A gasolina subiu 40,95% em um ano em Mato Grosso do Sul, o diesel 43,16% e o etanol 61,49%. Diante de um cenário com constantes reajustes em 2021, os postos de combustíveis de Campo Grande decidiram propor parcelamento aos clientes.
A opção pode ser muito viável para alguns, mas uma armadilha para outros, segundo especialista ouvido pelo Correio do Estado.
De acordo com o doutor em economia Michel Constantino, para quem coloca as contas na ponta do lápis, o parcelamento pode ser um bom negócio.
“Isso não é um problema, é até bom porque essas pessoas ganham pontos no cartão, e por outro lado, tem um dinheiro sobrando que pode estar investido, então parcelar nesses casos é positivo”, pontuou.
Em contrapartida, parcelar algo que se faz necessário no dia a dia, pode parecer loucura, principalmente para quem não conduz as finanças de forma regrada.
“No caso negativo, são os que não tem controle, que têm mania de comprar tudo parcelado aí fazem dívida, e essa dívida pode gerar um problema financeiro."
"Se a pessoa é disciplinada vale a pena fazer esse parcelamento, mas se não for, a tendência é tentar consumir menos e tentar pagar à vista para não ter contas no futuro”, alerta em seguida.
AUMENTOS
De dezembro de 2020 ao mesmo período deste ano a gasolina registrou aumento de 40,95% em Mato Grosso do Sul, saindo de R$ 4,59 por litro para R$ 6,47.
O diesel subiu 43,16% saindo de R$ 3,66 em 2020 para R$ 5,24 neste ano. E o etanol era comercializado a R$ 3,35 em dezembro de 2020 e passou a R$ 5,41 neste mês.
Para driblar os preços altos, alguns postos de Campo Grande decidiram incorporar a forma de pagamento para dar uma ‘melhor condição ao cliente’, conforme explicou o gerente de um posto de combustível para a equipe de reportagem do Correio do Estado.
De acordo com o funcionário, que preferiu não se identificar, o método de pagamento é muito solicitado por pessoas que estão saindo de viagem e passam pelo posto, que fica na saída para Três Lagoas.
“O parcelamento dá uma possibilidade a mais ao nosso cliente, ele pode viajar, voltar, e pagar com mais tranquilidade."
"Não gasta tudo de uma vez, porque muitas vezes a pessoa não enche o tanque para andar na cidade, mas para viajar, que é bem mais caro, em uma tanqueada que custa, geralmente, R$300, ele paga aí R$100 por mês”, exemplifica.
Os postos oferecem o parcelamento em até três vezes, o condutor paga o mesmo preço à vista, ou a prazo, com exceção aos que efetuam o pagamento no débito, que recebem um desconto de R$ 0,10.
Para encher um tanque de combustível com capacidade para 50 litros há um ano, o sul-mato-grossense desembolsava R$ 229,50, já neste mês são necessários R$ 323,50 para comprar a mesma quantidade de combustível.
Para abastecer o mesmo veículo com etanol, o condutor pagava R$ 167,50 e agora desembolsa R$ 270,50.
Já um tanque de diesel com capacidade de 90 litros passou de R$ 329,40 para R$ 471,60.
PARCELAMENTO
O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto explica que, a possibilidade que antes só era disponível para troca de óleo, entre alguns outros serviços restritos oferecidos pelos estabelecimentos, agora pode significar um apoio ao consumidor.
Lazaroto acredita que “o cliente que está em viagem possa levar algum dinheiro para gastar, comer e tudo mais, ao invés de colocar em gasolina, e ao voltar pode pagar em três vezes, podendo se programar melhor”, destaca.
Conforme já noticiado na edição do dia 23 de dezembro pelo Correio do Estado, para encher um tanque de combustível com capacidade para 50 litros há um ano, o sul-mato-grossense desembolsava R$ 229,50, já neste mês são necessários R$ 323,50 para comprar a mesma quantidade de combustível.
VARIAÇÕES
Desde o início do ano, pelo menos 13 reajustes foram feitos no valor do diesel com 10 altas e três reduções, e no mínimo 15 regulações foram feitas no preço da gasolina, com cerca de 11 altas e cinco reduções.
A soma dos reajustes representa alta de 70% no preço da gasolina praticado nas refinarias da Petrobras em 2021. Enquanto o diesel acumulou alta de 65,3% no mesmo período.
Em Campo Grande, a gasolina comum está sendo vendida a R$ 6,41, em media, conforme pesquisa realizada pela ANP entre 45 postos de combustíveis. Indo de R$ 6,27 a R$ 6,83.
No município de Dourados, a segunda maior cidade do Estado, o valor do mesmo produto, é de R$ 6,35 variando entre R$ 6,19 e R$ 6,64.
Já em Três Lagoas, a gasolina está custando em média R$ 6,72, indo do mínimo de R$ 6,64 ao máximo de R$ 6,94. (Colaborou Súzan Benites)




