O pagamento integral do 13º salário dos trabalhadores da prefeitura de Campo Grande será pago nesta sexta-feira (10). Já os servidores públicos do Estado recebem a segunda parcela da gratificação.
Somando as duas folhas de pagamento são R$ 304 milhões injetados na economia local. Os recursos animam o comércio da Capital.
O titular da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (Sefin) Pedro Pedrossian Neto afirmou ao Correio do Estado que os servidores recebem a gratificação de Natal nesta sexta-feira.
“Amanhã o dinheiro estará na conta. São 27 mil servidores e a folha de pagamento é de R$ 135 milhões”.
A Prefeitura pagará o valor integral da gratificação para os 27 mil trabalhadores ativos e inativos.
Já o pagamento da segunda parcela do 13° salário aos servidores estaduais chegará a 81 mil trabalhadores e o montante destinado aos funcionários, considerando aposentados e pensionistas, será de R$ 169 milhões.
A primeira parcela foi antecipada pela gestão estadual em julho, na época foram disponibilizados R$ 250 milhões.
“A antecipação do 13° é fundamental, pois dá previsibilidade para o servidor, que pode se programar com os gastos de fim de ano."
"Também fortalece o comércio, que pode se preparar com promoções para esse período”, disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
A ação, de acordo com a gestão do ente federado, visava contribuir com o comércio.
Conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) somando os setores ppúblico, privado e aposentados do INSS, o pagamento do 13° salário deve incrementar a economia de Mato Grosso do Sul em R$ 2,959 bilhões em 2021-um acréscimo de R$ 278,271 milhões no total de recursos na comparação com o ano de 2020.
COMÉRCIO
A injeção financeira promete movimentar a economia local, principalmente os setores do comércio e serviços.
As pesquisas de intenção de consumo e confiança do empresário se mantiveram com tendência de alta em novembro.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-MS), Edison Araújo, diz que a antecipação do pagamento, que antes iria ocorrer no dia 20 de dezembro e agora será no dia 10, vai contribuir para liberação de crédito ao consumidor e assim proporcionar um giro maior na economia.
“O pagamento no dia 10 contribui para que as compras de Natal sejam antecipadas, inclusive melhorando o fluxo nos estabelecimentos, evitando aglomerações."
"O efeito multiplicador é muito positivo. Muitas vezes esse recurso acaba refletindo na contratação de serviços, um efeito em cascata que mais uma vez chega ao comércio”.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), Adelaido Vila, o recurso à disposição dos servidores ajuda a melhorar as vendas no varejo.
“Isto gera segurança e tranquilidade para quem recebe e para nós que lutamos no varejo em prol de melhores vendas”.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Renato Paniago, citou que os recursos liberados são importantes para economia da Capital.
“O recurso vindo dos salários do funcionamento público e do 13º dos servidores é muito importante para a economia da Capital."
"E o pagamento no dia 10 oportunizará um Natal ainda melhor para o comércio, já que os consumidores terão um tempo maior para planejar e realizar as suas compras com mais tranquilidade e os comerciantes poderão dar um atendimento também mais adequado neste período”, finaliza.
A empresária Leni Fernandes acredita que há um consumo reprimido para ser explorado nas festas de fim de ano.
“As pessoas estão ‘carentes’ de comprar, porque passaram muito tempo sem consumir. Aquele empresário que tem mercadoria boa, novidades e preço justo não tem como dar errado, vai ter sucesso”.
PESQUISA
Pesquisa de intenção de compras para o período de fim de ano aponta que o comércio de Mato Grosso do Sul vai receber R$ 583,82 milhões em compras para presentes e comemoração.
O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS) e Sebrae-MS.
Segundo a pesquisa, em compras, os entrevistados afirmam que vão gastar R$ 190,08 milhões (10,14% a mais que ano passado), mas com as festas de Natal e de fim de ano, serão usados R$ 194,36 milhões e R$ 199,38 milhões (-29,55% e -30,69%), respectivamente.
O gasto médio com presente será de R$ 281,86, sendo que 86,10% afirmam que vão até as lojas.
Os entrevistados afirmam ainda que vão comprar roupas, calçados e acessórios (53,60%), brinquedos (31,80%) e móveis/eletrodomésticos (2,08%).
“Esse cliente estará em busca de descontos, pois a tendência é de pagar à vista (37,70%), e estará muito seletivo quanto ao preço (20,20%)."
"Por isso, ter várias opções de faixas de preço pode ser uma alternativa para os lojistas, que já devem tentar cativar o cliente para ele voltar no próximo ano”, aponta a economista do IPF-MS, Regiane Dedé de Oliveira.
Nas festas de fim de ano, os consumidores pretendem gastar, em média, R$ R$ 218,43 e 50% afirmam que vão passar a data em casa, e 43,70% vão preparar a alimentação em casa.