Economia

SUSTENTABILIDADE

Indústria transforma resíduos de eucalipto em corretivos, substratos e fertilizantes para o solo

Os produtos vêm sendo utilizados na áreas florestais e começam a ser aplicados por agricultores familiares com projetos vinculados à empresa

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O caminho rumo à sustentabilidade não tem mais volta. 

Tornou-se uma necessidade para a longevidade da humanidade. 

Os gritos e gemidos da natureza estão em aí com a poluição do planeta.

Grandes empresas estão buscando alternativas. 

Em Três Lagoas, o gerente-executivo industrial da Suzano, Eduardo Ferraz, destaca que, por meio da central de tratamento de resíduos, a empresa tem buscado alternativas sustentáveis para reduzir o volume até então destinados aos aterros e, consequentemente, aumentar a eficiência da companhia.

Segundo Eduardo Ferraz, a Suzano começou com a produção de insumos que atuam como corretivos de solo, semelhante ao calcário. 

Já em 2021, a central de tratamento de resíduos foi ampliada, incluindo também a planta de fertilizantes orgânicos.

Agora, a capacidade produtiva da primeira planta - a de corretivo de solo - passou de 2,5 mil toneladas/mês, para 5 mil mil toneladas, também ao mês. 

Já a segunda planta, a de fertilizantes orgânicos, tem capacidade máxima para produzir até 1. mil toneladas de fertilizantes orgânicos e 1.,5 mil toneladas de substrato orgânico ao mês.

Em pouco tempo, a nova central potencializou a competitividade da unidade e tornou o ciclo operacional ainda mais sustentável. 

“O que antes era descarte, agora é se transforma em insumos agrícolas e retorna para nossas florestas”, disse Eduardo Ferraz.

O negócio ficou tão bom que o próprio olho da Suzano cresceu. 

De acordo com Eduardo Ferraz, no primeiro ano de operação, a nova central de tratamento deixou de destinar mais de 130 mil toneladas de resíduos sólidos, entre orgânicos e inorgânicos, para aterros. 

Ele explicou, ainda, que estes resíduos - após processados - foram transformados em 51.600 toneladas de corretivos de solo para retornar para as florestas da companhia, além de 1.775 toneladas de fertilizantes.

Este ano, segundo Eduardo Ferraz, já foram produzidas cerca de 30 mil toneladas de corretivos de solo para retornar para as florestas da Suzano, além de 3 mil toneladas de fertilizantes orgânicos e substratos para colocação no mercado agrícola. 

“Esse ano, 100% dos resíduos minerais estão sendo reciclados para produção de corretivos de acidez para uso nas florestas da empresa e, ao mesmo tempo, a planta de orgânicos recebe e processa todo lodo biológico e a parcela de cascas de eucalipto não utilizada na produção de energia para produção de fertilizantes orgânicos e substratos”, esmiuçou Eduardo Ferraz.

Questionado sobre que tipo de fertilizante a Suzano está produzindo em Três Lagoas, Eduardo Ferraz informou que se trata de um resultado do processamento de lodos biológicos de Estação de Tratamento de Efluentes e de cascas de eucalipto. 

Atualmente, a planta tem capacidade para processar cerca de 5 mil toneladas de lodos biológicos de ETEs - Estação de Tratamento de Efluentes - e 2,5 mil toneladas de cascas de eucalipto ao mês. Tudo para transformá-los em fertilizantes e substratos orgânicos.

O fertilizante orgânico, produzido a partir da compostagem do lodo biológico, é um produto estabilizado rico em matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e potássio e micronutrientes. 

Tem sido utilizado nas áreas de produção de fruticultura, horticultura e jardinagem. 

O substrato orgânico, produzido a partir das cascas ou da mistura dos dois materiais, é rico em matéria orgânica, tem alta capacidade de retenção de água, melhora a estrutura física do solo, além da alta capacidade da troca de cátions, também no solo.

 

Para Eduardo Ferraz, o mais importante é a questão da sustentabilidade porque esses fertilizantes podem contribuir com a melhoria da qualidade dos solos agrícolas do Mato Grosso do Sul, agregando matéria orgânica ao solo, agilizando sua estrutura e fertilidade e, de quebra, promovendo maior sanidade das culturas agrícolas a serem plantadas.

