Economia

Trabalho

Mercado de trabalho se torna mais exigente no cenário pós-Covid-19

Com equipes reduzidas as empresas estão exigindo muito mais dos funcionários

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Como será o mercado de trabalho pós-pandemia? Há algum tempo especialistas disseram que as relações de trabalho sofreriam transformações em um futuro próximo. 

Entretanto, a quarentena acelerou esse processo e trouxe uma nova realidade para profissionais de múltiplas áreas

Quadros de funcionários reduzidos sem alterações nas demandas

A pandemia do novo coronavírus modificou drasticamente os padrões de consumo do mercado brasileiro, e isso impactou negativamente na operação da maior parte das empresas do país. 

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A situação causou uma inevitável redução do quadro de funcionários das empresas afetadas. 

Com quadros reduzidos, normalmente não é possível readequar a diversidade das atividades realizadas na mesma proporção, o que faz com que seja exigido muito mais dos profissionais mantidos na empresa.

Uma matéria publicada no G1 em outubro de 2020 mostra que o desemprego aumentou aproximadamente 33% em todo o território nacional no mesmo ano, concluindo que cada profissional mantido no quadro assumiu a metade das tarefas dos colegas demitidos no período. 

Neste momento, as empresas optam por manter os profissionais que apresentam maior aptidão para realizar múltiplas atividades, que devido à redução se tornam mais atrativos do que profissionais especialistas em uma determinada área.

Transformações na empresa Baú da Eletrônica

Um caso crítico deste cenário ocorreu na empresa Baú da Eletrônica, em São Paulo, onde houve departamentos reduzidos de quatro, cinco funcionários para apenas um, sem alterações nas demandas.

'Somos uma empresa de médio porte, porém com demandas bastante complexas. Na ocasião nos vimos em um cenário onde foi preciso reduzir nosso quadro em 50%, onde a maior parte dos nossos departamentos eram compostos por apenas uma ou duas pessoas. 

O maior departamento que tínhamos no período era o Marketing, que contava com 5 colaboradores, onde os cortes significavam uma economia muito maior que cortes em áreas operacionais. 

Esta redução foi possível somente pois a gestora do departamento, Thalita Felisardo, é uma profissional que possui habilidades suficientes para manter todas as atividades do departamento sendo executadas de forma satisfatória enquanto não conseguíamos repor o quadro', conta Lucas Gusmão, sócio do Baú da Eletrônica

A empresa necessitava de mercadorias importadas que se tornaram impossíveis de serem obtidas, devido às restrições de importação durante o período principal da pandemia, além de ter o mercado educacional, um dos mais afetados neste período, como principal público. 

Aproximadamente um ano após esta redução a empresa já conseguiu recontratar duas pessoas para este departamento, que hoje conta com três colaboradores. Mas esta redução foi vital para atravessar a fase mais grave da crise.

Necessidades adaptativas para os profissionais ativos

No período anterior à pandemia, o Brasil estava em um cenário de economia acelerada, com as empresas em expansão tornando-se um atrativo para profissionais especialistas em sua área de atuação, porém, agora, perante este ambiente de incertezas, se faz necessário que os profissionais foquem mais em versatilidade a fim de manterem seus currículos atrativos ao novo mercado de trabalho

Para os especialistas, a pandemia provou que a transformação digital, pela qual o mercado já vinha passando, é essencial. 

Os profissionais precisaram desenvolver habilidades de adaptação tecnológica, em um curto espaço de tempo, para manterem suas posições de trabalho. 

Mais do que para manter suas posições de trabalho, precisaram de habilidades para cobrir as tarefas que eram atribuídas a outros colegas da mesma empresa, que já não estavam mais em seus cargos. 

E, talvez, essa seja uma das principais transformações trazidas pela pandemia: a necessidade de se adequar em diversas vertentes da Era Digital

Um estudo recente da Universidade de Oxford demonstrou que cerca de 45% dos empregos poderão ser eliminados até 2030. 

