Após matéria do Correio do Estado, o deputado estadual Zeca do PT cobrou que as autoridades competentes
fiscalizem a retenção da queda no preço do diesel e da gasolina, realizada pelos postos combustíveis no
Mato Grosso do Sul.
No último dia 10, uma semana após anúncio de redução do litro da gasolina nas refinarias da Petrobras, o desconto ainda não havia chegado aos consumidores do estado, condição que se mantém nesta segunda-feira (16).
A cobrança foi direcionada ao delegado-geral da Polícia Civil, Sr. Lupérsio Degerone Lucio, com cópia ao Titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), Reginaldo Salomão, ao Secretário-Executivo do Procon/MS, Antônio José Angelo Motti, bem como, à Diretora-Geral interina da Agência Nacional do Petróleo, Patrícia Huguenin Baran.
"É de extrema urgência que as autoridades competentes pela defesa dos direitos dos consumidores realizem as apurações necessárias, visando reprimir de maneira ágil e efetiva os abusos que vêm sendo cometidos contra os consumidores, que acabam por não usufruir das quedas nos preços dos combustíveis,
enquanto deveriam ser os maiores beneficiados", destacou Zeca, durante a sessão ordinária da última quinta-feira (12).
Cabe destacar que o desconto deveria chegar a R$ 0,12 por litro comercializado, mas, na prática, ainda não foi repassado. Considerando a média comercializada diariamente em Mato Grosso do Sul, de 1,8 milhão de litros, os donos de postos estariam “embolsando” R$ 220 mil por dia.
A média foi calculada com base no volume do combustível fóssil comercializado mensalmente no Estado.
“No primeiro trimestre de 2025, a média foi de 55 milhões de litros por mês”, informou ao Correio do Estado na última semana o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto.
Ao dividir 55 milhões por 30 dias, a média é de 1,83 milhão de litros diários comercializados. Considerando esse volume e os R$ 0,12 de queda que deveriam ser repassados ao consumidor final, são R$ 220 mil por dia, que podem chegar a R$ 6,6 milhões em um mês.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que o preço médio do litro da gasolina se manteve em R$ 6,05 nas últimas semanas.
A pesquisa monitorou os preços de 50 estabelecimentos em todo o território sul-mato-grossense e apontou queda de apenas R$ 0,04 no valor mínimo encontrado no Estado – entre os dias 25 e 31 de maio, custava R$ 5,65 e, na semana passada, passou a R$ 5,61.
De acordo com pesquisa realizada semanalmente pela ANP, o preço médio do litro da gasolina comum em Campo Grande se manteve em R$ 5,84 no período de 18 de maio até 7 de junho.
A estatal anunciou redução de R$ 0,17 por litro, equivalente a 5,6%, nas refinarias da Petrobras. Nas bombas, a queda seria de R$ 0,12 por litro ao consumidor a partir do dia 3. O combustível estava há exatos 328 dias sem reajuste, ou seja, desde julho de 2024.
De acordo com nota divulgada pela Petrobras, a redução se deve à queda do barril do petróleo no mercado internacional.
Pesquisa
Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo realizada em 22 postos de combustíveis em Campo Grande e divulgada na sexta-feira (13) revelou que o preço médio da gasolina recuou 4 centavos na última semana, passando de um preço médio de R$ 5,84 para R$ 5,80.
No dia 2 de junho, quando o comando da Petrobras anunciou redução de 17 centavos nas refinarias, a expectativa era de que os preços para o consumidor caíssem em pelo menos 12 centavos, o que ainda está longe de acontecer.
Também de acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta-feira, o preço nos postos de Campo Grande varia entre R$ 5,65 e R$ R$ 5,99. Na semana anterior, o menor preço também era de R$ 5,65, mas o mais alto estava em R$ 6,09.
Cenário parecido ocorre com relação aos preços médios em Mato Grosso do Sul. No levantamento divulgado no dia 31 de maio, o preço médio no Estado era de R$ 6,05. Agora, a pesquisa feita em 50 postos revela que ocorreu um recuo de cinco centavos, passando para o valor médio de R$ 6,00.
*Colaborou Neri Kaspary