Na Suzano, a demanda por fertilizantes, corretivos de solo e substratos na atividade florestal é bastante elevada. 

Segundo Eduardo Ferraz, são 458 mil hectares em Mato Grosso do Sul. 

Deste total, 169 mil hectares são áreas de preservação ambiental. 

A produção de corretivo de acidez, atualmente, é 100% destinada à atividade florestal. 

Já a produção de fertilizantes orgânicos e substratos são destinadas ao mercado, o que se torna uma grande contribuição no fornecimento de insumos para produtores regionais.

Todos estes insumos agrícolas produzidos na central de tratamento de resíduos são certificados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e poderiam ser aplicados em outras culturas. 

No entanto, a prioridade dos corretivos é a atividade florestal da empresa, já que é uma demanda do ciclo produtivo, enquanto os fertilizantes orgânicos e substratos são destinados ao mercado da região e vem sendo utilizados em várias culturas.

Apesar de tratar-se uma produção de subsistência – ainda que elevada -, uma parcela significativa dos orgânicos vem sendo destinada a instituições de agricultura familiar, no caso, apoiadas pela Suzano por meio dos projetos de desenvolvimento social, que buscam o fortalecimento na geração de trabalho no campo em Mato Grosso do Sul.

Sobre os investimentos feitos pela Suzano nesta área, Eduardo Ferraz destacou que o ganho ambiental e a competitividade não têm preços., afirmando que faz parte das metas de longo prazo da companhia reduzir 70% o volume de resíduos sólidos destinados aos aterros, transformando-os em subprodutos até 2030. 

Na avaliação de Eduardo Ferraz, a melhor parte nisso tudo é que não há a menor possibilidade de risco ambiental. 

Além de serem devidamente testados e com todas as certificações necessárias, ou seja, sem apresentar risco algum ao meio ambiente, os insumos agrícolas produzidos na unidade de Três Lagoas contribuem para o meio ambiente, tanto na melhoria da condição dos solos agrícolas, quanto na redução do volume de resíduos destinados aos aterros. 

“Somos pioneiros em pesquisas e projetos voltados para a economia circular, visando reduzir o volume de resíduos enviados para aterros e transformando-os em outros subprodutos, gerando ganhos ambientais e nos tornando mais competitivos”, acrescentou Ferraz

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PRIVATIZAÇÃO

TCU mantém travado processo de concessão do Rio Paraguai

Decisão do ministro Benjamin Zymler condiciona a retomada do processo à entrega de estudos completos pelo Ministério de Portos e Aeroportos

22/12/2025 08h00

TCU

TCU Divulgação

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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler decidiu, na quinta-feira, manter parada por tempo indeterminado a análise do processo na Corte que analisa a concessão do tramo sul da hidrovia do Rio Paraguai. O processo foi suspenso há quase três meses, no dia 24 de setembro.

O ministro vai retomar o exame só quando o Ministério de Portos e Aeroportos apresentar novos estudos técnicos e documentos, bem como as aprovações da concessão pelo Legislativo do Paraguai e da Bolívia.

A decisão foi tomada mesmo após o Ministério encaminhar complementações em outubro e novembro às informações entregues em agosto. A área técnica do TCU, por meio da Unidade de Auditoria Especializada em Infraestrutura Portuária e Ferroviária, avaliou que o material segue incompleto.

Segundo o parecer, “a documentação disponível não atende aos requisitos de completude previstos na IN [Instrução Normativa] TCU nº 81/2018, o que impede o início da contagem do prazo de análise por esta Corte”, citando a necessidade de “documentos complementares e análise de viabilidade incompleta e não consolidada”.

A unidade técnica destacou ainda que, já no envio inicial, o Ministério reconheceu a necessidade de incluir documentos considerados “imprescindíveis” e novas análises nos estudos de viabilidade, “sem, entretanto, indicar prazo”.

Mesmo após novas remessas, persistem “incertezas e lacunas capazes de afetar o conjunto de estudos que dá suporte à licitação”, motivo pelo qual não começou a contagem do prazo de 75 dias para análise do processo.

