Economia

INFLAÇÃO

Alta dos alimentos pressiona e comer em casa ficará ainda mais caro este ano

Outubro registrou o maior aumento do ano, de 3,06%, para alimentação no domicílio em Campo Grande

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Comer em casa ficará ainda mais caro neste fim de ano em Campo Grande. Após registrar dois meses de recuo, conforme mostram os dados do subgrupo alimentação em casa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, o custo para se comer no domicílio voltou a subir e teve a maior alta do ano em outubro, de 3,06%.

A pressão nos preços dos alimentos promete impactar o orçamento das famílias, especialmente com a chegada das festas de fim de ano.

De acordo com as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho, o IPCA registrou redução de 1,59%, seguido por mais uma queda em agosto, de 0,91%, enquanto setembro e outubro registraram aumentos sucessivos de 1,44% e 3,06%, respectivamente, ficando acima do porcentual nacional de 1,22%. No acumulado do ano, o subgrupo já acumula uma elevação de 6,50%.

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O mestre em Economia Lucas Mikael analisa que a expectativa de inflação para a alimentação no domicílio nos últimos meses deste ano, que supera 1% mensalmente, sinaliza um aumento significativo nos custos para as famílias, especialmente as de baixa renda.

“Historicamente, a média de inflação nesse setor foi bem inferior, o que indica uma pressão financeira crescente. Essa situação pode resultar em dificuldades para a população mais vulnerável, que já enfrenta desafios orçamentários, levando a cortes em outras áreas essenciais, como saúde e educação”, avalia.

Para Mato Grosso do Sul, Mikael reitera que a inflação da alimentação no domicílio poderá ter impactos severos nas famílias, especialmente para as de baixa renda. “O aumento contínuo nos preços dos alimentos pressiona o orçamento familiar, dificultando o acesso a uma dieta saudável e equilibrada”.

Ainda segundo o mestre em Economia, a ruralidade de muitas regiões do Estado, onde existem desafios significativos de transporte e logística de distribuição, poderá exacerbar esses efeitos, resultando em preços mais altos e maior insegurança alimentar. “Essa situação compromete a qualidade de vida e intensifica as desigualdades sociais, criando um cenário preocupante para as comunidades de MS”, comenta.

O economista Eduardo Matos complementa pontuando que a inflação da alimentação no domicílio tem muitos fatores.

“Em primeiro lugar, devemos considerar que a inflação da alimentação no domicílio nada mais é do que o aumento generalizado no nível de preço dos alimentos que são adquiridos em supermercados”, explica.

Matos destaca que a modalidade é um pouco diferente da inflação dos alimentos fora do domicílio, uma vez que, nesse caso, há de se considerar também a estrutura de custos dos restaurantes e dos estabelecimentos que servem alimentos. “Então, podemos dizer que a alimentação no domicílio é uma inflação mais visceral. Ela traz um resultado mais real da inflação de alimentos, por não considerar outros fatores que são atribuídos aos estabelecimentos comerciais”, explica.

Entre os principais fatores, Matos destaca a carne como um dos produtos que apresentou maior alta “O item subiu progressivamente nos últimos meses, muito em função da diminuição dos abates nos frigoríficos, então, há uma oferta menor no mercado interno e, por isso, há aumento do nível de preço”, aponta.

ALIMENTOS 

Puxando a alta, alimentos como a carne vermelha contribuíram para a conjuntura atual. O subgrupo registra elevação de 8,71% em outubro em Campo Grande. A ponta de peito teve um aumento porcentual de 14,53%, enquanto o aumento do preço da costela chegou a 13,25%. Na sequência vem patinho, com 9,46% de aumento, alcatra, com 8,95%, músculo, com 8,48%, capa de filé, com 7,48%, e acém, com 7,53%.

O tomate voltou a registar alta significativa, de 25,26%. As frutas também registram aumento de preços, e a laranja foi a campeã, com 13,06%, seguida pela banana-maçã, com 8,25%, e o abacaxi, com 5,77%.

Economistas demonstram preocupação no âmbito nacional com o comportamento dos preços das carnes. A fase do ciclo do boi, com diminuição dos abates, e o aumento das exportações já eram fatores de pressão esperados para a virada de ano. A seca e os incêndios nas áreas produtoras, porém, trouxeram pressão adicional e antes do previsto à carne bovina. 