Novos cargos devem surgir para suprir a demanda do mercado, especialmente em funções ligadas à Tecnologia. 

Essa transformação já foi percebida durante a quarentena, como no caso dos trabalhadores que exerciam funções mais operacionais em escritórios e tiveram suas atividades interrompidas com o fechamento desses locais.

Num futuro próximo, poderá existir uma oferta mais baixa de oportunidades, mas o caminho para conseguir uma colocação no mercado de trabalho continua sendo o mesmo: qualificação e disposição. 

A demanda por profissionais freelancers também deve aumentar, e quem realmente tiver a intenção de fazer a diferença dentro de uma empresa deve ser uma pessoa disposta a se reinventar.

Provavelmente, no mercado de trabalho pós-pandemia, não haverá espaço para aqueles que não buscarem mais conhecimentos, cursos, especializações e atualizações. Essa será uma realidade Mundial.

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CAMPO GRANDE (MS)

Expogrande 2026 vai ocorrer de 9 a 19 de abril

Serão 11 dias de shows, leilões, exposições, atrações e comida típica

20/12/2025 09h45

Exposição de animais na Expogrande

Exposição de animais na Expogrande Gerson Oliveira

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86ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) ocorrerá de 9 a 19 de abril de 2026, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, localizado na rua Américo Carlos da Costa, número 320, vila Carvalho, em Campo Grande.

De acordo com publicação da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), serão 11 dias de shows, leilões, exposições de animais, música e comida típica.

Atrações musicais, estimativa de público e arrecadação/movimentação financeira ainda não foram repassados pela associação.

Polícia Militar (PMMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão marcar presença para realizar a segurança do evento.

Promovida pela Acrissul, a Expogrande é considerada a maior feira agropecuária do Estado e já recebeu o título de 2ª maior feira agropecuária do Brasil, ficando atrás apenas da ExpoZebu, realizada em Uberaba (MG).

A Expogrande 2025 ocorreu de 3 a 13 de abril, com shows de Hugo & Guilherme, Matuê, Matogrosso & Mathias, Chitãozinho & Xororó, Jorge & Mateus e Vh & Alexandre.

No ano passado, o evento recebeu 125 mil pessoas e movimentou R$ 640,7 milhões.

SALDO POSITIVO

Exportação de carne dispara em MS mesmo sob tarifaço

Entre julho e novembro deste ano, o Estado exportou 165,4 mil toneladas, alta de 13%

20/12/2025 08h40

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países Gerson Oliveira/Correio do Estado

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As exportações de carne bovina seguem em ritmo de crescimento no fim deste ano. Em Mato Grosso do Sul, entre os meses de julho e novembro, o Estado embarcou 165,4 mil toneladas de carne, volume 13% maior que o de todo o primeiro semestre, quando foram embarcadas 145,9 mil toneladas.

Os dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) apontam que o volume também é 18% superior ao resultado do segundo semestre de 2024, quando foram contabilizadas 140,4 mil toneladas destinadas à exportação.

Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em relação ao volume financeiro movimentado, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países.

São US$ 516 milhões a mais que o US$ 1,2 bilhão comercializado nos 12 meses do ano passado.

As vendas de carne bovina aumentaram mesmo com o tarifaço da gestão de Donald Trump, que começou a valer em abril com taxa de 10% e que foi reajustado em mais 40% em agosto. As tarifas foram retiradas em 21 de novembro, e o resultado poderá ter reflexo apenas neste mês.

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros paísesEstado registrou aumento das vendas ao mercado internacional - Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

A tendência de aumento e resiliência ainda deve permanecer, conforme avaliação da consultora de economia da Famasul, Eliamar Oliveira.

“Mesmo que dezembro tradicionalmente registre leve desaceleração em relação a novembro, a projeção aponta para um fechamento forte, com expectativa de superar 90 mil toneladas no quarto trimestre, repetindo o desempenho do trimestre anterior, que alcançou 94,6 mil toneladas. Esse comportamento confirma a consistência da demanda internacional pela carne produzida no Estado e reforça a importância da pecuária sul-mato-grossense nas exportações do agro brasileiro”, expressa.

