Crise econômica e alto custo do aluguel dos pontos levaram pelo menos 15 comerciantes a fechar as portas de suas lojas na Avenida Eduardo Elias Zahran nos últimos dois anos. O resultado dessa “fuga” de lojistas são placas de aluga-se ou vende-se em salões comerciais, lojas de grande porte e prédios situados em vários trechos da avenida que é uma das mais tradicionais para o comércio varejista da Capital.
Alguns dos pontos vagos estão em locais estratégicos e chamam a atenção por serem do segmento de veículos, motos e autopeças, carro-chefe do movimento da Zahran nas últimas duas décadas. É o caso de um imóvel de esquina na Rua Antônio Corrêa, a apenas uma quadra da Rui Barbosa, que ainda ostenta publicidade da revendedora Kasinski Motos, hoje transferida para outra via no centro da cidade, segundo informações de comerciantes locais. Outros, como um salão comercial antes do cruzamento com a Rui Barbosa, no sentido centro-bairro, ainda trazem cartaz com aviso de que o antigo inquilino, proprietário de uma oficina de automóveis, mudou-se para o Parque dos Novos Estados, em busca de preços mais baixos para o aluguel.
Milton Martinho, proprietário de outra oficina de automóveis e com ponto comercial na Zahran desde 2000, confirma o êxodo do comércio na avenida, que para ele está relacionado não só ao elevado custo do aluguel, mas ao impacto da elevada carga tributária sobre o cidadão estadual. “Pagamos 29% de ICMS do telefone, temos a energia, que é de 25% o ICMS, a água e o esgoto, que é um absurdo, quando comparado com o que é cobrado por outros Estados”, comentou, e completa: “Só não saí daqui porque não dá. Teria que desembolsar R$ 20 mil”, relata. Hoje, ele paga, de aluguel, R$ 4,4 mil mensais.
*A reportagem, de Daniella Arruda, está na edição de hoje do Jornal Correio do Estado.