Em despacho, Zymler detalha que a documentação da concessão foi protocolada no dia 14 de agosto e, no mês seguinte, o Ministério de Portos e Aeroportos solicitou a retirada de peças do processo para “complementar a instrução processual com informações e documentos adicionais considerados indispensáveis”.

A Pasta também informou que os estudos de viabilidade técnica e ambiental ainda seriam objeto de complementação, novamente sem prazo definido.

O pedido ocorreu após a realização de um market sounding, consulta ao mercado que reuniu oito empresas nacionais e estrangeiras e resultou em propostas de alteração do edital.

Diante disso, em 24 de setembro, o relator determinou o “sobrestamento do processo até que o Ministério de Portos e Aeroportos realizasse o envio da documentação completa”.

Em 31 de outubro, o Ministério encaminhou a Nota Técnica nº 28/2025, elaborada pela Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, com novas informações técnicas. Já em 7 de novembro apresentou uma nova minuta do edital da concessão. Apesar disso, o ministro do TCU apontou que persistem “incertezas do acordo internacional e necessidade de aprovação legislativa (impacto direto nas premissas do projeto)” nos países vizinhos.

Zymler menciona que há tratativas em curso com o Paraguai e indicativos de que a concessão precisará ser submetida ao parlamento paraguaio, “o que pode exigir ajustes no fluxo processual brasileiro para compatibilizar a modelagem às condicionantes diplomáticas e institucionais”.

O relator também cita a existência de uma minuta de acordo internacional em elaboração, com participação do Ministério das Relações Exteriores, ainda não concluída e que deverá passar pelo Legislativo paraguaio e boliviano e pelo Congresso Nacional.

Segundo o despacho, a área técnica avalia que essas definições podem levar à revisão das premissas dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), exigindo ajustes na documentação, na matriz de riscos, na modelagem econômico-financeira e nos instrumentos convocatórios.

TCU

ALTERAÇÕES

Outro ponto crítico levantado foi a inclusão de alterações estruturantes no edital “sem rastreabilidade regulatória suficiente”, evidenciando um descompasso entre o Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

A nova minuta, apresentada em novembro, alterou o critério de julgamento para menor tarifa e revogou a restrição à participação da LHG Mining na primeira etapa do leilão.

De acordo com o relator, a versão mais recente do edital não foi acompanhada de manifestação formal da Antaq, órgão legalmente responsável pela elaboração dos editais e dos atos de outorga. “A ausência desse endosso fragilizaria a rastreabilidade e a construção do processo técnico-regulatório exigido”, diz o despacho, que recomenda aguardar o posicionamento da agência para reduzir riscos institucionais.

Também foi apontada a falta de estudo concorrencial atualizado para embasar a cláusula restritiva relativa à LHG Mining. Para Zymler, a lacuna é relevante, pois “restrições concorrenciais são excepcionais e exigem base técnica robusta e atual”.

Com base nesses elementos, o ministro decidiu manter o sobrestamento do processo até que o Ministério apresente “toda a documentação devidamente consolidada e atualizada”, os ajustes bilaterais aprovados pelo Legislativo dos países envolvidos e os estudos concorrenciais atualizados pela Antaq.

Conforme a IN TCU nº 81/2018, o prazo de 75 dias para análise só começa a contar após o recebimento completo de todos os documentos exigidos.

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campo grande

Comércio tem horário de funcionamento diferenciado na semana do Natal; Confira

Horário será estendido na segunda e terça-feira, com horário diferenciado na véspera e dia de Natal

21/12/2025 17h31

Comércio tem horário diferenciado nesta semana

Comércio tem horário diferenciado nesta semana Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O comércio de Campo Grande está funcionando em horário estendido desde o dia 9 de dezembro,para atender a demanda de clientes, que tradicionalmente aumenta no período de fim de ano. Nesta semana de Natal, o comércio também ficará aberto mais tarde, dando chance para quem deixou para comprar os presentes em cima da hora.

A decisão do horário estendido foi tomada com o fechamento da convenção trabalhista entre o Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande (Sindivarejo CG) e o Sindicato dos Empregados do Trabalhadores do Comércio, estabelecendo, entre outros pontos, o horário especial de funcionamento do comércio.

