Intimista e cheio de detalhes, “Aftersun” é o filme de estreia da diretora Charlotte Wells questiona a dicotomia entre amar os pais e não conhecê-los profundamente
Em dezembro de 2022, estreava nos cinemas do mundo o filme “Aftersun”, que conquistou crítica e público com a sua forma sensível de contar uma história de amadurecimento que atravessava a relação de uma filha com o seu pai. A mistura de narrativas visuais é um dos elementos fortes do filme, que conta sua história por meio dos detalhes. Disponível para ser assistido online nas plataformas da Amazon Prime Video, Apple Tv, Double e Google Play Filmes, o longa é o trabalho de estreia da diretora escocesa Charlotte Wells, que demorou quase 8 anos para conseguir tirar a sua ideia do papel e levar para as telas dos cinemas.
Tudo começa quando a personagem Sophie (Celia Rowlson-Hall) reencontra umas antigas gravações que fez quando criança na sua viagem de férias para Turquia com o pai Calum (Paul Mescal) para comemorar o seu aniversário de 11 anos. Permitindo-se reviver essas memórias, Sophie assiste aos filmes dela mesma mais nova aproveitando momentos normais com o seu pai, como uma brincadeira no hotel, um banho de lama ou uma dança esquisita. Com isso, a personagem começa a lembrar de outros comportamentos que indicavam que, apesar de ser um bom pai, Calum lidava com os seus próprios problemas.
Já com um olhar mais amadurecido, Sophie consegue se conectar melhor com as questões do pai e entender que ele escondia muitas coisas para protegê-la. Ao mesmo tempo, aos 11 anos, a personagem vivia uma fase delicada de pré-adolescência, onde não se encaixa mais no mundo mais lúdico das crianças mas também ainda não é adolescente o suficiente, o que faz com que ela observe com curiosidade alguns outros personagens que aparecem na trama. A proposta de “Aftersun” não é responder todas as perguntas sobre a história dos dois, mas retratar o ponto de vista de uma criança que não conhece (e nem compreende) inteiramente o pai, apesar de amá-lo incondicionalmente.
Aclamada cinebiografia sobre o homem responsável por organizar a Marcha sobre Washington, em 1963, estreia dia 17 de novembro na Netflix
“Rustin” é o novo filme original da NetflixEm agosto de 1963, na cidade de Washington, nos Estados Unidos, ocorreu uma das manifestações mais famosas da história, com direito ao famoso discurso “Eu tenho um sonho”, de Martin Luther King. Com cerca de 250 mil pessoas, a marcha tinha como objetivo pressionar o governo de John F. Kennedy por um projeto de lei federal que abordasse os direitos civis. Os manifestantes viam de todas as partes do país e eram, em sua maioria negros. Apesar de, na época, terem se passado 100 anos desde a abolição da escravidão, ainda existiam leis de segregação racial e grupos violentos que perseguiam a população negra americana.
A marcha sobre Washington por Emprego e Liberdade entrou para história não somente pelos seus discursos memoráveis e mobilização social expressiva, mas também por ter conseguido que, um ano depois (1964), fosse decretada a Lei dos Direitos Civis – que poria a discriminação com base em raça, religião, cor, orientação sexual e identidade de gênero. Um evento tão importante como esse, já foi contado algumas vezes no cinema. Inclusive no novo filme original da Netflix, “Rustin”, que estreia dia 17 de novembro na plataforma de streaming e em alguns cinemas selecionados.
O filme é uma cinebiografia do ativista dos direitos civis Bayard Rustin, pessoa responsável por organizar a Marcha sobre Washington e que também trabalhava como assessor de Martin Luther King. Com Colman Domingo no papel principal, o filme conta como o ativista desafiou as autoridades e conseguiu fazer história ao arquitetar uma das maiores manifestações não violentas da história. Além de lutar pelos direitos da população negra, Rustin também atuava como defensor dos direitos dos homossexuais, sendo ele mesmo um membro da comunidade. “Rustin” teve críticas extremamente positivas depois de sua exibição no festival de Telluride. Além disso, tem como produtores executivos o casal Michelle e Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos.
Série da Amazon Prime Video, inspirada no álbum de Marcelo D2, conta a história de duas mulheres pretas, chefes de família, que irão lutar por justiça no Rio de Janeiro
“Amar É Para Os Fortes” conta com 7 episódios de 30 minutos cadaCom sua carreira iniciada em 1993, quando foi vocalista da banda Planet Hemp, o rapper carioca Marcelo D2 vem construindo o seu nome de forma sólida e duradoura na indústria musical, apesar de acumular algumas polêmicas ao longo do caminho. Atualmente em carreira solo, D2 é conhecido por misturar diferentes estilos musicais em seus álbuns, como samba, rap e rock. Assim como em suas músicas, que abordam sonoridades distintas, o cantor também se aventurou na criação de uma série para a Amazon Prime Video, que tem o título de “Amar É Para Os Fortes”, baseada em seu álbum visual de mesmo nome, lançado em 2018.
A produção original conta a história de duas famílias que terão os seus destinos entrelaçados depois de um episódio de violência policial, durante uma operação no Dia das Mães. De um lado, Rita (Tatiana Tiburcio) tem seu filho Sushi (João Tiburcio) de 11 anos assassinado por um PM. Do outro, Edna (Mariana Nunes), a mãe de Digão (Maicon Rodrigues), o policial que foi responsável pela morte do menino. Em busca de justiça e redenção, as duas irão enfrentar diversos problemas, como a questão da corrupção policial e a morosidade do sistema judiciário.
Porém, elas não estarão sozinhas nessa luta. O filho mais velho de Rita, o artista plástico Sinistro (Breno Ferreira) e várias pessoas da comunidade da Maré, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, irão se unir para lutar por justiça pelo crime do qual Sushi foi vítima. A série estreia no dia 17 de novembro na plataforma de streaming e conta com sete episódios de 30 minutos. O primeiro deles terá uma exibição especial na FLUP – Feira Literária das Periferias, que ocorrerá entre os dias 12 e 22 de outubro, no Rio de Janeiro –, e será seguido por um debate com Katia Lund, Yasmin Thayná e o próprio Marcelo D2.
B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação
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