Economia

ANÁLISE DE MERCADO

Mato Grosso do Sul passa de exportador a comprador de milho

A safra 2023/2024 apresentou quebra de 40,52% em relação ao ciclo anterior; foram 5,763 milhões de toneladas a menos

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Com a demanda crescente do mercado interno de Mato Grosso do Sul, a significativa quebra na safrinha deve elevar as compras de milho de outros estados. O Estado que costuma exportar sua produção agrícola passa a ter de adquirir o insumo de outras localidades.

Conforme divulgado na edição de ontem do Correio do Estado, dados divulgados pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) apontam  que a produção da 2ª safra de milho caiu 40,52% em relação ao ano anterior. 

O ciclo 2023/2024 chegou a 8,457 milhões de toneladas ante as 14,220 milhões de toneladas do cereal colhidas  na safra 2022/2023, resultando em uma produção de 5,763 milhões de toneladas a menos. 

Em entrevista ao Correio do Estado o analista da Granos Corretora, Carlos Ronaldo Dávalo, explica que com a redução na produção o cenário é  de cautela, mas também de oportunidades para os produtores. 

 “As indústrias de etanol já estão recorrendo ao milho de outros estados para suprir a necessidade local, o que torna a situação ainda mais desafiadora. A entrada de milho de fora já é uma realidade e deve continuar”, diz Dávalo.

Apesar da expectativa de alta nos preços do milho, o analista enfatiza que a tendência pode ser limitada pela concorrência com estados vizinhos, como Mato Grosso e Goiás, que estão com safras mais robustas.

“O milho tende a subir na balança comercial, mas com a redução acentuada da safra em Mato Grosso do Sul, muitos produtores podem buscar alternativas em outros estados”, alerta o analista.

 

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Ele frisa ainda que o momento para negociação é crucial, tendo em vista que o melhor momento para vender será nos próximos 60 dias. “O produtor precisa estar atento e aproveitar. A virada do ano também é importante, pois grandes demandadores de milho, como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, iniciarão a produção de milho de verão, aumentando ainda mais a pressão sobre o mercado”, explica o analista.

Em relação à quantidade de milho disponível, Dávalo pontua que o estoque de passagem, que muitos relatórios não consideram, é significativo.
“Se o mercado não considerar esses estoques, pode haver surpresas, mas a realidade é que a produção está bem abaixo do necessário para atender à demanda interna, que chegou a 7,7 milhões de toneladas este ano”, comenta.

Com a necessidade de se adaptar a essas condições de mercado, o produtor de milho deve estar atento a essas movimentações e se preparar para a próxima safra, que pode ser marcada por incertezas. 

“É fundamental que os produtores negociem suas safras ainda este ano, aproveitando as oportunidades antes que o cenário se torne mais restritivo”, avalia o analista.

Em resumo, o analista indica que apesar da expectativa de alta, a realidade do mercado de milho em Mato Grosso do Sul exige uma avaliação cuidadosa e uma ação proativa por parte dos produtores. 

“O futuro próximo será crucial para a definição de preços e estratégias comerciais”, conclui Dávalo.

PREJUÍZO

Na quarta-feira a saca de milho com 60 kg era comercializada pelo preço médio de R$ 51,19 ontem. Considerando que 5,763 milhões de toneladas são 96,050 milhões de sacas, o prejuízo estimado é de R$ 4,9 bilhões.

A área produzida de milho atingiu 2,102 milhões de hectares, queda de 10,7% ante os 2,355 milhões de hectares colhidos no ciclo anterior. A produtividade média no ciclo atual foi de 67,05 sacas por hectare, redução de 33,37% (33,59 sacas a menos) em relação ao ano anterior, quando foram colhidas 100,64 sc/ha.

“Mais de 50 cidades de MS produziram abaixo da média. A situação do produtor rural, que já não era das melhores com a primeira safra 2023/2024, agravou-se com a safra de milho. Muitos agricultores solicitaram renegociação das dívidas com os bancos para que pudessem ter fôlego para a primeira safra 2024/2025”, disse o presidente da Aprosoja-MS, Jorge Michelc.

O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Staney Barbosa Melo complementa ressaltando que os anos de 2023 e 2024 foram muito ruins para a produção agrícola em Mato Grosso do Sul, pois foram anos de preços baixos para os grãos, que comprimiram muito as margens do produtor rural.

