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MÚSICA

Revelação internacional do violão aos 27 anos, Plínio Fernandes fala sobre música

Paulista Plínio Fernandes é o convidado de estreia do programa "Estúdio", da rádio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, sob o comando da jornalista Lilian Veron

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O sucesso de Plínio Fernandes na música clássica europeia, e mundial, envolve, por trás do talento do jovem paulista de 27 anos, a história de amor de sua família pelo repertório brasileiro, desde a música popular, mas, sobretudo, a paixão do pai por mestres do violão clássico, a exemplo de Villa-Lobos (1887-1959) e Fábio Zanon.

Nascido em Itanhaém, no litoral de São Paulo, Fernandes foi estudar na Royal Academy of Music de Londres aos 17 anos e, com o lançamento de seu primeiro álbum, "Saudade", pelo prestigiado selo Decca Gold, tornou-se o nome da vez no cenário do violão clássico ao atingir o topo da parada de música clássica da Billboard, um dos dois ou três rankings musicais mais importantes do planeta em qualquer segmento musical.

SUPERMÚSICO

Com o disco de estreia, Plínio Fernandes cometeu a proeza de desbancar figurões de peso no cenário da música erudita, a exemplo do maestro norte-americano John Williams trilheiro de filmes blockbusters como "Superman" ou as produções do diretor Steven Spielberg e do célebre violoncelista Yo-Yo Ma, também dos EUA.

A história surpreendente do músico paulista é o combustível da prosa da primeira edição do programa "Estúdio", que estreia nesta terça-feira, na rádio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).

A emissora pode ser acessada pelo portal da Alems e, a cada duas semanas, novos programas serão transmitidos sempre nas terças-feiras, a partir das 8h, com reprise nas quintas-feiras.

"TESOURO"

Produzido e apresentado pela jornalista Lilian Veron, o "Estúdio", com duração de trinta minutos, tem a proposta de "unir bate-papo e arte e trazer aos ouvintes a leveza da música e das histórias de vida de quem a produz".

MPB, rock, jazz, chorinho, música clássica e regional, entre outros gêneros, estarão no repertório, sempre buscando a diversidade cultural brasileira.

Para a coordenadora da Rádio Alems, Karine Cortez, diversificar a programação e valorizar a música brasileira e regional é um dos "grandes diferenciais e compromissos" da rádio institucional.

"Nosso país tem uma cultura extremamente rica, e nós, comunicadores, temos o dever de valorizar e divulgar todo esse nosso tesouro. Com esse programa, a Rádio Alems cumpre com seu papel social na valorização dos artistas, dos nossos artistas, que hoje despontam mundialmente", afirma a coordenadora da emissora, que, por meio de uma parceria com a Rádio Senado, pretende chegar ao dial das FMs.

CARTOLA E BACHIANAS

"Eu espero intensamente também servir de referência e inspirar crianças negras a estudarem música", conta Plínio Fernandes em uma entrevista recente.

"Pelo fato de eu ser um jovem violonista clássico negro, vindo de uma família de classe média baixa, sei que só foi possível furar essa bolha com muito apoio de pessoas e circunstâncias", reconhece o primeiro convidado do "Estúdio", que conversou com Lilian Veron diretamente de Londres. 

Plínio tem uma intensa ligação com Mato Grosso do Sul, o que o motivou, inclusive, na escolha de "Recuerdos de Ypacaraí" como uma das 14 faixas de seu disco.

"Já estive em Campo Grande diversas vezes, onde gravei programas de TV e me despedi do Brasil em um concerto com a Orquestra Sinfônica de Campo Grande", conta o jovem músico.

O primeiro álbum do violonista traz a participação da cantora Maria Rita, cantando "O Mundo É Um Moinho", de Cartola (1908-1980), e do violoncelista Sheku Kanneh-Mason, de Serra Leoa, nas "Bachianas Brasileiras n° 5", de Villa-Lobos.

Uma curiosidade é que o talentoso Sheku ficou mundialmente conhecido por ter tocado no casamento do príncipe Harry e de Megan Markle, em 2018.

BANDOLIM E BOSSA

Depois de Plínio Fernandes, com outros detalhes de seu exitoso álbum e muita música brasileira, os ouvintes vão conhecer a sonoridade peculiar do bandolim tocado pelo português Norberto Cruz, que vai falar sobre a própria carreira e a história do, e com o, instrumento.