Eliamar pontua que a intensificação do confinamento reflete o avanço de sistemas produtivos mais eficientes. São técnicas que reduzem o ciclo de engorda e permitem maior regularidade no abastecimento da indústria, de acordo com a consultora.

“Entre julho e novembro, o abate total em MS cresceu 6%, em relação ao mesmo período de 2024, enquanto o abate de animais jovens, entre 13 e 24 meses, aumentou 7%, evidenciando o efeito direto dessas tecnologias na previsibilidade da oferta, especialmente no segundo semestre”, contextualiza.

“O uso ampliado de instrumentos de gestão de risco, como travas de preços, contribui para mitigar a volatilidade do mercado, garantir maior segurança sobre a rentabilidade e dar equilíbrio financeiro ao produtor, mesmo em cenários de custos elevados”, completa Eliamar.

MERCADO INTERNO

O relatório Agro Mensal do Itaú BBA aponta que, mesmo com as exportações aquecidas em outubro, o forte crescimento dos abates ampliou a disponibilidade interna de carne, acima do normal para a época.

Ainda assim, o boi gordo apresentou reação no início de outubro e avançou cerca de 5,6% até meados de novembro, movimento acompanhado por uma valorização ainda maior da carcaça casada, que subiu 7,9% no período.

Guilherme Bumlai, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), comenta que, neste fim de ano, o grande fator que tem impedido uma queda nos preços da arroba é justamente o aumento das exportações.

“Se não fosse esse desempenho mais forte no mercado internacional, a pressão seria nitidamente de baixa, porque o ritmo de abates segue elevado e o mercado interno não tem mostrado força suficiente para absorver toda essa oferta. As exportações, portanto, têm cumprido um papel essencial de sustentação da estabilidade atual”, detalha.

Bumlai ainda afirma que houve uma expectativa não realizada de valorização da arroba. “Por outro lado, é verdade que muitos produtores esperavam uma arroba mais valorizada para este fim de ano, algo que não se concretizou. O mercado está firme, porém, sem espaço para altas expressivas enquanto o consumo doméstico não reagir”, observa.

Eliamar corrobora que o desempenho robusto das exportações, ao mesmo tempo em que a produção apresentou crescimento moderado, acarretou menor disponibilidade interna de carne bovina ao longo do ano.

“Como resultado, a oferta doméstica permaneceu mais ajustada, o que se refletiu em valorização dos preços no mercado interno. No atacado paulista, o preço médio dos cortes bovinos ficou cerca de 26% acima do observado no mesmo período do ano anterior”.

FUTURO

Para 2026, os especialistas concordam que o cenário tem forte tendência positiva. O Itaú BBA fala em uma entrada no fim do ano com fundamentos sólidos: oferta elevada, exportações robustas e um mercado interno que, embora pressionado, deve operar com maior equilíbrio com o avanço das chuvas e a melhora das pastagens.

“Com a esperada redução gradual da oferta, fruto da virada do ciclo pecuário, e se houver melhora no consumo interno, aí, sim, teremos condições mais claras para uma recuperação de preços. A combinação de exportações fortes e mercado doméstico mais aquecido deve permitir um início de ano melhor para o produtor. Hoje, estamos em um momento de sustentação, em 2026, podemos entrar em um momento de valorização”, considera Bumlai.

A consultora da Famasul ainda ressalta que a expectativa para o mercado no encerramento deste ano é de manutenção do bom ritmo de exportações, o que ajuda a absorver parte da oferta. 

“No início de 2026, a combinação de pastagens mais estruturadas, oferta gradualmente mais ajustada e demanda externa consistente cria condições para um cenário de preços mais firmes. A tendência é de transição para um período de maior sustentação da arroba, acompanhando o início de um ciclo de oferta mais curta e um ambiente internacional ainda favorável à carne bovina brasileira”, conclui Eliamar.

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