Faz menos de cinco anos que Cleo gravou suas cenas como a aventureira Tamara de “Haja Coração”. De lá para cá, porém, foram tantas mudanças na vida da carioca que até parece ter passado mais tempo.
Ela abandonou o sobrenome Pires, herdado da mãe, a também atriz Gloria Pires, e se lançou como cantora. Mas reconhece a importância do papel na trama de Daniel Ortiz, que está sendo reapresentada em edição especial pela Globo, na faixa das 19h.
“Foi uma personagem que me desafiou bastante na época, tanto fisicamente quanto profissionalmente, por ser essa mulher impulsiva e ter esse desejo de liberdade”, valoriza.
Na trama, Tamara é uma mulher de opiniões fortes, que se impõe. A partir dela, o autor também abordou a Síndrome de Borderline.
“Tinha a oportunidade de abordar e inserir, na história, o tema da saúde mental. Foi algo importante para mim e acredito que ajudou também outras pessoas”, avalia Cleo, que guarda com carinho as recordações do contato com os fãs naquela época.
“Acho que a Tamara é uma pessoa que faz pontuações pertinentes e as pessoas se relacionam com isso. O público se identificava com essa rebeldia dela”, conta.
Além das questões ligadas à saúde, o empoderamento feminino também ganhou destaque a partir da personagem.
“Ela é uma mulher em busca da sua liberdade, de seus sonhos e bate de frente com o machismo em muitos aspectos”, analisa a intérprete.
Mas foi justamente a partir do amor que a personagem sentia pelo carismático Apolo, papel de Malvino Salvador, que Tamara mais se destacou em “Haja Coração”.
Afinal, é ela quem assume a função de antagonista da mocinha Tancinha, vivida por Mariana Ximenes no folhetim.
Assim como Apolo, Tamara é uma apaixonada por automobilismo. Foi nesse ambiente, inclusive, que ela se apaixonou pelo rapaz. A paixão da jovem por adrenalina foi um ponto que desafiou bastante Cleo.
“Amo velocidade, então foi algo que consegui me identificar. Tamara é radical, viciada em adrenalina, e isso me colocou em constante atenção. Também procurei entender melhor a síndrome”, lembra ela, sobre a preparação para a novela.
Não à toa, são justamente as sequências de corrida as que mais empolgaram a atriz.
“Fiquei animada quando soube que ela era piloto de rally. Sabia que teria de fazer um laboratório a respeito para entender mais a personagem e os desafios da profissão dela. Foi uma experiência interessante”, recorda.
Outras paradas
De uns tempos para cá, Cleo tem aproveitado para produzir conteúdo para a sua plataforma “Cleo on Demand”, no Instagram. Segundo ela, a ideia deste projeto e de investir também em um trabalho por trás das câmeras veio a partir de uma troca com a sua própria equipe.
“Falamos bastante sobre como a gente sentia falta de ver alguns tipos de assuntos ou produções no audiovisual. Sempre gostei dos bastidores dos projetos. A websérie ‘Reflexos’, por exemplo, foi um projeto especial, pensado durante a pandemia, e que traz muito sobre autoconhecimento, sobre confrontar quem somos durante o isolamento e se entender novamente”, explica ela, que pode ser encontrada como @cleo na rede social, onde já tem mais de 15 milhões de seguidores.
Desde o fim de julho do ano passado, Cleo deixou de ter contrato de exclusividade com a Globo.
Seu último trabalho na emissora foi na novela “O Tempo Não Para”, que se encerrou em 2019, interpretando a vilã Betina.
Sem previsão de voltar à tevê, ela se prepara para gravar um filme nos próximos meses.
“Ainda tenho três longas para lançar: ‘Terapia do Medo’, ‘O Amor Dá Voltas’ e ‘O Segundo Homem’. E pretendo lançar o álbum de músicas neste semestre”, avisa.
Instantâneas
# O primeiro trabalho de Cleo como atriz foi em 1994, aos 11 anos, na minissérie “Memorial de Maria Moura”. Ela fez uma participação especial interpretando a personagem-título quando criança. A produção era protagonizada pela mãe de Cleo, Gloria Pires.
# Cleo é filha do cantor Fábio Jr. e meia-irmã do ator e cantor Fiuk, que interpreta o executivo Rui em “A Força do Querer” e foi selecionado para o “Big Brother Brasil 21”.
# A atriz ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio em 2003, por sua atuação no filme “Benjamim”.
# Em março de 2018, ela lançou seu primeiro EP, “Jungle Kid”. Em agosto do mesmo ano, foi a vez de lançar um segundo EP, “Melhor que Eu”.