Na mesma edição, os ouvintes conhecerão a cantora e produtora Lidiane Duailibi, com seu projeto "Bossa Livre". "A nossa proposta é sempre pintar um quadro novo, unimos músicos maravilhosos e sempre tocamos de improviso canções já conhecidas de uma forma inédita e única", explica a intérprete.

TETÊ E LPS

Em dezembro, estreiam os programas com a cantora Tetê Espíndola e o colecionador Carlos Luz.

Ícone da música sul-mato-grossense, Tetê conta as novidades de seu processo criativo e da fase atual da carreira, com destaque para o projeto que a trouxe de volta ao Estado recentemente: a gravação de um DVD com a Orquestra de Câmara do Pantanal, de Corumbá.

O registro recupera partituras de uma antológica apresentação no Theatro Municipal de São Paulo, no início dos anos 1980, e apresenta também novos arranjos sinfônicos sob a regência de Eduardo Martinelli. 

Pesquisador e colecionador, Carlos Luz fala sobre o grande acervo de discos de vinil e de CDs de artistas sul-mato-grossenses. Entre as relíquias que os ouvintes poderão conhecer estão raros LPs de Zé Corrêa e da dupla Délio & Delinha.

 

CUIDANDO DO SONO

Pós-ceia: como equilibrar alimentação e descanso

23/12/2025 10h30

Refeição pesada e tardia prejudica organismo que precisa manter o metabolismo ativo em um momento em que deveria desacelerar

Refeição pesada e tardia prejudica organismo que precisa manter o metabolismo ativo em um momento em que deveria desacelerar Divulgação / Freepik

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Pratos fartos, sobremesas e bebidas alcoólicas fazem parte das ceias de fim de ano, mas as escolhas feitas à mesa influenciam diretamente na qualidade do sono. Alimentos ricos em gordura e carboidratos refinados, além do consumo tardio, estão associados a noites menos reparadoras.

Uma pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), de 2022, indica que refeições noturnas pesadas aumentam o número de despertares ao longo da noite. Isso ocorre porque o organismo precisa manter o metabolismo ativo em um momento em que deveria desacelerar.

Segundo Sara Giampá, pesquisadora de uma empresa brasileira de biotecnologia especializada em distúrbios do sono, alimentos típicos das ceias exigem mais esforço digestivo e mantêm o corpo em estado de alerta.

“O recomendado é fazer a última refeição até quatro horas antes de deitar, dando preferência a proteínas simples e preparações com pouca gordura”, orienta a pesquisadora.

O tipo de alimento também pesa. Frituras, massas, doces e bebidas gaseificadas favorecem o refluxo quando consumidos à noite, causando desconforto e interrupções no sono. Pratos muito condimentados ou apimentados têm efeito semelhante, elevando a temperatura corporal e dificultando o adormecer.

“O álcool também é um vilão. Apesar de provocar relaxamento inicial, ele interfere no sono REM – fase essencial para a memória e para a recuperação do corpo – tornando o descanso mais superficial”, alerta a especialista.

Dicas para aproveitar a ceia sem prejudicar o sono:

> Controle as porções, especialmente de pratos gordurosos e doces;

Prefira proteínas magras, legumes e preparações assadas;

> Faça a ceia com antecedência, dando um espaço de algumas horas antes de dormir;

> Modere o álcool e intercale com água;

Evite excesso de temperos fortes ou apimentados.

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SAÚDE

Psiquiatra alerta para excessos nas festas, que podem desencadear dependência química

Segundo Relatório Global sobre Álcool e Saúde de 2024, quarenta e um por cento dos adultos relataram episódios de consumo abusivo em interações sociais

23/12/2025 10h00

Festas sim, problemas não: para quem está em tratamento, tem histórico de dependência ou qualquer outra vulnerabilidade, o primeiro gole pode ser a porta de entrada para os estragos na saúde e na vida pessoal, causados pelo vício

Festas sim, problemas não: para quem está em tratamento, tem histórico de dependência ou qualquer outra vulnerabilidade, o primeiro gole pode ser a porta de entrada para os estragos na saúde e na vida pessoal, causados pelo vício Divulgação

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O fim do ano traz uma combinação intensa de celebrações, expectativas emocionais e mudanças de rotina. Relatórios nacionais e internacionais mais recentes, como o Vigitel 2023 do Ministério da Saúde e o Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2024 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que o consumo abusivo de álcool cresce de forma expressiva nesse período, chegando a aumentar até 20 por cento em algumas capitais brasileiras.