“Teve uma atualização muito forte no preço do boi gordo nos últimos meses. Foi uma alta que ninguém esperava nessa magnitude”, afirma o economista da XP Alexandre Maluf ao Valor Econômico.

Ele projetou um aumento de 7% para os preços da alimentação no domicílio neste ano, mas ponderou que a estimativa tem viés de ser maior. “Só as carnes no IPCA, o que inclui, por exemplo, a carne de porco, devem subir 12,5%”, diz.

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DINHEIRO NO BOLSO

13º salário vai injetar R$ 4 milhões na economia de MS

O décimo terceiro salário pode ser pago em duas parcelas, sendo a primeira entre 1º de fevereiro e 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro

15/11/2024 11h45

Com 13º, sul-mato-grossense estará com o bolso repleto de dinheiro neste fim de ano

Com 13º, sul-mato-grossense estará com o bolso repleto de dinheiro neste fim de ano ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO

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Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que o 13º salário vai injetar R$ 4.248.873.355,06 na economia de Mato Grosso do Sul, em 2024.

Desse número, R$ 1.212.645.751são destinados aos aposentados/pensionistas e R$ 3.036.277.604 aos trabalhadores do mercado formal.

Em comparação ao ano anterior, houve aumento de 12,5% não o valor, representando um acréscimo de R$ 471.036.009,14.

Em relação a participação do PIB brasileiro, o percentual fechou em 1,58%. Na estimativa do valor em relação ao PIB estadual, foi observada uma discreta alta em 0,1 p.p, posto que a participação foi de 2,3%.

O décimo terceiro salário pode ser pago em duas parcelas, sendo a primeira entre 1º de fevereiro e 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.

O número de beneficiários (aposentados/pensionistas + mercado formal) cresceu 7,5%, o que representa um aumento de 84.573 pessoas, totalizando 1.211.446 pessoas.

A quantidade de trabalhadores no mercado formal é de 855.281 pessoas, representando 70,6% do total de beneficiários do Estado.

Já os aposentados e pensionistas representam o quantitativo de 356.165 pessoas, equivalente a 29,4% dos beneficiários em MS.

O valor médio da remuneração dessas pessoas alcançou o valor de R$ 1.581,22, aumento de R$ 64,71 em valores monetários, ou de 4% em valores percentuais.

O governo de Mato Grosso do Sul e a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) ainda não divulgaram quando vão depositar os valores na conta dos servidores.

Veja na tabela:

Com 13º, sul-mato-grossense estará com o bolso repleto de dinheiro neste fim de ano

13º salário

Todos os trabalhadores com carteira assinada têm direito ao 13º salário, incluindo os que trabalham em regime de tempo parcial ou intermitente.

O cálculo do 13º salário é feito com base no salário bruto do trabalhador. Para calcular, você divide o salário bruto por 12 e multiplica pelo número de meses trabalhados no ano.

No 13º salário, são feitos descontos de INSS e IRRF. O valor dos descontos depende do salário bruto e da faixa de renda do trabalhador.

O 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro. 

aumento

Litro da gasolina registra alta de quase 11% em MS

Levantamento da ANP aponta que o litro do combustível fóssil passou de R$ 5,33 na primeira semana deste ano para R$ 5,91 no início deste mês

15/11/2024 08h30

Litro da gasolina varia entre R$ 5,49 e R$ 7,09 em todo o Estado

Litro da gasolina varia entre R$ 5,49 e R$ 7,09 em todo o Estado MARCELO VICTOR

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Em Mato Grosso do Sul, o preço do litro da gasolina apresentou uma elevação de 10,87% neste ano. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em janeiro, o valor médio do litro do combustível custava R$ 5,33, passando para R$ 5,91 na primeira semana deste mês. Ou seja, aumento de R$ 0,58 por litro.

Conforme o levantamento, entre os dias 7 e 13 de janeiro, a gasolina era vendida no Estado com valor mínimo de R$ 5,09 e máximo de R$ 6,84. Já entre os dias 3 e 9 deste mês, a menor precificação encontrada para o combustível fóssil foi de R$ 5,49 e a maior, R$ 7,09 por litro.

O mestre em Economia Lucas Mikael destaca aspectos que podem ter contribuído para o aumento nos preços dos combustíveis de janeiro a novembro deste ano, com destaque para a gasolina. 

