A produção de orgânicos de Mato Grosso do Sul está mais protegida. Um projeto, denonimado Cultura Protegida, realizado em conjunto pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, Banco do Brasil e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), disponibiliza por custo acessível a estrutura para construção de uma "estufa" de 60 m², que minimiza a ação das chuvas e dos raios solares sobre a produção.
Ontem, foram doados pelo Banco do Brasil 28 estufas a agricultores de orgânicos do Estado, sendo cinco apenas para produtores da Capital. De acordo com a Cooperativa de Produtores Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande (Organocoop), variam de 80% a 100% as perdas provocadas pelo excesso de água e de calor. A expectativa é de o uso da estufa reduzir a zero esse prejuízo.
As estufas doadas ontem foram destinadas a alguns agricultores. A ideia é estimular o produtor a criar o hábito de proteger as culturas das adversidades da natureza. "As folhas ficam mais sensíveis nessa época de chuva. Por isso, é importante protegê-las. E esse projeto, por ser simples e funcional, vai ajudar o produtor nesse sentido", afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio (Sedesc), Edil Albuquerque.
A estufa custa ao produtor R$ 1,3 mil, recurso que pode ser financiado pelo Banco do Brasil. Cada agricultor precisa, em média, cinco estufas para cobrir toda a produção de hortaliças. Para a montagem da estrutura, o produtor poderá contar com o apoio técnico do Sebrae.
A melhora da produção com a diminuição drástica dos prejuízos provocados pela chuva e pelos raios do sol resulta em vantagem ao agricultor e ao consumidor. A quebra de produção leva o produtor a aumentar o valor dos alimentos. Com isso, o consumidor, sem opção em período de maior procura de hortifrútis, termina pagando mais caro por produtos com qualidade inferior. A alta desses alimentos em janeiro chegou ao pico de 80%.
"A perda de hortaliças, durante o verão, é de 80% a 100%", estima Osmar Schossler, presidente da Organocoop. Ele põe a conta na ponta do lápis e infere: "Em três meses, o agricultor já paga pelo investimento".
O produtor Vanderlei Azambuja Fernandes, um dos contemplados com a estufa, ilustra o prejuízo. "Nesses três dias que choveu, eu perdi minha produção inteira de alface e rúcula", conta. Foram oito canteiros de 50 metros perdidos com valor total R$ 2 mil, segundo cálculos de Fernandes.
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