A taxa média de juros do cheque especial do mês de novembro (8,43% ao mês e 164,12% ao ano) é a maior desde fevereiro de 2005, de acordo com pesquisa de juros da Associação Nacional de Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). Após três reduções consecutivas, as taxas de juros média das operações de crédito voltaram a ser elevadas no mês. Para o coordenador do trabalho e vice-presidente da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações podem ser atribuídas ao cenário econômico internacional.
Das seis linhas de crédito pesquisadas para pessoa física, o cartão de crédito rotativo permaneceu estável e as demais (juros do comércio, cartão de crédito, CDC dos bancos, empréstimo pessoal feito por meio de bancos, empréstimo pessoal feito por meio de financeiras) foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa física teve alta de 0,07 ponto percentual no mês e 1,70 pontos percentuais no ano, passando de 6,60% ao mês em outubro para 6,67% ao mês em novembro. É a maior taxa de juros desde setembro deste ano.
Das três linhas de crédito pesquisadas para pessoa jurídica, todas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida - cheque especial) foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica teve alta de 0,10 ponto percentual no mês (1,84 ponto percentual em doze meses), passando de 3,89% ao mês em outubro para 3,98% ao mês em novembro. É a maior taxa de juros média desde julho deste ano.
Conforme a associação, considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central (BC) desde dezembro de 2010, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 2,95 pontos percentuais (redução de 2,46%) de 119,97% ao ano em dezembro de 2010 para 117,02 ao ano em novembro de 2011. Não está computada nesta pesquisa a última redução da Selic promovida em 30 de novembro.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 3,47 pontos percentuais (elevação de 6,15%) de 56,45% ao ano em dezembro de 2010 para 59,92% ao ano em novembro de 2011, conforme a associação.
Conforme Oliveira, a expectativa é de que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses conforme sinalizações do BC e em decorrência das medidas que o banco e o Ministério da Fazenda vem promovendo para evitar uma desaceleração forte na economia.
Taxas de juros para pessoa física em novembro
Juros comércio - 5,46% ao mês - 89,26% ao ano
Cartão de crédito-10,69% ao mês - 238,30% ao ano
Cheque especial - 8,41% ao mês - 163,53% ao ano
CDC - bancos - 2,20% ao mês - 29,84% ao ano
Empréstimo pessoal - bancos - 4,39% ao mês - 67,46% ao ano
Empréstimo pessoal - financeiras - 8,88% ao mês - 177,57% ao ano
