Economia

MERCADO ECONÔMICO

J&F compra minas de ferro e manganês da Vale para criar "JBS da mineração"

Acordo em R$ 1 bilhão é primeiro de várias aquisições para tornar-se gigante no setor

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Com a ideia de criar a "JBS da Mineração", a J&F Investimentos fechou por R$ 1 bilhão a compra das minas de manganês e ferro da Vale, aqui em Mato Grosso do Sul. 

Conforme a Valor Econômico, esse negócio marca a entrada da holding dos Batista em mineração e a expectativa era que um comunicado fosse divulgado ainda ontem.

Em material publicado ainda na noite de ontem (05), uma fonte disse ao Valor que, com essa transação a "JBS da mineração" começa a se tornar realidade e deve ser só o "primeiro passo" para a gigante mundial no mercado de processamento de carne, se tornar um ‘player’ relevante nesse novo setor.  

Ainda no fim da última semana, a Vale apontou sua estratégia de simplificação de portfólio, informando estar em tratativas avançadas para vender as operações de minério de ferro, manganês e logística que compõem o Sistema Centro-Oeste.  

Dados da mineradora apontam que, no ano passado, a mina de Corumbá produziu 2,7 milhões de toneladas de minério de ferro — principal matéria-prima para fabricar aço —, além de 200 mil toneladas de manganês, usado em várias aplicações, inclusive como ferro-liga utilizada como insumo por siderúrgicas.

A ideia da Vale é se concentrar na produção de minério de ferro, em duas regiões — a do Sul, em Minas Gerais, com operações em várias minas e instalações de beneficiamento de finos e pelotas de ferro, e a do Norte, na grande reserva de Carajás, no sul do Estado do Pará. 

Nesse local, a companhia explora a mina gigante S11D, que produz mais de 100 milhões de toneladas por ano.

Entretanto, sobre a transação a Vale limitou-se a reiterar o comunicado de sexta-feira, enquanto a J&F não comentou o assunto.  

É preciso ressaltar que, além de controlar a maior produtora de proteína animal do mundo, a J&F é acionista majoritária da produtora de celulose de eucalipto em Mato Grosso do Sul, Eldorado Brasil.  

Nesse empreendimento, em que é dona de 50,6% do capital, há quase quatro anos a J&F enfrenta uma disputa judicial sobre o controle da produtora de celulose com a sócia Paper Excellence (PE). 

Um tribunal arbitral declarou no ano passado a vitória da acionista minoritária no conflito, mantendo a validade do contrato de compra e venda firmado em setembro de 2017.

A J&F recorreu à Justiça comum pedindo a anulação da sentença arbitral. A decisão em primeira instância deve ser conhecida entre maio e junho.

Ela aparece ainda como dona do Banco Original, do PicPay, e como controladora da Âmbar Energia (que atua em geração e comercialização de energia) e a Flora (dos produtos de limpeza Assim e Minuano).

Economia

Piscicultura de MS lidera ranking nacional de crescimento com taxa anual de 18,7%

Estado produziu 25,4 milhões de peixes para abate em 2024, na maior parte tilápia

02/03/2025 17h45

Tilápia - Imagem ilustrativa

Tilápia - Imagem ilustrativa Divulgação

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A produção brasileira de peixes de cultivo foi de 968,7 mil toneladas, em 2024. Esse resultado representa aumento de 9,21% em relação ao ano anterior (887.029 t), o que demonstra a robustez da piscicultura nacional, mesmo em momentos de instabilidade.

Mato Grosso do Sul cresceu 18,77%, seguido por Minas Gerais (+18,18%), superando até o mesmo o maior produtor de peixes de cultivo do País o Paraná que cresceu 17,35%, em 2024, com destaque para a produção de tilápia.

Esses estados figuram no ranking dos 10 maiores produtores de peixes de cultivo do País. Entre os top 10, Mato Grosso do Sul , Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco cresceram acima da média nacional, que foi de 9,21%. Os números são da Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura).

Segundo outro indicador, o Boletim Casa Rural Piscicultura, Economia e Mercado, elaborado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o Estado produziu 25,4 milhões de peixes para abate em 2024 na maioria tilápia representando um crescimento de 48,69% em relação ao ano anterior.

O 4° trimestre de 2024 foi responsável pelo maior volume de peixes comercializados em 2024, devido a alta comercialização de tilápias nos meses de novembro e dezembro.

Segundo a Peixe BR, o Brasil produziu 662.230 toneladas de tilápia, em 2024. Esse resultado é 14,36% maior do que o obtido no ano anterior (579.080 t), impulsionando a espécie para 68,36% da produção total de peixes de cultivo no país.

MERCADO EXTERNO

No acumulado de 2024, o MS exportou 533.605 kg de tilápia e foi responsável por 4,93% do volume exportado pelo Brasil. Os Estados Unidos são o principal destino do peixe de cultivo produzido pelo Estado.

