As exportações de Mato Grosso do Sul continuam em alta, mas tiveram, em setembro, o segundo mês seguido de queda consecutiva da receita. O mês de setembro ainda foi o terceiro pior do ano, quando se trata de recursos que entraram em território brasileiro por meio da exportações de bens produzidos no Estado.
Durante o mês de setembro, Mato Grosso do Sul vendeu US$ 834 milhões em produtos para outros países, e pelo Estado, entraram no Brasil US$ 204 milhões em mercadorias estrangeiras, o que representa um saldo de US$ 204,4 milhões.
Apesar do volume expressivo das exportações em setembro, com a venda de US$ 834 milhões em mercadorias para outros países, já é o segundo mês consecutivo de queda na receita das exportações. Depois de vender US$ 1 bilhão em julho para outros países, em agosto as receitas caíram para US$ 943,6 milhões.
A China continua sendo o maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, destino de 40,3% das mercadorias. Em agosto, o gigante asiático comprou US$ 446 milhões de mercadorias de MS.
Na sequência, na lista de maiores parceiros comerciais em setembro aparecem Uruguai (5%), Países Baixos (Holanda) (3,8%), Itália (3,7%), Estados Unidos (3,5%).
Produtos
A Celulose continua sendo o pricipal produto exportado por Mato Grosso do Sul, mas está sendo seguida de perto pela carne bovina. No mês de setembro, 24,4% das exportações foram de celulose, enquanto 24,2% foram de carne.
Em terceiro lugar está o açúcar, com 10% das vendas externas em quarto, a soja, que já foi primeira colocada em muitos meses, aparece com 9,6% das exportações.
Vendas externas MS, por produto
Top 5
- Celulose - 24,4% (US$ 203,4 milhões)
- Carne Bovina - 24,2% (US$ 201,9 milhões)
- Açúcar e melaços - 10% (US$ 83,7 milhões)
- Soja - 9,6% (US$ 80,2 milhões)
- Milho - 8,9% (US$ 74 milhões).
Em 2025
Entre janeiro e setembro de 2025, Mato Grosso do Sul registrou exportações no valor de US$8,18 bilhões, enquanto os produtos que entraram no País somaram US$1,83 bilhão.
Assim, o saldo acumulado - que é a diferença entre as exportações e importações - na balança comercial do Estado chega a US$6,34 bilhões até o mês de setembro, um valor 10,84% maior em relação ao mesmo período no ano passado.
As informações foram divulgadas na Carta de Conjuntura do Comércio Exterior, publicado nesta terça-feira (7) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Esse desempenho é sustentado por uma estrutura exportadora concentrada em commodities, sendo a celulose o principal carro-chefe, com participação de 29,22% no total exportado.
Logo em seguida, aparecem a soja (25,58%), que por meses liderou o ranking, e a carne bovina (15,92%), compondo o pódio dos principais produtos enviados ao exterior.
Nas importações, desde o início do ano, continua predominando o gás natural, com 33,03%, seguido do cobre (8,14%) e caldeiras de geradores a vapor (6,86%).
Mesmo estando no topo do ranking de importações, a compra de gás natural teve redução significativa. Entre janeiro e setembro do ano passado, foram compradas 2.865.750 toneladas de gás da Bolívia pelo gasoduto Gasbol, totalizando US$874.584.016. No mesmo período deste ano, o volume adquirido de gás totalizou 2.108.961 toneladas, somando US$606.142.236, o que representa uma redução no valor de 33,03% e de 30,69% no volume.
"O que podemos destacar, desse estudo, primeiro é a solidez do desempenho de nossas exportações lideradas aí pela celulose, seguida de perto pela soja e com uma participação importante do setor de carnes. Nossa economia está fortemente alicerçada nessas commodities. O superávit aumentou porque tivemos uma diminuição importante na importação de gás, mas somos essencialmente um Estado exportador, isso está posto. O resultado é bom e era o que a gente já esperava, pelo conjunto de indicadores favoráveis", observou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
O volume de exportações em 2025 cresceu 4,5% em relação ao mesmo intervalo de 2024, enquanto as importações recuaram 12,75%, o que contribuiu para elevar o superávit.
Celulose
A celulose ocupa agora o topo das exportações do Estado, desbancando a soja, que liderava no passado. Essa ascensão reflete mudanças na pauta de produção e nas cadeias logísticas estaduais.
Também é um indicativo de que Mato Grosso do Sul está se reforçando como fornecedor global de matéria-prima para a indústria papeleira e de produtos derivados.
Isso porque o Estado conta com quatro fábricas em operação ou prestes a iniciar, além da nova planta da Arauco, com previsão para início de funcionamento em 2027 em Inocência, somando mais de 8 milhões de toneladas de capacidade anual. Isso consolida Mato Grosso do Sul como um dos maiores polos produtores mundiais.


