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Governo do Estado tenta frear novos reajustes nos preços dos combustíveis

Litro da gasolina é encontrado a R$ 5,49 e etanol chega a R$ 4 em Campo Grande

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Os combustíveis fósseis sofreram quatro reajustes anunciados pela Petrobras em 2021. Com isso, o litro da gasolina já é encontrado a R$ 5,49 e o do diesel a R$ 4,28 em Campo Grande. 

O etanol, mesmo não sendo impactado pela estatal, chega a R$ 4. Com o objetivo de frear novos aumentos, o governo do Estado “congelou” a pauta fiscal dos combustíveis.

A pauta fiscal é o preço médio ponderado, definido pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que serve como referência para a base de cálculo da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. 

Hoje, o imposto estadual representa 30% da gasolina, 20% do etanol e 12% do diesel.  

A articulação foi firmada entre a gestão estadual e o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniências de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS) e deve garantir economia de R$ 0,15 no preço da gasolina.

O diretor-executivo do Sinpetro-MS, Edson Lazaroto, explica que, caso os postos de combustíveis fossem equiparar os valores vendidos ao consumidor com a pauta, o preço da gasolina iria para, em média, R$ 5,50.

“Isso [a mudança da pauta fiscal] acarretaria um aumento de R$ 0,15 no imposto e não será repassado [para o consumidor] porque o governo decidiu congelar". 

"Então, agradecemos a pronta intervenção do governo do Estado em nos apoiar nesse sentido e isso se reverterá, com certeza, no bolso do consumidor”, afirmou.

Lazaroto ainda reforça que a gestão do ente federado prontamente atendeu à solicitação do sindicato.

 “Foi o único Estado que saiu na frente para amenizar os constantes aumentos da Petrobras nos últimos dias. Entendemos que se a Petrobras não aumentar os preços nos próximos dias teremos um período de pausa de reajustes [nas bombas]”, explica.

Últimas notícias

De acordo com o secretário de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Sérgio Murilo, como o reajuste de preços dos combustíveis é definido pela Petrobras, caso sejam concedidos novos aumentos, o governo do Estado não tem margem de manobra para adotar medidas que amenizem o impacto ao consumidor. 

Em um possível cenário de novas autorizações de majoração dos valores, o secretário disse que será necessário haver um diálogo com a direção da Petrobras.

“O que o Estado pode fazer para contribuir e ajudar o consumidor é congelar a pauta fiscal da gasolina, em um primeiro momento durante 15 dias, e depois vamos avaliar os reflexos disso para o consumidor”, afirmou Sérgio Murilo. 

Segundo ele, o Sinpetro solicitou que a pauta fiscal fosse mantida nos próximos 60 dias, mas essa possibilidade será analisada após a verificação se a medida repercutiu em benefício do cidadão.

O reajuste da gasolina na estatal foi de 34,8% em 2021, enquanto o do diesel foi de 27,5% nos dois primeiros meses do ano.  

PREÇOS

Conforme o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina subiu R$ 0,41 em Campo Grande, entre os dias 2 de janeiro e 20 de fevereiro.  

Os dados da agência apontam que no segundo dia do ano o litro da gasolina custava R$ 4,58 em média – variando entre R$ 4,46 e R$ 4,77. 

Enquanto no último levantamento divulgado, referente aos preços da semana passada, o combustível variava entre R$ 4,85 e R$ 5,09 – média de R$ 4,99.

Já o litro do diesel custava, em média, R$ 3,64 no início do ano e foi a R$ 3,90 na semana passada, aumento de R$ 0,26. 

E o etanol saiu de R$ 3,29 para R$ 3,47 (diferença de R$ 0,18) no mesmo período. 

Os preços da semana passada já não refletem a realidade nos postos de combustíveis de Campo Grande. Pesquisa da reportagem aferiu os preços dos combustíveis em Campo Grande ontem (25). 

O litro da gasolina comum é comercializado pelo valor médio de R$ 5,31 – variando entre R$ 5,19 e R$ 5,49. 

O diesel comum varia entre R$ 4,19 e R$ 4,28 – média de R$ 4,23. Enquanto o etanol é vendido, em média, a R$ 3,89, o menor valor encontrado foi R$ 3,64, e o maior, R$ 4,00.  

ETANOL

Apesar de o etanol não sofrer com os mesmos reajustes da Petrobras, os valores também aumentaram para o consumidor final. 

Por este motivo, a Superintendência para Orientação e defesa do Consumidor (Procon-MS) notificou o Sinpetro-MS para explicar o aumento nos preços do etanol.

“O recente aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel autorizado pela Petrobras levou proprietários de postos de combustíveis a elevar também os valores praticados na comercialização do etanol, o que deixou perplexos proprietários de veículos automotivos que tinham se decidido a substituir a gasolina pelo produto da cana-de-açúcar”, informou o Procon em nota.

Ainda de acordo com a Superintendência, o sindicato deve indicar qual o porcentual aplicado para os aumentos registrados e os motivos da elevação do preço.  

Lazaroto explica que o Sinpetro já respondeu ao Procon. 

“Já respondemos e informamos que o reajuste do etanol é pelas usinas, não temos como interferir nos preços”, afirmou.

Em fevereiro do ano passado, o Estado reduziu a alíquota do etanol de 25% para 20% e aumentou a da gasolina de 25% para 30%, com o intuito de estimular a troca do combustível fóssil pelo biocombustível.  

De acordo com os analistas do setor, o cálculo, que considera o rendimento dos combustíveis nos motores dos carros, determina que o abastecimento com o álcool é economicamente vantajoso para o motorista desde que seu valor corresponda a até 70% do preço do seu concorrente fóssil.  

