Economia

BONITO

Ministra anuncia cooperação com a Embrapa para abrir mercados

A empresa um papel fundamental com os projetos de cooperação com os países do oriente

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Os ministros da Agricultura do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e a África do Sul) estão reunidos em Bonito desde ontem (25). Este é o 9º encontro dos representantes do grupo. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) terá um papel fundamental com os projetos de cooperação com os países do oriente.

A ministra disse que sua viagem para o oriente trouxe progressos enormes para o Brasil, abrindo mercados nos quatro países.  “Esse é um tema que o ministério da Agricultura tem dado grande ênfase na abertura de mercado. O Brasil cada vez produz mais, em maior quantidade, em maior volume, e nós precisamos abrir mais mercados. Essa viagem, não só para os Emirados Árabes, mas para o Egito, Arábia Saudita, foi muito importante para a gente olhar no olho das pessoas que estão lá do outro lado que vão negociar com o país. Eles lá tem uma dificuldade maior de produção, a maioria está no deserto, com exceção do Egito. Eles veem a dificuldade de produção, e a vantagem que temos aqui. Que eles estão fazendo, fazendo muita coisa interessante através da utilização de tecnologia de ponta”, disse.

De acordo com a ministra, a Embrapa terá um papel fundamental com os projetos de cooperação com estes países. “Todos pediram, que querem sentar-se com a Embrapa, cada um com um projeto diferente, trazendo tecnologia para nós. Usar água salgada, utilizando algas. Em contrapartida, vamos mandar para lá, 10 mil cabras e cabritos, isso feito pela nossa Embrapa. Caprinos e ovinos. São uma série de cooperações que vamos fazer. Tudo isso gera emprego, tecnologia e inteligência estratégica”, afirmou Tereza Cristina.

O ministério estuda a modernização da Embrapa para que ela tenha capacidade de produzir mais, sem estar atrelada a gastos públicos. 

“Por exemplo, Arábia Saudita e Emirados Árabes querem fazer um programa enorme de recuperação, colocando recursos na Embrapa. Mas para isso, temos de resolver a figura jurídica da empresa estatal, que tem limitações para receber estes recursos que hoje vai para um bolo comum. Eu brinco que a Embrapa é a joia da coroa, mas eu brinco que ela precisa ter agilidade para que ela possa cada vez mais, trazer tecnologia para a agricultura brasileira e para países em área tropical”.

EXPORTAÇÕES

Outra questão abordada pela ministra foi sobre a atuação, não só do Mato Grosso do Sul, mas do Brasil como um todo, ainda são timidas em relação às exportações. “Somos muito acostumados a fazer soja, carnes, proteína animal, um pouco de milho e algodão. Somos acostumados a trabalhar, enfim, com commodities. Estas pessoas do setor privado que nos acompanharam, elas ficaram estarrecidas com o mercado potencial do Kwait tem, por exemplo, para produtos de valor agregado brasileiro. A renda per capita lá é de US$ 40 mil. Eles são acostumados a comprar produtos de grande qualidade. Então vamos ter de agregar valor”. 

Sobre a abertura do mercado de carne bovina in natura para o Estados Unidos ela disse que após visitas técnicas do país, ainda aguarda o relatório final para reabertura do mercado, que deve ser divulgado entre setembro e outubro.  

O Brasil está preparado para exportar mais para a China, conforme a ministra, as empresas sabem da vantagem de exportar para a China. “Conseguimos que a China recebesse 30 plantas. Destas, 21 já foram aprovadas, nove estamos fazendo uma checagem dos questionários para mandar de novo. Eu vou para a China dia 18, para uma conversa com o Ministério da Aduana, e o ministro da Agricultura, e tentar levar mais plantas e ver como ela vai fazer a vistoria. O momento é muito promissor para as proteínas.”

De acordo com a ministra, 70% da carne de ave consumida nesses países são provenientes do Brasil. Agora, os produtores nacionais precisam levar itens diferenciados para a mesa dos árabes, como cortes especiais de carnes. Indicou que nesta quinta-feira (26) poderá anunciar novidades sobre o mercado de carnes. “Boa notícia também para este setor de carne bovina. Podemos pensar em cortes especiais, e não somente no que a gente faz hoje. Temos aí um cenário muito positivo para o agro brasileiro. Agora, precisamos acompanhar as tendências que o mundo quer. E quando a gente vai lá, temos a oportunidade de saber o que os consumidores querem, e o que eles querem mandar de volta”, ponderou.

