Famosa pela movimentação comercial, principalmente de veículos usados, a paisagem da Avenida Bandeirantes é hoje marcada por lojas fechadas e placas de aluga-se, vende-se ou mudamos. Percorrendo os cerca de 4 quilômetros da via, a reportagem do Correio do Estado contou pelo menos 60 locais comerciais desocupados. Entre os empresários que sobrevivem, é consenso a dificuldade de manter as portas abertas diante da redução de clientes por conta da crise econômica.
Maioria na avenida, as revendas de veículos são o setor mais antigo e resistente: apenas uma loja do setor fechou no último ano, segundo apurou a reportagem junto aos comerciantes. Mas o segmento enfrenta dificuldades. Sentado em frente ao estabelecimento do colega que fechou as portas recentemente, o dono de uma revenda de veículos, Cláudio Reis, avisa: “É, por enquanto fechou essa, mas se continuar assim, vamos ter que fechar também. E mais e mais lojas vão fechar”.
A projeção pessimista tem justificativa: queda de cerca de 60% nas vendas dos últimos meses em comparação com o mesmo período anterior. “Não está fácil vender. Os juros para financiamento estão muito alto e está mais fácil para comprar o carro novo. O que estamos ganhando não cobre os gastos”, afirma. Com queda semelhante no movimento, cerca de 50%, o proprietário de outra garagem, Vagner Sanches, avalia que só está sobrevivendo “porque tenho 10 anos aqui”.
Reportagem de Paula Vitorino está na edição de hoje do Correio do Estado.