“Já em 2024, além da manutenção de preços baixos, tivemos também uma quebra muito forte da safra aqui no estado, algo que não ocorreu de forma uniforme com outros estados. Isso deixou o produtor rural do estado em uma situação difícil, pois além de não ter os grãos para venda, a recuperação de oferta em outros estados acabou mantendo reprimidos os preços do milho também neste ano”

Para este novo ciclo, o economista alerta que produtor precisará contar com um bom planejamento para mitigar riscos, pois vem de um histórico de prejuízos e, certamente, precisará ter bons resultados nas safras futuras para apenas recuperar o que se perdeu nas últimas duas safras.

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Loterias

Resultado da Quina de hoje, concurso 6543, quinta-feira (26/09)

A Quina realiza seis sorteios semanais, de segunda-feira a sábado, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

26/09/2024 19h07

Confira o resultado da Quina

Confira o resultado da Quina Foto: Arquivo

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 6543 da Quina na noite desta quinta-feira, 26 de setembro, de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 2 milhões.

Confira o resultado da Quina de hoje!

Os números da Quina 6543 são:

  •  14 - 33 - 57 - 64 - 17

O sorteio da Quina é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Quina 6544

Como a Quina seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sexta-feira, 27 de setembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 6544. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Quina é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 5 dentre as 80 dezenas disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 2, 3, 4 ou 5 números.

Como apostar na Quina

A Quina tem seis sorteios semanais: de segunda-feira a sábado, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Ganham prêmios os acertadores de 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas cinco dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 24.040.016, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 7.507,50 a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 8.005, ainda segundo a Caixa.

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DESENVOLVIMENTO

Fábrica de celulose da Arauco superará a da Suzano e será a maior do mundo

Capacidade produtiva da planta que será instalada em Inocência será de 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano

26/09/2024 08h45

Mato Grosso do Sul deve se tornar o maior produtor de celulose do mundo, e consequentemente aumentar em  florestas de eucalipto

Mato Grosso do Sul deve se tornar o maior produtor de celulose do mundo, e consequentemente aumentar em florestas de eucalipto Foto: Paulo Ribas

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Ainda em fase inicial de construção, a Arauco anunciou a expansão da capacidade de produção e deve se tornar a maior fábrica de celulose do mundo. A empresa do grupo chileno informou o aumento da capacidade produtiva da planta de Inocência, saindo dos iniciais 2,5 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano.

Com o crescimento da produção, a unidade fabril vai superar a recém-inaugurada unidade de produção da Suzano, que entrou em operação no fim de julho, em Ribas do Rio Pardo, também em MS, com linha única de produção com capacidade para 2,55 milhões de toneladas.

O conselho de administração da Arauco aprovou o investimento global de US$ 4,6 bilhões (equivalente a R$ 25,1 bilhões) para a construção da unidade em Inocência, a primeira planta do grupo no País.

O principal fornecedor do Projeto Sucuriú será a finlandesa Valmet, responsável por cerca de 50% da proposta industrial. O escopo do contrato inclui áreas de processos regulares, uma unidade de gaseificação que gerará biocombustível para abastecer os fornos de cal da operação, uma caldeira de recuperação química – a maior do mundo em capacidade no setor – e uma caldeira de biomassa.

De acordo com o grupo chileno, a previsão do início das operações na fábrica é para  o fim de 2027, mas ressaltou que a data “pode estar sujeita a mudanças e eventuais adiamentos que possam ser necessários durante o desenvolvimento do projeto”, que já está em fase de terraplanagem.

Segundo o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a fábrica – que já está com as obras em andamento na cidade de Inocência – dependia dessa aprovação para seguir com o projeto.

“A fábrica já está licenciada e iniciou as obras de terraplenagem, mas dependia essencialmente da definição da tecnologia que utilizaria e de qual fornecedor de equipamentos faria toda a estruturação da obra em Inocência. O que foi aprovado agora no conselho de administração foi exatamente a ampliação dessa planta”, revelou.

“A grande notícia é que Mato Grosso do Sul, que já tinha uma planta em Ribas do Rio Pardo de 2,5 milhões de toneladas de celulose, considerada a maior fábrica de linha única do mundo, agora terá uma unidade com capacidade ampliada. Então, a Arauco anuncia uma fábrica de 3,5 milhões de toneladas, ou seja, entre o empreendimento anterior e o de agora, ganhamos uma unidade adicional de um milhão de toneladas”, comemorou Verruck.

