Se o ano da classe média é 2010, o shopping é o lugar. Na noite da última segunda-feira, nas lojas do Campo Grande, na Avenida Afonso Pena, o movimento nas lojas era morno, mas o estacionamento já dava sinais de superlotação. É assim desde que comprar carro ficou mais fácil, e moto, nem se fala. "Antes, ter casa, carro e moto era coisa de rico", compara o operário Wellington Oliveira, 33 anos. Ele e a esposa, a professora Gleice Martins, 26, encheram a garagem da casa própria, financiada em 25 anos pelo programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida".
Novatos no mercado de consumo brasileiro, eles têm de aguentar as consequências do crescimento que impulsionaram. "Estacionar não é mole não, tem que ter muita paciência", disse da janela do carro o funcionário público Ivan Faria, 32, parado há 10 minutos na saída do shopping. Seu 13º saiu na semana passada, por isso a namorada, sentada ao lado, já abriu os pacotes de presentes. Há mais tempo que Ivan na fila, o bancário Roberto Martines, 43, fazia cara de satisfeito para não estragar a noite de compras da mulher e do filho. ‘"Tem de aguentar, fazer o quê?", rende-se. O estacionamento para carros custa R$ 3,50. Quem quiser mordomia, pode pagar R$ 8 pelo serviço de manobrista.
Lá dentro do centro de compras, às 20h30min, praça de alimentação cheia, cinema vazio, algumas lojas agitadas, e fila do Papai Noel pouco concorrida. O resto ainda esperava a apromixação do Natal para faturar mais. Este será o último fim de ano em que o Campo Grande reinará como o maior centro de compras da Capital. O Norte Sul e o 26 de Agosto prometem abrir as portas durante o próximo ano. (CHB)


