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Rodrigo Alvarez escreve biografia do padre Fábio de Melo: 'Reveladora'

Rodrigo Alvarez escreve biografia do padre Fábio de Melo: 'Reveladora'

EGO

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30/07/2016 - 13h35
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Rodrigo Alvarez ouviu falar pela primeira vez do padre Fábio de Melo em um momento inusitado, em 2013. Ele era correspondente da Globo em Jerusalém e estava fazendo no local uma reportagem sobre a escolha do papa Francisco. Entre uma entrevista e outra, uma peregrina brasileira que acompanhava Fábio de Melo no Oriente Médio o parou na rua e "mandou" que ele fosse entrevistar o religioso.

"Disse a ela que o propósito da matéria era outro e que me perdoasse, mas não conhecia o padre de quem ela falava. Estou fora do Brasil desde 2006, com uma passagem rápida por São Paulo e, de fato, estava mal informado sobre os padres que estavam mudando os rumos da religião no Brasil. A peregrina ficou indignada e foi contar a história ao padre Fábio", relembra Alvarez, achando graça, em entrevista ao EGO.

Mal sabia a peregrina - que, por ironia do destino, se chamava Fábia - que aquela "ordem" daria frutos: uma amizade entre o padre e o repórter, e uma biografia que Alvarez está escrevendo atualmente sobre o sacerdote e será lançada no fim deste ano pela editora Globo Livros.

Intrigado com o episódio inusitado, o jornalista foi procurar saber quem era o tal religioso e descobriu que ele era querido não só entre católcos, mas também entre evangélicos e ateus. Tempos depois, Alvarez finalmente o conheceu pessoalmente no hotel mantido pelo Vaticano em frente aos muros da Cidade Velha de Jerusalém.

"Era pra ser uma conversa rápida, pois faríamos em seguida uma matéria para o ‘Jornal Nacional’ sobre a procissão que centenas de católicos brasileiros faziam naquela noite de Pentecostes. Mas nossa conversa durou vinte minutos. Eu estava terminando de escrever o livro 'Maria' (Globo Livros, 2015) e os assuntos religiosos dominaram nossa conversa. Fiquei encantado com as posturas do padre Fábio sobre questões complexas religiosas e humanas. Acho que ele também gostou de ver meus pontos de vista, e ficamos amigos", conta ele, que acaba de ser transferido para Berlim, capital da Alemanha, no posto de correspondente da Globo.

Mais de 100 horas de entrevistas

Para Alvarez, não foi ele quem escolheu escrever a biografia do padre Fábio de Melo e, sim, a vida. "Nosso encontro mostrou que havia uma afinidade muito grande entre nós dois, mesmo ele sendo padre e eu um escritor e jornalista. Poucos dias depois do nosso encontro, mesmo sem saber quase nada da história de vida dele, senti que queria contar aquela biografia", diz.

"Numa conversa pelo WhatsApp, fiz a proposta - de impulso, confesso - e ele aceitou na hora, dizendo que já havia recusado outras propostas, mas que naquele momento estava seguro para aceitar o desafio. E haja desafio! Em alguns momentos foi difícil para ele reviver um passado que nem sempre foi cheio de músicas e alegrias, começando pela vida difícil da família Silva em Formiga, Minas Gerais", entrega.

Segundo Alvarez, a biografia tem como base mais de um ano de conversas com o padre, em mais de 100 horas gravadas. "Algumas vezes dentro de aviões, pois era o que a vida agitada nos permitia, outras numa procissão em Belém, outras num bairro de judeus ultraortodoxos em Jerusalém, outras por Skype ou WhatsApp. E dessas conversas, além das lembranças de tudo o que o padre viveu antes de ser o Fábio de Melo que nós conhecemos, surgiram grandes discussões filosóficas sobre questões humanas e divinas, que vão ser uma parte importante do livro", adianta.'Simpatia e uma força impressionante'

O livro sobre a trajetória de Fábio de Melo merece ser feito, segundo Alvarez, pelo fato do padre ser complexo em sua religiosidade e humanidade. "Querer simplificá-lo, como alguns que o chamam de padre-cantor ou padre-celebridade, é mera ignorância. Para mim o maior mérito de Fábio de Melo é mostrar que é possível ser católico e moderno, sem precisar fechar os olhos ao mundo em que vivemos, sem precisar seguir regras sem sentido", avalia.

"O padre que me fez querer escrever minha primeira biografia tem conteúdo de sobra, honestidade, simpatia e uma força impressionante que vem mudando a vida de pessoas dentro e fora do Brasil. O livro vai mostrar isso com muita clareza", aposta o autor dos best-sellers "Aparecida" (2014) e "Maria" (2015).

A preferência de Alvarez por temas religiosos na hora de escrever livros veio de casa. "Nasci em uma família católica, estudei no Colégio Santo Agostinho e na Pontifícia Universidade Católica. Sou culturalmente 100% católico, ainda que não seja uma pessoa religiosa. No período em que estive em São Paulo, fiquei impressionado com a devoção do brasileiro a Nossa Senhora Aparecida, quis saber a história da imagem e senti falta de um livro completo. Como não havia, resolvi escrever", relembra.

Quando havia terminado a pesquisa e começado a escrever o livro, a Globo o transferiu para Jerusalém. "Na Terra Santa, vivendo a 1,5 km do Santo Sepulcro, o lugar onde a tradição diz que Maria ficou de joelhos aos pés da cruz de seu filho Jesus; a 2 km do túmulo onde dizem que Maria foi sepultada; a 5 km de Belém e assim por diante, essa história passou a fazer parte da minha vida. Descobri que ainda vivemos hoje a continuação da história que Jesus viveu. Os lugares são os mesmos. Muitas questões são as mesmas. Descobri que havia uma conexão profunda entre o passado e o presente, mesmo para aqueles que não fossem religiosos, e tentei traduzir isso em palavras. Esses foram os livros ‘Maria’ e ‘Aparecida’", conta.

"Depois disso, me sentindo mais católico do que nunca, ainda que sempre ache importante dizer que sou um católico mais cultural do que religioso, foi natural para mim continuar no tema e escrever a história de um dos padre mais importantes do Brasil. Espero que, ao chegar às mãos dos leitores no fim deste ano, a biografia do padre Fábio de Melo seja tão reveladora quanto tem sido essa experiência incrível que venho tendo o privilégio de ter, ao lado dessa pessoa sem igual que é o padre Fábio", elogia.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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