Economia

POTENCIAL

Governo quer "privatizar" e pedagiar a hidrovia do Rio Paraguai

Estudos da Antaq sobre a viabilidade econômica e necessidade de investimentos já estão em andamento. Concessão deve acontecer até o fim de 2026

Continue lendo...

Estudo em andamento na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) prevê a "privatização" da hidrovia do Rio Paraguai, entre Cáceres e Porto Murtinho, e a cobrança de pedágio sobre o transporte de cargas. A hidrovia é uma das seis que fazem parte de um amplo projeto de concessões. A meta é aumentar em quatro vezes o volume transportado pelo Rio Paraguai.

“Temos a expectativa de que esses projetos possam alavancar bastante essa movimentação de carga por meio de investimentos”, destacou o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, durante sua participação no Open Ports and Waterways (OPW Brasil 2024), nesta quarta-feira, 06, em São Paulo. Ele pontuou ainda que “as hidrovias são a última fronteira do desenvolvimento da nossa infraestrutura”. 

“A modelagem trará a resposta acerca de dúvidas sobre o modelo de concessão a ser feito na hidrovia do Paraguai. O que queremos é tornar o modal competitivo. Buscaremos estabelecer uma tarifa justa que não onerará o embarcador. Estes estudos mostrarão a tarifa máxima que a carga está disposta a pagar”, afirmou  Eduardo Nery, durante recente passagem por Corumbá.

Atualmente, a hidrovia é administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit), que não cobra qualquer tipo de taxa das transportadoras.

Dos seis projetos em estudo na Antaq, um dos mais adiantados é o do Rio Paraguai, por onde foram despachadas 7,91 milhões de toneladas de produtos ao longo de 2023, representando recorde histórico e alta de quase 73% na comparação com o ano anterior. Isso equivale à retirada de cerca de 160 mil carretas das rodovias ao longo de um ano. 

Só em minérios retirados da região de Corumbá foram 6 milhões de toneladas. Em segundo lugar veio a soja, despachada a partir de Porto Murtinho, com 1,62 milhão de toneladas no ano passado. Além disso, também existe o transporte de combustíveis, importados por empresas bolivianas e desembarcados em Corumbá. 

Neste ano, porém, por causa da escassez de chuvas, o cenário é desolador. Nesta quinta-feira o nível do Rio Paraguai em Ladário estava em apenas 90 centímetros, um dos mais baixos da história para esta época do ano. Em 2023, nesta época, estava chegando aos dois metros. 

Os embarques de minério, parados desde novembro do ano passado, só podem ser retomados a partir do momento em que o nível atingir um metro em Ladário, mas ainda assim com somente 70% da capacidade de carga dos comboios. Navegação normal somente depois que alcançar 1,5 metro.

E, conforme previsão da Ministério das Minas e Energia, em boletim extraordinário divulgado no dia 26 de fevereiro, o nível máximo do rio neste ano será de 1,5 metro, no final de maio. O seja, os embarques de minério, que em 2023 começaram em meados de janeiro, seguem parados e devem ocorrer somente durante três ou quatro meses, caso as previsões se confirmem. 

Mas os técnicos da Antaq sabem que a seca do Rio Paraguai neste ano, que pode ser a pior desde 1900, é passageira e a hidrovia tem potencial. Atualmente, o trasporte ocorre principalmente de Corumbá para baixo. 

A proposta de concessão prevê investimentos para ampliar a navegabilidade até Cáceres, em Mato Grosso, o que deve provocar a resistência de ambientalistas. Estes entendem que a dragagem ou retirada de curvas vai acabar “matando” a hidrovia, já que alteraria o fluxo das águas.  

Mas apesar dos questionamentos, ao longos dos 680 quilômetros entre Corumbá e Cáceres já está em andamento um investimento de R$ 81 milhões para serviços de dragagem, desobstrução de vegetação e adequação da sinalização do canal navegável. Os investimentos começaram no ano passado e só acabam em 2028.