CIÊNCIA

Tereza Cristina defendeu que o comércio global deve ser regulado por princípios científicos, o que garantirá igualdade de oportunidades para as nações na produção e comercialização de alimentos. De acordo com a ministra, quando os países deixam de se basear na ciência, colocam em risco o investimento e estímulo à inovação, recurso fundamental para o aumento da produtividade e qualidade dos alimentos fornecidos.

“À medida que alguns países desenvolvidos abandonam os princípios baseados em ciência na regulação da produção e do comércio de alimentos, não apenas o comércio justo é penalizado, mas todo o ecossistema de inovação que nos permitiria alimentar mais pessoas com o emprego de menos recursos. Ao desinformar consumidores, ceder a grupos de pressões e se afastar das regras multilaterais, certos atores importantes prejudicam os mesmos objetivos que dizem proteger: o desenvolvimento dos mais pobres; o acesso democrático a alimentos de qualidade; e a preservação do meio ambiente”.

Foi por meio da inovação, destacou a ministra, que o Brasil se tornou uma das maiores potências agrícolas do mundo, sendo fornecedor de alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. Tereza Cristina ressaltou que o futuro demanda um setor agrícola cada vez mais produtivo com sustentabilidade. E citou as medidas que o país já vem adotando para cumprir essa meta, entre elas o Plano Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), que ajuda os produtores rurais a se adaptarem às mudanças climáticas e reduz a emissão de gases de efeito estufa.

CAMPO GRANDE (MS)

Expogrande 2026 será realizada de 9 a 19 de abril

Serão 11 dias de shows, leilões, exposições, atrações e comida típica

20/12/2025 09h45

Exposição de animais na Expogrande

Exposição de animais na Expogrande Gerson Oliveira

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86ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) ocorrerá de 9 a 19 de abril de 2026, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, localizado na rua Américo Carlos da Costa, número 320, vila Carvalho, em Campo Grande.

De acordo com publicação da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), serão 11 dias de shows, leilões, exposições de animais, música e comida típica.

Atrações musicais, estimativa de público e arrecadação/movimentação financeira ainda não foram repassados pela associação.

Polícia Militar (PMMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão marcar presença para realizar a segurança do evento.

Promovida pela Acrissul, a Expogrande é considerada a maior feira agropecuária do Estado e já recebeu o título de 2ª maior feira agropecuária do Brasil, ficando atrás apenas da ExpoZebu, realizada em Uberaba (MG).

A Expogrande 2025 ocorreu de 3 a 13 de abril, com shows de Hugo & Guilherme, Matuê, Matogrosso & Mathias, Chitãozinho & Xororó, Jorge & Mateus e Vh & Alexandre.

No ano passado, o evento recebeu 125 mil pessoas e movimentou R$ 640,7 milhões.

SALDO POSITIVO

Exportação de carne dispara em MS mesmo sob tarifaço

Entre julho e novembro deste ano, o Estado exportou 165,4 mil toneladas, alta de 13%

20/12/2025 08h40

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países Gerson Oliveira/Correio do Estado

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As exportações de carne bovina seguem em ritmo de crescimento no fim deste ano. Em Mato Grosso do Sul, entre os meses de julho e novembro, o Estado embarcou 165,4 mil toneladas de carne, volume 13% maior que o de todo o primeiro semestre, quando foram embarcadas 145,9 mil toneladas.

Os dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) apontam que o volume também é 18% superior ao resultado do segundo semestre de 2024, quando foram contabilizadas 140,4 mil toneladas destinadas à exportação.

Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em relação ao volume financeiro movimentado, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países.

São US$ 516 milhões a mais que o US$ 1,2 bilhão comercializado nos 12 meses do ano passado.

As vendas de carne bovina aumentaram mesmo com o tarifaço da gestão de Donald Trump, que começou a valer em abril com taxa de 10% e que foi reajustado em mais 40% em agosto. As tarifas foram retiradas em 21 de novembro, e o resultado poderá ter reflexo apenas neste mês.

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros paísesEstado registrou aumento das vendas ao mercado internacional - Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

A tendência de aumento e resiliência ainda deve permanecer, conforme avaliação da consultora de economia da Famasul, Eliamar Oliveira.

