O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) contratou R$ 562 milhões em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados divulgados ontem pela Superintendência Estadual do Banco do Brasil.
O volume aplicado representa 27,3% do total de R$ 2,150 bilhões disponibilizados neste ano para o Estado e reflete a procura ainda incipiente pela modalidade empresarial – responsável por apenas 33% do montante do fundo financiado até o momento, o equivalente a R$ 187 milhões –, além da incerteza do empreendedor quanto às taxas de juros, que tiveram mudanças neste ano.
No caso do empresarial, a taxa de juros passou a ser flutuante, considerando a variação do índice de inflação. Mesmo para o segmento rural, em que as taxas são fixas, as regras só valem até o fim de junho, data de vigência do período safra.
“Foram mudanças estabelecidas pelo Tesouro Nacional, na composição da taxa de juros e no caso do empresarial, [a autorização para contratações] começou em 1º de março.
Sabidamente, o segundo semestre é mais forte e precisaremos ir a campo para captar novos clientes”, afirmou o superintendente estadual do BB, Gláucio Zanettin Fernandes, durante apresentação dos dados do FCO a entidades do setor produtivo e empresarial na Casa da Indústria.
Juros
De acordo com informações do Banco do Brasil, a taxa de juros para o FCO Rural permanece a mesma, em um índice fixo, até 29 de junho (de 7,5% a 10%, de acordo com o porte do produtor); para o próximo período safra é que haverá uma nova definição. Em relação ao empresarial, neste ano, passou a ser uma taxa flutuante, com base na Taxa de Longo Prazo (TLP).
“Estimando como seria essa taxa hoje, ela está mais barata em seu todo do que no ano passado. Neste ano, ela está entre 4,5% e 6,5% aproximadamente, de acordo com o perfil do projeto, se ele será para investimento ou para capital de giro.
Passou a ter um componente de flutuação pela inflação, pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mas, mesmo considerando quanto foi o IPCA nos últimos 12 meses e as projeções, ela caiu para basicamente a metade do custo que tínhamos ano passado”, destacou.
No ano passado, essa taxa era de 8,08% a 9,57% nas linhas de investimento e entre 12% e 14% ao ano, taxa fixa, para capital de giro dissociado.
Ritmo lento
Ainda conforme o superintendente do Banco do Brasil, pela característica do Centro-Oeste, a pujança do agronegócio sempre faz com que a maioria da alocação dos recursos se dê nesse setor. No ano passado, exemplificou, dos R$ 2,2 bilhões contratados, R$ 1,6 bilhão (73%) foram por meio do segmento de agronegócio e “este ano não deve ser muito diferente”.
“Dos R$ 570 milhões, quase, que nós contratamos, 70% aproximadamente no rural. Mas tem um detalhe, o empresarial só voltou a ficar disponível para contratação a partir de 1º de março e a gente percebe agora, sobretudo nos segmentos de comércio e serviços, uma busca mais acentuada por apoio aos empreendimentos”, enfatizou.
Apesar do ritmo ainda lento das contratações em 2018, o representante do BB no Estado destacou que nos últimos quatro anos a instituição obteve “maior eficiência operacional, maior proximidade com os clientes e acerto na regulação”, o que fez com que o prazo médio de contratação das operações caísse para menos de 30 dias.
“Hoje, temos cerca de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões em análise [para FCO] e contratamos R$ 570 milhões. Mas os contratos do empresarial, que normalmente são um pouco mais complexos, têm saído em até 30 dias, e no rural, mais rápido ainda – quando é aquisição de uma máquina, um equipamento, de 10 a 15 dias o contrato tem de estar à disposição do nosso cliente”,
comentou.


