A Petrobras anunciou que as negociações para a venda da fábrica de fertilizantes UFN3 para a companhia russa Acron terminaram sem o fechamento do negócio. A compra das ações pelos estrangeiros deveria retomar as obras do empreendimento que fica em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande.
Em comunicado, a estatal afirma que também não foi adiante a venda da paranaense Araucária Nitrogenados para a Acron. O texto, contudo, não detalha por que o contrato não foi assinado.
O acordo era tido como certo e a notícia de que ele não foi fechado pegou Mato Grosso do Sul de surpresa.O investimento para conclusão da obra passaria dos R$ 5 bilhões.
“Para mim, a venda estava praticamente definida, até porque a Petrobras tinha pedido para o Estado acelerar os termos de acordo dos incentivos fiscais. Além disso, a Câmara de Três Lagoas ia votar projeto de lei que autoriza a transferência das isenções municipais da estatal para a Acron e agora tudo isso fica paralisado”, disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Ele disse que as informações que chegaram até os ouvidos do Estado dizem que a empresa russa não desistiu da compra, apenas pediu prazo até março à estatal para viabilizar a compra direta de matéria-prima junto à MSGÁS, já que o acordo com a boliviana YPFB, segundo Azambuja, veio abaixo com a queda da diretoria da empresa após a saída do presidente Evo Morales.
“O conselho da Petrobras ficou de se reunir essa semana. Eles dando aval para o prazo, nós vamos entrar no acordo para a compra direta”.
As obras na UFN3 foram interrompidas em dezembro de 2014, com 83% das obras já concluídas, por ilegalidades apontadas pela Operação Lava Jato. Com autorização da Justiça, elas recomeçaram este ano. Esperava-se que terminassem até o fim de 2019 com resultado positivo.