Há tempos que Tom Cavalcante só faz o que bem entende na televisão.
Nos últimos anos, foi na tevê paga que ele encontrou guarida para seus personagens e programas totalmente autorais. Sem contrato fixo e longe dos estúdios durante a pandemia, Tom estava cheio de ideias para seu retorno ao trabalho quando recebeu um convite inusitado do Amazon Prime Video: ser apresentador do “LOL - Se Rir, Já Era”.
Game Show baseado em um formato original japonês e já adaptado em diversos países do mundo, a produção reúne um time de comediantes em uma casa onde é proibido rir.
“Terminei a primeira temporada da versão japonesa às gargalhadas. Foi quando senti que tinha de estar nesse projeto inovador e único”, valoriza o humorista, que divide o comando da produção com Clarice Falcão.
Natural de Fortaleza e um dos expoentes do humor tipicamente cearense, Tom se tornou nacionalmente conhecido no início dos anos 1990, ao viver diversos personagens no “Chico Anysio Show” e, em seguida, com o etílico João Canabrava no clássico “Escolinha do Professor Raimundo”.
No final da década, se transformou em um dos principais nomes da Globo ao interpretar o porteiro Ribamar em “Sai de Baixo”. A briga de egos nos bastidores do dominical, entretanto, fez Tom deixar o humorístico. Sem muito prestígio na emissora, mudou para a Record, onde ficou por uma década.
Recentemente, emendou projetos no Multishow e agora investe pela primeira vez na área de streaming.
“É um novo jeito de se fazer e de assistir à televisão. Tenho uma carreira longa e já fiz de tudo um pouco na tevê. Ano que vem faço 60 anos e me sinto muito privilegiado de ter a oportunidade de ainda experimentar e fazer coisas diferentes”, analisa.
BATE-PAPO
P - Você estava acostumado a propor seus projetos na tevê. Como é ser convidado a participar de um formato já pronto como o “LOL - Se Rir, Já Era”?
R - Tudo depende do projeto. O formato é tão original e criativo que logo me encantou. Fora que é uma chance de conviver com nomes já conhecidos do grande público e outros que representam a mais nova comédia brasileira, pessoas com diversas referências cômicas e que estão a serviço do coletivo. É com grande satisfação que apresento esse programa e acho que ele chega ao Brasil para inovar e influenciar.
P - Em que sentido?
R - Reunir um time de comediantes em um programa onde a principal regra é não rir é algo muito irônico. É dessa tensão que nasce a diversão do público. O programa tem segredos que só são sentidos e percebidos quando os participantes ingressam na casa. Tudo começa com uma grande brincadeira e, naturalmente, as coisas vão se complicando. Ao passar das horas, cada participante começa a entender que precisa ter uma estratégia no jogo.
P - Os apresentadores estão liberados para rir?
R - Ainda bem que sim! Eu me diverti muito ao lado da Clarice (Falcão). Vejo muitos talk shows internacionais e é impressionante como os apresentadores forçam o riso para agradar quem está ali no estúdio. A gente não precisou forçar nada. Só olhar as caras e bocas do elenco e a risada vinha naturalmente. Eles se esforçando para não rir e a gente se acabando. Foi um processo muito natural e que me deu muita confiança no formato.
P - Você chegou a ver as versões do “LOL - Se Rir, Já Era” produzidas em outros países?
R - O Amazon Prime Video, gentilmente, me mandou os vídeos da versão japonesa, que foi a pioneira. Assisti ao primeiro episódio pouco antes de dormir e me descontrolei. Minha esposa acordou assustada com as minhas gargalhadas. Me surpreendi com o caminho que o humor percorre no formato. O espectador fica observando o cara que não pode rir e essa tensão acaba explodindo nele mesmo. É muito louco.
P - O programa marca sua estreia em serviços de “streaming”. Como você avalia a experiência?
R - Fui muito bem cuidado. Todo o processo foi tranquilo e leve, mesmo as gravações acontecendo em plena pandemia. Aliás, o zelo da empresa em torno dos protocolos de saúde foi algo que deu muita segurança a todos os envolvidos. Me sentia em uma “blitz” cotidiana com tantos testes e orientações. No fim, o resultado valeu a pena.
B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação
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