Considerando a receita gerada pelas exportações em 2024, o MS aparece em 3° lugar no ranking nacional. O valor das exportações de MS correspondeu a 3,56% do valor total enviado ao exterior, enquanto Paraná o primeiro colocado representou 64,83%.

O Porto de Paranaguá aparece em primeiro lugar no escoamento da carne de peixe produzida pelo Mato Grosso do Sul, respondendo por 75,39%, seguido pelo Aeroporto de Guarulhos (19,44%), Porto de Santos (3,64%) e Aeroporto de Viracopos (1,53%).

 

ECONOMIA

Dinâmica da dívida pública apoia dose maior de juro do que há dez anos, dizem ex-BCs

Perfil do endividamento vem piorando ao longo da última década

02/03/2025 14h29

Mais caro e com perfil pior, a dinâmica do endividamento público brasileiro vem reduzindo a potência da política monetária.

Mais caro e com perfil pior, a dinâmica do endividamento público brasileiro vem reduzindo a potência da política monetária. Agência Brasil

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Em trajetória ascendente, mais caro e com perfil pior, a dinâmica do endividamento público brasileiro vem reduzindo a potência da política monetária.

A continuidade desta deterioração exigirá uma dose mais forte de juros do que há dez anos, quando a taxa nominal ficou estacionada cerca de um ano e meio em 14,25% - mesmo nível para onde o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic em março.

O cenário internacional, com taxas de juros mais elevadas, também é outra fonte de pressão, embora menor.

"Estamos partindo de um ponto pior agora do que o que tínhamos no governo Dilma Rousseff. E o arcabouço fiscal atual não conserta isso. Pelo contrário, faz a dívida continuar aumentando", considera o ex-diretor de Política Econômica do BC e head de macroeconomia do ASA, Fabio Kanczuk.

"Em 2015/2016, havia pedaladas e um contexto político complicado, mas o País não estava com a relação dívida/PIB ascendente a partir de um nível tão elevado", complementa o professor da FGV EPGE e ex-diretor de Política Econômica, Sérgio Werlang.

A dívida bruta terminou 2024 em 76,1% do PIB, elevação de 12,7 pontos porcentuais frente a 63,4% do produto no fim de 2014, segundo dados do BC. Em 2015, avançou para 65,5% do PIB. Já em 2020, na pandemia, alcançou 86,94% do PIB, tendo chegado ao pico de 87,68% em outubro daquele mesmo ano.

"O juro é alto no Brasil porque a dívida é alta, assim como o déficit é alto", afirma Reinaldo Le Grazie, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e sócio da Panamby Capital, para quem o nível bruto do endividamento deve atingir 88% do PIB no fim de 2026.

O próprio colegiado afirma, na ata da reunião mais recente, que a potência da política monetária é impactada por um conjunto de fatores que incluem as incertezas sobre a estabilização da dívida pública, o menor esforço para fazer reformas estruturais e estabelecer a disciplina fiscal, e o aumento de crédito direcionado.

Sinal amarelo

O perfil do endividamento vem piorando ao longo da última década, o volume cada vez maior de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos indexados à variação da taxa Selic, ocorre em detrimento de papéis com taxas prefixadas e atreladas à inflação Dados do Tesouro Nacional mostram que a parcela de prefixados recuou a 22,0% da Dívida Pública Federal (DPF) em dezembro passado, o menor valor desde 2005 para o mês, enquanto os remunerados por índices de preços encerraram o ano em 27,0%.

Já a participação de LFTs, apelidados de papel das crises, chegou a 46,3% em dezembro de 2024, o maior nível desde 2005 para o mês. Isso é mais do que o dobro dos 22,8% em 2015.

No Plano Anual de Financiamento (PAF) para este ano, o intervalo para as LFTs está previsto entre 48% e 52% do estoque.

De acordo com cálculos mais recentes do BC, cada 1 ponto porcentual de variação da taxa Selic, mantido por 12 meses, tem reflexo de 0,41 p.p. na dívida bruta no mesmo sentido, o que representaria R$ 48,60 bilhões em valores de janeiro.

Le Grazie ressalta que a dívida cada vez mais cara suscita dúvidas entre seus detentores sobre a capacidade de pagamento do governo. "A dívida está cara porque ela é muito alta e começa a haver dúvidas sobre o pagamento. Estamos nessa. Dívida e inflação não é um bom caminho", diz.

Exterior conta

Os juros mais elevados no exterior também entram na conta para a condução da política monetária, uma vez que as taxas internacionais afetam o juro neutro doméstico, segundo Kanczuk.

Há dez anos, as chamadas tips, títulos do Tesouro americano atrelados à inflação para o prazo de cinco anos, tinham retorno perto de zero enquanto agora gira entre 1,7% e 2,0%.

"Ficou bem mais difícil. Está todo mundo precisando de juros maiores. Isso é uma coisa que também faz o juro neutro ser maior Além do fiscal ser pior, o mundo está todo pedindo bem mais juros. Esse também é um fator pior agora", avalia Kanczuk.

 

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