INVESTIMENTO

Conforme destacou o secretário, o investimento previsto também foi elevado para US$ 4,6 milhões. “São notícias relevantes para o nosso Vale da Celulose, que tem se mostrado [detendor] de alta tecnologia, alta performance, e com uma expansão significativa da base de produção florestal. O Estado mais uma vez se consolida como referência mundial com toda essa estrutura do Vale da Celulose, [agora] com o anúncio da Arauco sobre a ampliação da sua capacidade produtiva para 3,5 milhões de toneladas”, comentou.

A Arauco financiará a fábrica de celulose emitindo dívida, realizando um aumento de capital de até US$ 1,2 bilhão de dólares e utilizando recursos próprios, afirmou a companhia em comunicado.

A unidade da Arauco será instalada a 50 km da cidade de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, região onde a Arauco afirma operar desde 2009 com manejo florestal e comercialização de madeira.

Inocência está localizada  a cerca de 250 km de Ribas do Rio Pardo. A fábrica da Arauco vai gerar mais de 400 megawatts (MW) de eletricidade, dos quais cerca de 200 MW serão destinados ao consumo interno da unidade industrial e o restante será vendido ao sistema.

A energia excedente – que é suficiente para abastecer uma cidade de mais de 800 mil habitantes – será disponibilizada ao sistema nacional. Segundo a Arauco, o governo de MS conta com uma política industrial e florestal “bem estruturada para o setor” e o Estado tem um clima “muito favorável” ao cultivo de eucalipto.

A árvore demora cerca de sete anos para crescer e atingir o ponto ideal de corte no Estado. “É metade do tempo que essa árvore demora para crescer no Chile [12 anos]”, afirmou a companhia.

VALE DA CELULOSE

Atualmente, MS conta com uma capacidade instalada de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose, produzidas em três linhas operacionais no município de Três Lagoas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado.

A capacidade produtiva do Estado foi ampliada em mais 2,55 milhões de toneladas com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, elevando para 7,4 milhões de toneladas anuais a capacidade instalada.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, estão planejadas as segundas linhas de produção da Eldorado Celulose em Três Lagoas (com uma capacidade prevista de 2,3 milhões de toneladas por ano) e da Arauco em Inocência (2,5 milhões de toneladas anuais).

A reportagem também informou, na edição do dia 4 de maio, que os municípios de Figueirão e Alcinópolis são apontados como possíveis locais para a instalação de uma nova indústria de celulose em Mato Grosso do Sul.

Atraída pelos incentivos fiscais, pela localização estratégica e pelo ambiente favorável, a implementação de um novo megaempreendimento fortalecerá ainda mais o Vale da Celulose.

Embora ainda não tenha sido confirmada, a nova unidade seria resultado de negociações com a multinacional Portucel Moçambique, empresa controlada pela portuguesa The Navigator Company. Outra possível nova fábrica seria da Bracell, planejada para a região de Água Clara.
“O anúncio da Arauco está dentro do plano estratégico de desenvolvimento da indústria de base florestal em Mato Grosso do Sul.

Recentemente, inclusive, anunciamos o pedido de licenciamento da Bracell para o município de Água Clara. Tudo isso, agora, está dentro de uma estrutura muito bem planejada, com avaliação dos impactos sociais e medidas que o governo, a empresa e a prefeitura terão que tomar para viabilizar a implantação da indústria e, obviamente, garantir os benefícios necessários. 

Vamos promover prosperidade e desenvolvimento, além de inclusão para os municípios e as pessoas que vivem e trabalham em MS”, finalizou Verruck.

O economista Eduardo Matos avalia que a instalação de novas fábricas de celulose promove o desenvolvimento em todo o Estado.

“É importante citar que quando uma grande indústria se instala em um local, antes mesmo do início de suas operações, ela atrai uma série de outros empreendimentos, pois haverá um aumento no fluxo monetário. Isso cria oportunidades para diversas empresas, sejam fornecedoras diretas, sejam indiretas da fábrica, além daquelas que atendem os novos trabalhadores. Dessa forma, há o fortalecimento do fluxo circular da renda”, comenta.

2,5 milhões De hectares

A área de florestas plantadas tem crescido vertiginosamente em Mato Grosso do Sul. A expansão das fábricas de celulose explicam a ampliação dos campos destinados ao eucalipto, principalmente na região leste do Estado.

Atualmente, a área destinada ao eucalipto é de 1,480 milhão de hectares, número que deve chegar a 2,5 milhões nos próximos anos. Dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) apontam que Mato Grosso do Sul tem o segundo maior plantio de eucalipto do País.

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