Conforme a Fecomércio, nesta semana, segunda e terça-feira o comércio ficará aberto até às 22h, com horário diferenciado na véspera e no dia de Natal, dias 24 e 25, respectivamente. Na sexta-feira (26), o funcionamento volta ao normal.

A exceção será nos estabelecimentos comerciais localizados em hipercentes e nos shoppings, onde o horário será diferenciado.

Confira o horário do comércio na semana do Natal

  • Dias 22 e 23 de dezembro - até às 22h
  • Dia 24/12 - Até as 17h (das 9h às 19h em shoppings e hipercenters). 
  • Dia 25 de dezembro - comércio não abre

Reajuste salarial

A convenção só foi fechada após a definição de reajuste salarial de 7% para empregados que recebem acima do piso, além de atualizar os valores dos pisos da categoria, que passam a ser de R$ 1.960,00 para empregados em geral e para a função de caixa, R$ 2.151,00 para comissionados e R$ 1.767,00 para auxiliares do comércio, office boys e trabalhadores de serviços gerais.

O vale-alimentação também foi reajustado e passa a ser de R$ 25,00, com a garantia de que não poderá ser suprimido em caso de dispensa e recontratação pelo mesmo empregador ou grupo econômico, evitando alterações contratuais lesivas previstas na CLT.

Um dos pontos centrais da negociação foi quanto à aplicabilidade da CCT em casos de terceirização.

"Coibimos de nosso ordenamento a pejotização nas empresas. Algumas empresas estavam admitindo trabalhadores como pessoas jurídicas, o que é proibido e foge da normalidade do vínculo de emprego”, disse o gerente de Relações Sindicais da Fecomércio MS, Fernando Camilo.

 Além disso, foram aprovados novos benefícios para a categoria, como a inclusão do Benefício Social Familiar, obrigatório a todos os trabalhadores, com contribuição mensal entre R$ 10 e R$ 20 por colaborador, e a criação do convênio odontológico mediante adesão, com custo aproximado de R$ 23,20, dos quais R$ 6,00 serão custeados pelas empresas.

Movimentação financeira

O comércio de Mato Grosso do Sul deve encerrar o ano com expectativas retraídas para o Natal e Ano-Novo.

Pesquisa divulgadas pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio de Mato Grosso do Sul (IPF-MS), em parceria com o Sebrae-MS, indica queda de 38% na movimentação financeira do fim de ano, que deve alcançar R$ 824 milhões, ante R$ 1,27 bilhão no ano passado. 

O movimento econômico geral segue expressivo, mas a contração, considerada a mais responsável pela série recente, revela um consumidor mais seletivo, cauteloso e com crédito mais restrito. 

Do montante, estima-se que R$ 226 milhões serão destinados à compra de presentes, R$ 243 milhões às confraternizações de Natal e R$ 354 milhões às festas de Ano-Novo. 

Mesmo com menos dinheiro por compra, 69% dos entrevistados dizem que vão presentear no Natal, porém, com gasto médio menor, de R$ 217,36 por pessoa.

Os itens mais buscados seguem o apelo do afeto e do cotidiano, como brinquedos, roupas, eletrônicos e cosméticos. A maioria (78%) pretendem comemorar o Natal, quase sempre em encontros íntimos, com gasto médio de R$ 206,35 com alimentação feita em casa. 

Já na virada, 80% dizem que vão celebrar o Ano-Novo, com gasto médio de R$ 294,19, também centrado em comida, encontros familiares e viagens curtas, uma vez que 64% dos que vão viajar permanecerão no Estado.

A economista do IPF-MS e coordenadora da pesquisa, Regiane Dedé de Oliveira, avalia que o afeto se mantém, mas sem exageros.

“Percebemos um consumidor mais prudente, que busca equilibrar o orçamento sem abrir mão das tradições. O aumento do número de pessoas que pretendem presentear indica o sentimento de afeto, mas com escolhas mais calculadas e foco em gastos essenciais”.

O analista técnico do Sebrae-MS Paulo Maciel fala sobre os desafios dos negócios menores.

“A maioria dos clientes, 55%, prioriza a qualidade e busca o benefício para pagamento à vista para economizar. As empresas precisam preparar estoques e melhorar as condições de pagamento”.

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