Considerando os dados aferidos pela reportagem, se dividirmos o preço médio do etanol (R$ 3,89) pelo da gasolina (R$ 5,31), a diferença é de 73%, ou seja, não compensa a troca de um pelo outro. 

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Economia

Prévia do PIB brasileiro cresce 0,6% em janeiro

Indicador superou projeção de alta de 0,26%

18/03/2024 20h00

Fotos: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

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A economia brasileira começou 2024 em expansão. Considerado uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 0,6% em janeiro, superando a projeção do mercado financeiro de alta de 0,26%.

Na comparação com janeiro do ano passado, o indicador cresceu 3,45%. No acumulado de 12 meses terminados em janeiro, o índice acumula alta de 2,47%. Os dados são dessazonalizados, livres de oscilações associadas a uma determinada época do ano.

Apesar da alta em janeiro, o IBC-Br desacelerou em relação a dezembro, quando registrou crescimento de 0,82%. Divulgado todos os meses pelo Banco Central, o IBC-Br analisa a atividade econômica em três componentes: indústria, comércio e serviços.

Esse é o quinto mês seguido de alta no IBC-Br. Apesar da desaceleração em relação ao mês anterior, o fato de o indicador ter crescido além das previsões das instituições financeiras mostra que a economia brasileira atravessa um momento favorável.
 

Economia

Dólar ultrapassa os R$ 5 e atinge maior valor do ano com cautela antes de decisões sobre juros

O dólar subiu 0,55% e fechou cotado a R$ 5,024 nesta segunda-feira (18), atingindo seu maior valor desde outubro

18/03/2024 19h00

Operadores relatam ambiente de cautela diante da expectativa pela divulgação na sexta-feira, 6, do relatório de empregos (payroll) nos EUA Arquivo/Agência Brasil

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O dólar subiu 0,55% e fechou cotado a R$ 5,024 nesta segunda-feira (18), atingindo seu maior valor desde outubro, em meio a cautela de investidores antes de decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, que serão divulgadas na quarta (20).
Apesar de as projeções sobre os comunicados desta semana serem praticamente unânimes, o mercado ainda aguarda sinalizações sobre os próximos passos dos juros em ambos os países.

No cenário local, a expectativa é que o Banco Central do Brasil deve realizar um corte de 0,50 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros), mantendo o ritmo adotado nas últimas reuniões.

"O Copom [Comitê de Política Monetária] deve reduzir as taxas em 0,50 ponto pela sexta vez consecutiva, levando a Selic para 10,75% em decisão unânime, ao mesmo tempo em que destaca a resiliência da atividade e as preocupações com a inflação para justificar a manutenção do ritmo", diz David Beker, chefe de economia para Brasil do Bank of America.
Há dúvidas, no entanto, sobre as sinalizações do comunicado, em especial se o comitê vai continuar indicando um corte da mesma magnitude nas próximas reuniões.

O analista Lucas Farina, da Genial Investimentos, afirma que o comunicado da autoridade monetária brasileira deve destacar, do lado positivo, o aumento da arrecadação federal no início deste ano. Por outro lado, o BC também deve ressaltar a piora da inflação nos últimos meses.

"No saldo geral, o balanço de riscos deve sofrer alguma piora, à medida que as forças inflacionárias -El Niño, atividade forte e mercado de trabalho aquecido- estão, no momento, superando as forças deflacionárias, resultando num viés de alta para a inflação", diz Farina.
Por isso, o analista acredita que o Copom deve deixar de apontar cortes de juros de 0,50 ponto nas próximas reuniões. "O intuito disso não seria necessariamente o de diminuir a magnitude de corte de juros para 0,25 ponto, mas sim o de aumentar os graus de liberdade na condução da política monetária por parte do BC", diz ele.

Mais cedo, dados do Banco Central mostraram que a atividade econômica iniciou 2024 com crescimento bem acima do esperado em janeiro, reforçando a visão de que a economia passa por um momento favorável mesmo que tenha desacelerado em relação ao final do ano passado.

"Olhando apenas a inflação, há espaço para o Copom seguir baixando os juros. No entanto, pode ser que os membros do Comitê resolvam adotar uma postura mais cautelosa devido à atividade econômica. Na prática, quer dizer que o comunicado e a ata podem retirar o plural ao falar dos próximos movimentos para os juros", disse a Levante Investimentos em relatório a clientes.
Já nos EUA, a aposta é que o Fed deve manter inalterados os juros do país na faixa entre 5,25% e 5,50%, sem espaço para surpresas. O mercado aguarda, no entanto, sinalizações da autoridade monetária sobre o atual estado da economia americana.

A decisão ocorre após dados recentes mostrarem um mercado de trabalho aquecido e uma inflação persistente nos Estados Unidos, o que apontou para uma economia aquecida e trouxe dúvidas sobre o início do corte de juros pelo Fed.

"Fevereiro foi dominado por uma nova rodada de dados mais fortes nos EUA e, principalmente, pela revisão do ciclo de queda pelo Fed. Ao contrário de outros momentos, a bolsa nos EUA teve um desempenho forte, subindo mais de 5%. Todo o mercado e os bancos centrais ao redor do mundo acompanham de perto os próximos passos do Fed para se posicionarem", afirma Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos
Atualmente, a aposta majoritária é de que o Fed deve esperar pelo menos até junho para iniciar o afrouxamento monetário nos EUA.

Já a Bolsa brasileira terminou o dia em leve alta de 0,16%, aos 126.954 pontos, impulsionada por fortes altas da Vale e da Embraer, que ficaram entre as mais negociadas da sessão.

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