho até selar. Faça em fogo leve. Acrescente a mandioca e misture. Adicione sal, páprica e demais temperos a gosto. Para finalizar, peneire a hortelã desidratada ou a erva-mate.

Vinagrete Assado
Pegue os tomates e a cebola e corte-os em pedaços grandes. Leve-os até a grelha para assar. Depois, em uma panela, acrescente um fio de azeite, o tempero de vinagrete desidratado e o sal a gosto. Frite esse misture. Coloque o conteúdo em cima do tomate e da cebola assada e sirva.

A mandioca serve 2 porções e o vinagrete assado, de 3 a 4.

Frango do Lê

Ingredientes do frango
> 1 frango inteiro;
> 6 dentes de alho;
> Suco de 4 laranjas;
> Suco de 1 limão;
> 1 colher de açúcar mascavo;
> Sal refinado a gosto.

Ingredientes da farofa
> 1 kg de farofa de milho;
> 100 ml de manteiga de garrafa;
> Suco de 1 limão siciliano;
> 6 dentes de alho;
> 150 g de castanha de caju;
> Azeite de oliva a gosto.

MODO DE FAZER:
Frango
Amasse o alho com duas colheres de sal. Descole a pele do frango e esfregue o sal com o alho entre a pele 
e a carne. Junte o suco de laranja com o de limão. Adicione o açúcar mascavo. Mergulhe o frango e deixe marinar na mistura por 1 hora. Faça as devidas amarrações. Já no forno, meça a temperatura pela mão a contar 12 segundos. Vire o frango a cada hora a fim de dourar por inteiro.

Farofa

Em uma frigideira, adicione um pouco de azeite de oliva e a manteiga de garrafa e aqueça até dar uma leve dourada. Acrescente o suco do limão siciliano, jogue a farofa e mexa até deixar ela meio úmida. Coloque as raspas de meio limão siciliano. Finalize com a castanha de caju em pedaços.

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OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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