“Mesmo que dezembro tradicionalmente registre leve desaceleração em relação a novembro, a projeção aponta para um fechamento forte, com expectativa de superar 90 mil toneladas no quarto trimestre, repetindo o desempenho do trimestre anterior, que alcançou 94,6 mil toneladas. Esse comportamento confirma a consistência da demanda internacional pela carne produzida no Estado e reforça a importância da pecuária sul-mato-grossense nas exportações do agro brasileiro”, expressa.

Eliamar pontua que a intensificação do confinamento reflete o avanço de sistemas produtivos mais eficientes. São técnicas que reduzem o ciclo de engorda e permitem maior regularidade no abastecimento da indústria, de acordo com a consultora.

“Entre julho e novembro, o abate total em MS cresceu 6%, em relação ao mesmo período de 2024, enquanto o abate de animais jovens, entre 13 e 24 meses, aumentou 7%, evidenciando o efeito direto dessas tecnologias na previsibilidade da oferta, especialmente no segundo semestre”, contextualiza.

“O uso ampliado de instrumentos de gestão de risco, como travas de preços, contribui para mitigar a volatilidade do mercado, garantir maior segurança sobre a rentabilidade e dar equilíbrio financeiro ao produtor, mesmo em cenários de custos elevados”, completa Eliamar.

MERCADO INTERNO

O relatório Agro Mensal do Itaú BBA aponta que, mesmo com as exportações aquecidas em outubro, o forte crescimento dos abates ampliou a disponibilidade interna de carne, acima do normal para a época.

Ainda assim, o boi gordo apresentou reação no início de outubro e avançou cerca de 5,6% até meados de novembro, movimento acompanhado por uma valorização ainda maior da carcaça casada, que subiu 7,9% no período.

Guilherme Bumlai, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), comenta que, neste fim de ano, o grande fator que tem impedido uma queda nos preços da arroba é justamente o aumento das exportações.

“Se não fosse esse desempenho mais forte no mercado internacional, a pressão seria nitidamente de baixa, porque o ritmo de abates segue elevado e o mercado interno não tem mostrado força suficiente para absorver toda essa oferta. As exportações, portanto, têm cumprido um papel essencial de sustentação da estabilidade atual”, detalha.

Bumlai ainda afirma que houve uma expectativa não realizada de valorização da arroba. “Por outro lado, é verdade que muitos produtores esperavam uma arroba mais valorizada para este fim de ano, algo que não se concretizou. O mercado está firme, porém, sem espaço para altas expressivas enquanto o consumo doméstico não reagir”, observa.

Eliamar corrobora que o desempenho robusto das exportações, ao mesmo tempo em que a produção apresentou crescimento moderado, acarretou menor disponibilidade interna de carne bovina ao longo do ano.

“Como resultado, a oferta doméstica permaneceu mais ajustada, o que se refletiu em valorização dos preços no mercado interno. No atacado paulista, o preço médio dos cortes bovinos ficou cerca de 26% acima do observado no mesmo período do ano anterior”.

FUTURO

Para 2026, os especialistas concordam que o cenário tem forte tendência positiva. O Itaú BBA fala em uma entrada no fim do ano com fundamentos sólidos: oferta elevada, exportações robustas e um mercado interno que, embora pressionado, deve operar com maior equilíbrio com o avanço das chuvas e a melhora das pastagens.

“Com a esperada redução gradual da oferta, fruto da virada do ciclo pecuário, e se houver melhora no consumo interno, aí, sim, teremos condições mais claras para uma recuperação de preços. A combinação de exportações fortes e mercado doméstico mais aquecido deve permitir um início de ano melhor para o produtor. Hoje, estamos em um momento de sustentação, em 2026, podemos entrar em um momento de valorização”, considera Bumlai.

A consultora da Famasul ainda ressalta que a expectativa para o mercado no encerramento deste ano é de manutenção do bom ritmo de exportações, o que ajuda a absorver parte da oferta. 

“No início de 2026, a combinação de pastagens mais estruturadas, oferta gradualmente mais ajustada e demanda externa consistente cria condições para um cenário de preços mais firmes. A tendência é de transição para um período de maior sustentação da arroba, acompanhando o início de um ciclo de oferta mais curta e um ambiente internacional ainda favorável à carne bovina brasileira”, conclui Eliamar.

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