Entre Ladário e Porto Murtinho também existe previsão para dragagem de três grandes bancos de areia, nos quais é necessário desconectar os comboios de barcaças com minérios e passar uma por uma, o que atrasa as viagens. Cerca de R$ 95 milhões foram incluídos no Novo PAC para este fim, mas até agora não existe previsão para o início dos trabalhos. 

Vantagens das hidrovias

Atualmente, segundo a Antaq,  existem 42 mil quilômetros de vias navegáveis, no entanto, o país explora menos de 20 mil quilômetros. Com a aprovação, por parte do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), do Plano de Geral de Outorgas  (PGO), que foi elaborado pela Antaq, a intenção é que esse número aumente significativamente, além de permitir a melhora da infraestrutura das hidrovias que hoje são utilizadas.

As hidrovias, de acordo com a Agência, poluem cinco vezes menos que o transporte rodoviário, tem menor custo de implementação e de operação entre os modais de transportes rodoviário e ferroviário, reduzem o percentual de acidentes fatais e diminuem o percentual de roubo e extravio de cargas.

ESTUDOS

Em outubro do ano passado a Agência e Ministério dos Portos e Aeroportos anunciaram a abertura de chamamento público voltado ao recebimento de estudos sobre a viabilidade e necessidade de investimentos na hidrovia do  Rio Paraguai. 

Conforme a Antaq, o volume a ser transportado pelo Rio Paraguai pode aumentar em pelo menos quatro vezes após a privatização e os possíveis investimentos. 

Os leilões de concessões hidroviárias no Brasil devem movimentar cerca de R$ 4 bilhões até 2026. Até lá, o Governo federal pretende realizar ao menos 5 certames.

A previsão é de que o projeto de concessão do Rio Paraguai deve ser entregue ao Tribunal de Contas da União em dezembro deste ano. Depois que receber o aval do TCU é que começaria o processo licitatório propriamente dito. 

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

CAMPO GRANDE (MS)

Carnê virtual do IPTU 2026 está disponível na internet; confira

Neste ano, reajuste do IPTU é de 5,32%, com 10% de desconto à vista

15/12/2025 12h00

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel MARCELO VICTOR

Continue Lendo...

Carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), referente ao ano de 2026, está disponível e já pode ser consultado via internet. Saiba quanto veio o imposto da sua casa, em 2025, neste site.

Neste ano, o IPTU será reajustado em 5,32%, conforme noticiado pelo Correio do Estado. O reajuste cobrou a inflação, prevista no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa é que milhares de carnês físicos sejam entregues na casa do contribuinte neste mês de dezembro de 2025.

As formas de pagamento do IPTU 2026 são:

  • À vista, com 10% de desconto – vencimento em 12 de janeiro
  • Parcelado, em 12 vezes – vencimento em dias de feriados, finais de semana ou não úteis, o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil subsequente

Ainda haverão aqueles contribuintes beneficiados com o Bônus IPTU Azul, que terão desconto de 10% (dez por cento) sobre o valor do IPTU e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares lançados.

A concessão do Bônus IPTU Azul será efetivada independentemente de requerimento do contribuinte, mediante a redução de 10% no valor lançado, e, sobre o valor já deduzido, será aplicado o desconto para pagamento à vista, conforme a opção do contribuinte.

Neste ano, as cores azul e amarelo também dão adeus ao IPTU. Até então, os carnês eram emitidos em tons diferentes: azul para contribuintes sem débitos e amarelo para aqueles com pendências.

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

IPTU

O IPTU é um imposto brasileiro, de competência municipal, que deve ser pago por pessoas que tenham propriedades dentro do perímetro urbano.

A arrecadação do tributo municipal é convertido em melhorias para a cidade, nas áreas de segurança, educação, saúde, infraestrutura e lazer.

Quem não paga IPTU, corre risco de perder a posse do imóvel.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).