Na tarde desta quinta-feira (10), o governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, participou do evento de lançamento do Plano de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite de MS (Proleite MS), que pretende alavancar e movimentar a produção de leite no estado de Mato Grosso do Sul.
Com investimento previsto de R$ 70 milhões em dois anos, o plano prevê ações em assistência técnica, melhoramento genético, incentivo à indústria e remuneração direta ao produtor rural. A iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), é voltada especialmente para pequenos e médios produtores e tem como objetivo, produzir mais leite com mais qualidade e menos custo para o consumidor.
Inicialmente, 22 municípios serão beneficiados com ações do programa, sendo eles: Anaurilândia, Aparecida do Taboado, Bandeirantes, Bataguassu, Camapuã, Campo Grande, Cassilândia, Selvíria, Dourados, Glória de Dourados, Iguatemi, Inocência, Itaquirai, Ivinhema, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Paranaíba, Ponta Porã, Sidrolândia e Terenos.
Conforme o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, nessa primeira faz, cerca de 600 propriedades serão atendidas, e o objetivo final é aumentar a produção leiteira em 4 milhões de litros de leite ao ano no Estado, com ganho de qualidade do rebanho e do produto final.
“Sempre que o Governo faz uma ação desse porte, aumenta a produção, a qualidade do produto que é oferecido ao consumidor, que se beneficia não só pelo aspecto da melhoria de qualidade como também deve refletir no preço final do produto”, disse o secretário.
Ainda segundo ele, no período do inverno há diminuição expressiva na produção do leite, devido a problemas nutricionais com o gado. Dessa forma, a sazonalidade acarreta alta ociosidade da indústria. “O produtor tem que se preparar para esse período de inverno e isso gera um problema em toda a cadeia. Imagina uma empresa que recebe 10 mil litros de leite por dia no verão e quando chega no inverno recebe cinco?”, ressaltou.
De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, o PROLEITE chega a Mato Grosso do Sul para mudar o cenário rústico que a produção de leite ocupa atualmente. “Com foco na qualidade, assistência técnica pública e privada, com apoio do Senar, e incentivos fiscais. Aquele produtor que alcançar metas de aumento de produção será remunerado por meio desses incentivos”, explicou.
Verruck reforçou que o objetivo é praticamente triplicar a produção de leite no Estado em cinco anos. “Hoje temos uma informalidade grande na produção e uma produtividade muito baixa. Além disso, cerca de 50% da capacidade industrial dos laticínios está ociosa, o que mostra que não faltam indústrias, falta leite. Se colocarmos mais leite nas plantas, teremos novos produtos, mais empregos e mercado fortalecido”, destacou.
Presente no lançamento, o governador Eduardo Riedel, salientou que o programa pretende transformar o cenário da produção de leite no estado. “Mato Grosso do Sul merece ter uma cadeia produtiva do leite a altura do que já teve e a altura do que pode ser, muito além do que está hoje”, afirma.

Riedel ainda ressaltou que conhece de perto as dificuldades e desafios do produtor de leite, que segundo ele, tem suas particularidades. “No leite, a gente precisa da assistência técnica, de uma referência que possa ajudar a orientar o que fazer na genética, na nutrição, na sanidade, e é aí que o programa tenta construir todos os lados de ataque para induzir o produtor a buscar esse conhecimento e transformar sua realidade”, disse.
O governador finalizou seu discurso afirmando o potencial vigoroso que Mato Grosso do Sul tem para ser um grande produtor de leite. “Eu quero que o produtor de leite possa abraçar o conhecimento, a tecnologia, avançar na eficiência, na genética correta, para que a gente possa transformar a realidade que há muitos anos a gente vem convivendo com ela”, finalizou.
Além do governador do Estado, Eduardo Riedel, e dos secretários da Semadesc - (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), também estiveram presentes na cerimônia de lançamento, o presidente da Acrissul - (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, os deputados estaduais, Paulo Corrêa e Renato Câmara e o presidente da Famasul – (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni.
COMO O PROLEITE VAI FUNCIONAR?
Na prática, o Proleite pretende melhorar o rebanho leiteiro de Mato Grosso do Sul com a ajuda de tecnologia. Ou seja, o governo vai distribuir doses de sêmen, embriões, bezerras, novilhas prenhes e touros de qualidade para garantir vacas que produzam mais leite, de melhor qualidade.
Nessa primeira fase, o programa vai entregar 2 mil IATFs (doses de inseminação artificial), 1.200 embriões fêmeas, 276 bezerras, 106 novilhas já prenhes e 45 touros reprodutores. A expectativa é beneficiar cerca de 600 propriedades rurais.
Sendo assim, a meta do governo é aumentar em até 4 milhões de litros a produção anual de leite no estado nos próximos seis anos.
Ao investir na genética dos animais, o governo espera aumentar não só a quantidade, mas também a qualidade do leite produzido. Isso pode significar um leite mais nutritivo e com preço mais justo para quem consome, além de melhores condições de vida para os produtores.
Com o Proleite, o governo aposta na ciência, na tecnologia e no apoio direto aos produtores como estratégia de desenvolvimento sustentável. O programa também tem ligação com outros projetos da Semadesc, como capacitação técnica e crédito rural, que devem acompanhar os beneficiários ao longo dos anos.