O cenário também coincide com maior risco de recaídas entre pessoas em tratamento ou com histórico de dependência.

Para a psiquiatra Aline Sena da Costa Menêzes, que atua em grupo que oferece tratamentos de saúde mental, a vulnerabilidade tende a crescer justamente porque o período ativa estímulos conhecidos e emoções acumuladas.

Ela explica que muitos pacientes que mantiveram estabilidade ao longo do ano podem sentir a pressão do contexto festivo.

As festas, segundo Aline Sena, ampliam a sensação de permissão para beber e reduzem o senso de limite. “Pacientes que estavam bem podem ser surpreendidos por gatilhos emocionais que não apareciam há meses”, explica a psiquiatra.

DESAFIO EMOCIONAL

O Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2024, da Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que 41% dos adultos relataram episódios de consumo abusivo em interações sociais no último ano.

Já o Relatório Mundial sobre Drogas 2024 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) destaca que datas festivas costumam intensificar vulnerabilidades, especialmente no primeiro ano de tratamento.

Na visão de Aline Sena, esse movimento é previsível e deve ser enfrentado com informação e suporte adequado. A psiquiatra afirma que não se trata apenas de estatística. “Para quem está em tratamento, um fim de semana prolongado ou um encontro de família pode representar um desafio emocional enorme.

Reconhecer isso ajuda a organizar estratégias de proteção antes que os riscos aumentem”, destaca a dra. Aline.

JOVENS MAIS EXPOSTOS

Jovens ficam mais expostos às pressões sociais. O período festivo é especialmente delicado para adolescentes e para quem está começando a vida adulta. A OMS reforça que o início precoce do consumo aumenta a probabilidade de dependência na vida adulta.

O levantamento da entidade aponta que festas abertas, viagens e eventos com pouca supervisão favorecem experimentação e excessos.

De acordo com a psiquiatra, conversas abertas e orientação direta ajudam a reduzir riscos. Ele comenta que muitos jovens bebem para se sentir pertencentes aos grupos que almejam.

“Quando os adultos deixam claro que não há obrigação para beber e explicam os efeitos no organismo, isso já diminui a pressão social”, explica Aline Sena.

SINAIS DE ALERTA

Festas sim, problemas não: para quem está em tratamento, tem histórico de dependência ou qualquer outra vulnerabilidade, o primeiro gole pode ser a porta de entrada para os estragos na saúde e na vida pessoal, causados pelo vícioO apoio de familiares e de amigos é fundamental para que se consiga dar a volta por cima - Foto: Divulgação

No contexto da prevenção e combate aos riscos dos abusos e recaídas, é recomendável que os familiares fiquem atentos aos sinais de alerta. Mudanças bruscas de humor, isolamento, consumo escondido, perda de controle sobre a quantidade ingerida e episódios de memória falha são sinais importantes.

Para quem já está em tratamento, sensações de desgaste emocional, conflitos familiares, ansiedade aumentada ou sentimento de obrigação social para beber exigem atenção adicional.

PLANEJAMENTO

O planejamento e o suporte fazem a diferença para lidar com os problemas causados por vícios e excessos. Para reduzir riscos durante as festividades, a médica recomenda que pacientes e familiares planejem previamente situações que possam causar desconforto.

Aline Sena orienta que identificar gatilhos antes das festas, organizar alternativas sem álcool e combinar palavras-chave com pessoas de confiança pode ajudar muito. “Pequenos ajustes fazem diferença no final”, alerta a psiquiatra.

A especialista reforça ainda que buscar ajuda rapidamente ao notar sinais de vulnerabilidade é fundamental. Intervenções precoces evitam recaídas prolongadas e impedem a evolução para quadros mais graves.

“Passar pelas festas de fim de ano com segurança é totalmente possível quando existe apoio consistente e uma rede preparada para acolher”, assegura a médica.

*SAIBA

Na busca de evitar ou remediar as recaídas, médicos e grupos de tratamento desenvolvem planos de prevenção, que, basicamente, é um documento escrito que o próprio paciente cria com sua equipe de tratamento e compartilha com seu grupo de apoio.

O plano oferece um curso de ação para responder a gatilhos e desejos. A recaída geralmente não é um evento do momento. Normalmente , é um processo de três partes, incluindo: recaída emocional; recaída mental; e recaída física.

O plano de prevenção permite reconhecer e agir sobre certos sentimentos e eventos, evitando uma recaída física – estágio em que alguém volta ao uso de álcool e outras substâncias nocivas.

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