“Os principais a serem destacados são o aumento dos custos das distribuidoras e dos postos, repassados diretamente ao consumidor. No entanto, o maior peso ainda cai sobre os impostos, e também a oscilação do dólar frente ao real encarece as importações de taxas de petróleo, enquanto a elevação global nos preços do barril, motivada por esforço geopolítico, especialmente no Oriente Médio, eleva o custo da matéria-prima”, analisa.

O doutor em Economia Michel Constantino acrescenta que a majoração está totalmente ligada ao aumento de impostos federais, principalmente na gasolina.

“Como o etanol faz parte da composição da gasolina, o aumento da gasolina puxa o preço do etanol para cima”, esclarece. 

“Esse aumento é em todo Brasil, e temos um efeito multiplicador na economia, aumenta preço do frete, do transporte e do custo de produção, elevando preços dos alimentos”, relata o economista, reforçando que além disso, os fatores econômicos, como a carga tributária elevada e as margens de lucro na distribuição, também interferem no preço para a ponta da cadeia.

O economista Eduardo Matos destaca que o aumento também reflete a volatilidade no mercado internacional e a política de preço de paridade de importação imposta pela Petrobras.
“Essa dinâmica ajusta os valores conforme a cotação do petróleo e as flutuações do câmbio, afetando diretamente o preço de refinarias e postos de distribuição”, detalha.

Com a elevação de preços, é importante destacar que a gasolina permanece em desvantagem em relação ao biocombustível. Na comparação de preços, o álcool continua mais vantajoso.

Para descobrir se vale a pena fazer a troca, basta dividir o valor do etanol pelo da gasolina, e o resultado deve ficar abaixo de 0,70. Por exemplo, ao dividir R$ 3,86 (etanol) por R$ 5,91 (gasolina), o resultado é 0,65. Portanto, nesse caso, a substituição ainda é viável.

COMBUSTÍVEIS

Ao mesmo tempo, a tendência é de alta nos últimos meses principalmente para o etanol, que acumula elevação significativa de 19,5% no acumulado do ano. Em janeiro, o litro do biocombustível custava R$ 3,23, passando para R$ 3,86 na primeira semana deste mês, alta de R$ 0,63 por litro.

Os relatórios da ANP mostram que o álcool segue tendência de alta desde o segundo mês do ano, com os preços se elevando mês após mês, com destaque para a primeira semana de julho, quando o etanol atingiu média de R$ 4,08 em Mato Grosso do Sul. Após a marca, os preços seguiram um recuo leve, chegando a média de R$ 3,86 entre os dias 3 e 9 deste mês.

Para o álcool, o preço mínimo praticado neste mês em MS foi de R$ 3,57, enquanto o maior valor pesquisado foi de quase R$ 5 (R$ 4,98). Contudo, Matos ressalta que o preço praticado atualmente pelo Estado para o etanol é um dos menores. 

“Mesmo com a alta acumulada, ele é um dos mais baixos na história do Estado. Isso por conta dos investimentos que a cadeia recebeu, é claro, a cana-de-açúcar, que historicamente é o principal, mas também abertura de usinas de etanol de milho”, frisa o economista.

Já o diesel também registrou elevação nos preços de revenda para o consumidor. Contudo, o porcentual alcançado para o combustível fóssil ficou em apenas 1,02%. Para o diesel S10, a diferença mostrada pelo levantamento da ANP é de R$ 0,15 (2,56%).

O diesel comum tinha preços que variavam de R$ 5,35 a R$ 7,49 no início do ano, com média de R$ 5,87. Na primeira semana deste mês, o litro do diesel foi encontrado em MS em seu menor e maior valor a R$ 5,57 e R$ 7,47, respectivamente, o que resultou em média de R$ 5,93.

Para o diesel categoria S-10, a flutuação de preços também foi moderada. Na primeira semana de janeiro, o preço médio de revenda no Estado era de R$ 5,86. Já na última semana do mês passado, o valor foi a R$ 6,01.

DEFASAGEM

Os relatórios da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) do dia 14 mostram que a defasagem da gasolina ficou com média negativa de R$ 0,02 (ou -1%) e a do óleo diesel, de
R$ 0,12 (ou -3,0%), no comparativo com os valores praticados no mercado internacional. 

Conforme o levantamento de Preços de Paridade de Importação (PPI), com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência do óleo diesel e da gasolina no mercado internacional no fechamento do dia útil anterior, o cenário médio de preços está abaixo da paridade para o óleo diesel e para gasolina.

Litro da gasolina varia entre R$ 5,49 e R$ 7,09 em todo o Estado

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